Pelicanos atingem a maior série de derrotas dos últimos 9 anos. Sintrense, com quem o Caldas tem jogo em atraso, fica a 2 pontos e tem calendário mais acessível que os alvinegros
O jogo com o Pêro Pinheiro tinha perfil para recolocar o Caldas no bom caminho e reduzir os contendores pelas vagas ainda disponíveis nos cinco primeiros a Loures, Caldas e Sintrense, mas acabou por complicar as contas aos alvinegros, uma vez que o Sintrense voltou a depender apenas dos próprios resultados para conseguir o apuramento.
O Caldas mantém-se quinto, mas viu encurtar para dois pontos a vantagem sobre o Sintrense e o Pêro Pinheiro, numa altura em que o calendário complica. É que nas quatro derradeiras jornadas, o Caldas tem pela frente Alverca, Sintrense, Torreense e Loures, depois de ter feito quatro pontos em 12 possíveis contra os últimos quatro classificados.
A ineficácia – muitas vezes alternada com inoperância – ofensiva foi o pecado maior do Caldas na partida. O Pêro Pinheiro vinha rotulado como uma das defesas menos batidas da série e a única à qual o Caldas não fez golo, o que o conjunto de José Vala procurou responder colocando dinamismo na pressão a meio campo e muita gente disponível para organizar jogo. Mas isso retirou presença na área, com João Tarzan a jogar sempre de trás para a frente.
Só entre os 60 e os 81 minutos o Caldas se focou mais na baliza, mas não foi eficaz, e acabou por levar um bande de água gelada já em tempo de compensação.
As quatro derrotas consecutivas são o pior registo do Caldas desde que foi criado o Campeonato Nacional de Seniores, depois rebatizado de Campeonato de Portugal. É preciso recuar a 2011/12 para encontrar uma campanha com quatro ou mais derrotas consecutivas (5). Desde a viragem do milénio, esta foi a quinta vez que se atingiram números destes (4 derrotas consecutivas em 2001/2, 6 em 2004/5 e 2007/8). Todas estas séries negativas aconteceram na antiga 2ª Divisão nacional e apenas 2001/2 não foi época de descida, situação que, apesar de não estar ainda afastada matematicamente, se afigura como altamente improvável, basta apenas um ponto.
No final do encontro a direção optou por proteger o grupo e apenas o presidente Jorge Reis falou à imprensa. ■
A figura
Leandro Borges (3)
Foi quem mais perto esteve de marcar num remate soberbo (79’). Muito consistente no meio-campo.
Luís Paulo (2) Exceto saída atenta da baliza (56’), grande parte do trabalho foi orientar.
Juvenal (3) Duas subidas na direita com cruzamentos perigosos. Não deu espaços a Pedro Duarte.
Militão (3) Sempre rápido e atento nas dobras. Perto do golo no desvio a um pontapé de canto (81’).
Gaio (3) Regresso seguro na marcação sobre Fábio e depois Caio. Quase chegou no lance do golo…
Farinha (2) O Pêro Pinheiro acautelou-se das suas subidas, não encontrou espaço para desequilibrar.
André Perre (2) Chegou bem às zonas de definição, mas não teve o discernimento habitual no passe.
Yordi (3) De volta à dupla com Leandro Borges esteve muito em jogo, com e sem bola.
Pedro Faustino (3) Pautou o jogo no segundo terço central do terreno, onde o jogo do Caldas fluiu
João Tarzan (2) A forma como recua embeleza o jogo, mas retira-o da área, onde fez mais falta…
R. Isabelinha (2) Desacompanhado, e muitas vezes cabisbaixo, passou ao lado do jogo.
Gonças (3) Entrada com efeitos imediatos na objetividade ofensiva.
Rafael Roque (1) Entrou na fase de anticlímax da equipa.
Marcos Santos (1) Já não conseguiu abanar a equipa.