Depois de três anos no vermelho, exercício da época passada terminou com 8,8 mil euros de resultado positivo, mas à custa de antecipação de receitas
A direção do Caldas apresentou, no passado dia 31 de outubro, o Relatório e Contas aos sócios, numa assembleia geral que contou com cerca de 50 pessoas. O clube voltou a ter contas positivas após três anos de prejuízos acumulados, mas o resultado é influenciado pela antecipação de receitas que só seriam recebidas no exercício corrente.
Rodrigo Amaro, presidente da direção do clube alvinegro, começou por notar que estas contas marcam “o encerrar de um ciclo de uma direção que esteve à frente dos destinos do Caldas durante oito anos”. Neste período, “o Caldas teve, a nível desportivo, uma visibilidade que até então não era conseguida. E foi um período de transformações, mais visível nas obras no Campo da Mata”, acrescentou. O dirigente propôs um voto de agradecimento a todos os elementos que integraram as direções lideradas por Jorge Reis, “como reconhecimento pelo tempo que dedicaram ao clube e o esforço para o Caldas ser visto como exemplo a nível nacional”, argumentou. O voto foi aprovado.
Passando às contas, Rodrigo Amaro notou que o exercício fechou com um saldo positivo antes de impostos de 8,8 mil euros e um resultado líquido de cerca de 3 mil euros. Este resultado “vem aliviar os receios de uma trajetória perigosa” e “abre uma janela de esperança no futuro do clube”, observou. No entanto, alertou que o clube continua a “enfrentar dificuldades”. “A necessidade de ir bater à porta das empresas das Caldas e de fora e a necessidade de ser rigoroso na gestão continua a existir”, sustentou.
É que a gestão corrente do clube continuaria a apresentar um défice na relação entre receitas e despesas correntes. O resultado positivo só foi conseguido por via de receitas extraordinárias. Estas consistiram na transferência de Miguel Rebelo, em janeiro deste ano, para o Moreirense, que rendeu cerca de 140 mil euros líquidos ao Caldas. E mesmo essa verba não seria suficiente para equilibrar a balança. “Foram as verbas e patrocínios relativos à época corrente antecipados em junho, apoios da Federação Portuguesa de Futebol e a abertura do bar da Quinta da Boneca que permitiram este saldo”, sustentou Rodrigo Amaro.
O dirigente aponta, porém, que esta necessidade de antecipação de receitas mostrou o caminho. “As quotizações, as bilheteiras, a publicidade e donativos, o merchandising e a exploração dos bares são rubricas prioritárias e têm sido as áreas em que, nestes quase seis meses de mandato, temos apostado”.
Na época passada o clube obteve 986,4 mil euros de rendimentos e teve 977,6 mil euros de despesa. O ativo foi valorizado para 1,7 milhões de euros, enquanto o passivo se encontra em 1,1 milhões de euros. ■