Capacidade de sacrifício coloca o Caldas no rumo da 3ª Liga

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Militão, André Santos e, depois, Simões, alinharam apesar das limitações físicas e contribuíram para uma exibição e uma vitória personalizadas

O jogo era propício a nervos, mas foi um trabalho exemplar e cheio de personalidade o que proporcionou ao Caldas cruzar pela tarde de domingo sem sobressaltos, garantindo pelos próprios meios o apuramento para a fase de acesso à 3ª Liga. No final, mesmo a derrota teria apurado os caldenses, mas a forma como a formação de José Vala se exibiu acabou por ser mais importante até que os três pontos, pois mostra que o grupo está recuperado da instabilidade que viveu, justamente, após a derrota em Loures e até à recuperação no jogo com o Sintrense.
Havia expectativa quanto ao 11 que José Vala iria apresentar para a partida, depois de ter perdido Leandro Borges, expulso em Torres Vedras, e também Passos e Simões, que se lesionaram, que se juntaram a nomes importantes como Militão, Juvenal e André Santos.
O que nos leva ao primeiro ponto-chave neste triunfo do Caldas: a capacidade de sacrifício. O central e capitão Militão e o médio André Santos, apesar de não estarem 100% aptos para a partida, assumiram a responsabilidade e foram a jogo, colocando a equipa à frente deles próprios. O mesmo aconteceu com Simões, que também foi a jogo na segunda parte, quando José Vala poupou Militão de um agravar da situação física.
Essa vontade de dar tudo pela equipa foi contagiante e o Caldas partiu para uma partida de grande controlo emocional e de grande competência.
Os pelicanos conseguiram aplicar ao Loures o mesmo que tinham aplicado ao Sintrense, e também no primeiro quarto de hora ao Torreense, jogando com uma capacidade tremenda de encurtar espaços à primeira fase de construção do adversário.
É justamente essa capacidade de pressão que possibilitou ao Caldas adiantar-se no marcador à passagem da meia hora. Januário, outro dos regressos ao 11, roubou uma bola perto da área, cruzou ao segundo poste onde já chegava João Tarzan, que com uma elevação impressionante cabeceou para o fundo da malha.
Nove minutos depois, seria a vez do camisola 10 fazer, ele próprio, o segundo golo, após uma jogada muito bem construída com João Tarzan e Pedro Faustino.
Uma fase de grande poder dos alvinegros, que passou também para o início da segunda parte, quando o Loures ia procurar um golo para relançar o jogo. Mas foi o Caldas que marcou. Passe comprido de Perre, Isabelinha acelerou para a área e serviu de bandeja o bis de João Tarzan.
Até ao fim o Caldas só teve que controlar as operações, à medida que as notícias que chegavam de Sintra deixavam os adeptos tranquilos quanto ao apuramento.
O Loures ainda conseguiu uma grande penalidade, mas foi só uma oportunidade para Luís Paulo também brilhar.

A figura

João Tarzan (5) No jogo em que a equipa mais precisava da sua capacidade goleadora, apareceu em grande

Luís Paulo (4) Muito seguro e juntou mais um penalti à coleção!
Perre (4) Esteve sempre combativo e muito esclarecido
Militão (4) Capacidade de sacríficio exemplar, se estava limitado não se notou…
Gaio (4) Mais um jogo de grande acerto defensivo
Farinha (4) Soube gerir os tempos para estar sempre onde era preciso
yordi (4) Contribuiu para a capacidade defensiva e ofensiva
André Santos (4) Quem o viu não diria que só jogou 45 minutos nos últimos quatro meses
Pedro Faustino (4) Fez um grande passe para o golo de Januário
R. Isabelinha (4) Está numa boa fase, que mostra na pressão e em como acelera o jogo do Caldas
Januário (5) Apoio importante para Perre a defender, esteve muito bem no momento de decidir
Simões (3) Deu continuidade ao bom jogo da equipa
Gonças (2) Entrou com a sua entrega catacterística
Bernardo (2) Tentou marcar o compasso do jogo
Marcelo Santos (1) Entrou nos minutos finais
Ivo Nabais (1) Somou 4 minutos