Central apontou o golo solitário que deu a primeira vitória ao Caldas
A estreia do Caldas em casa na presente edição da Liga 3 foi carimbada com uma vitória e Rodrigo Dias não vai esquecer esta partida. Pela primeira vez titular, o central marcou na ponta final da partida, num lance em que foi com tudo!
Vindo de uma derrota amarga no Restelo, várias alterações nas escolhas de José Vala para a primeira partida disputada na Mata. Na defesa, que apresentou algumas debilidades em Belém, surgiu Rodrigo Dias para central ao centro, devolvendo Militão à posição que lhe tem sido mais familiar de central à direita. No meio campo, de um pivot defensivo passou a dois, e Gonçalo Barreiras entrou para ponta do ataque, com Tarzan a recuar no terreno. Na ala esquerda, David Lopes foi também titular no lugar do lesionado Júlio Sousa.
O Caldas até começou bem, a procurar desequilíbrios nos corredores com a nova dinâmica para esta época dos falsos laterais e ligações rápidas bem enquadradas pela constante procura de João Tarzan e Miguel Velosa pelos espaços entre linhas. Gonçalo Barreiras esteve no centro das decisões, mas não esteve feliz na finalização. Viu João Monteiro negar-lhe dois remates perigosos, aos 8 e 15 minutos, o segundo com a bola a bater ainda no poste e sair pelo lado contrário.
O bom arranque esbarrou depois no reajuste do Lusitânia ao sistema dinâmico do Caldas. Com superioridade de números no miolo, os insulares começaram a pegar no jogo. Mesmo assim, o Caldas ainda teve outro lance vistoso, um passe mágico de Pepo para Gonçalo Barreiras que pareceu carregado nas costas pelo ombro de André Amaral, mas José Gorjão mandou seguir. O Lusitânia teve a melhor ocasião ao minuto 36, um centro perigoso à direita ao qual Rafa Tchê só chegou de raspão.
José Vala reajustou a equipa ao intervalo, com a entrada de Pisco para equilibrar as forças no meio campo, adiantando Tarzan e Pepo no terreno, partindo a equipa do 4-2-3-1 para o 4-3-3. A alteração resultou, mas o Lusitânia aproveitou os instantes iniciais para obrigar Luís Paulo a mostrar que continua com todas as faculdades em alta. Depois só deu Caldas e em crescendo. Monteiro ainda adiou o golo, com duas enormes defesas a Tarzan no mesmo lance, mas nada pôde fazer contra a finalização decidida de Rodrigo Dias, que bem podia dar um daqueles episódios da mítica série de animação Tsubasa… ■
Protagonista
Rodrigo Dias (3)
Foi herói improvável ao apontar o golo da vitória, numa partida em que também trouxe estabilidade ao eixo defensivo, onde esteve sempre tranquilo
Momento do jogo
O golo do Caldas que valeu a vitória. O canto é bem ganho à esquerda pelo trio Edu, Rafa Pinto e Miguel Velosa, com o central a colocar o avançado em boa posição para obrigar João Monteiro a uma boa defesa, com um remate rasteiro. No canto, a bola levantada por Rafa Pinto encontrou novamente Edu, o central deu um toque de cabeça e colocou a bola na direção de Rodrigo Dias, que fez o resto. Em progressão, o central dominou no peito, ajeitou na coxa e rematou com todas as forças que lhe restavam para o fundo da malha! ■
“Quando não dá, ajusta-se outra vez”
“As vitórias são sempre importantes e boas”, afirmou José Vala no final da partida. O técnico elogiou a primeira parte do adversário. “Teve momentos com mais posse de bola. Tivemos algumas dificuldades para suster jogo interior deles”, o que motivou as alterações ao intervalo. José Vala considerou que alguns dos ajustes feitos em relação ao último jogo “acabaram por não ser o que queríamos, e quando não é ajusta-se outra vez, foi o que fizemos ao intervalo”, acrescentou. Essas alterações permitiram aos pelicanos ser “mais consistentes defensivamente e, com isso, fazermos o nosso jogo com bola”, pelo que “chegámos ao golo com justiça”, concluiu. ■