O intervalo foi mau conselheiro para a equipa do Caldas na visita ao Gafetense. Os pelicanos saíram para o intervalo em vantagem mas não conseguiram reagir à mudança dos alentejanos nem ao golo do empate.
É um chavão do futebol dizer que o jogo teve duas partes distintas, mas o que é certo é que se encaixa como uma luva no filme desta partida. Se nos minutos iniciais os conjuntos se equilibraram, fruto da forma aberta como ambas encararam os minutos iniciais, depressa o Caldas começou a ganhar vantagem na procura da posse de bola. O meio-campo funcionava bem na recuperação e na organização de jogo e lançava com alguma facilidade um ataque alvinegro muito móvel, que conseguia fugir a uma defesa muito posicional do Gafetense e criar perigo, quase sempre em velocidade e com diagonais para a área.
O Caldas só não saiu para o intervalo com o jogo resolvido porque não foi capaz de finalizar com êxito as jogadas de perigo que conseguiu construir. Alexandre Cruz e principalmente Farinha viram alguns remates ficarem muito próximos do golo. André Santos foi mesmo o único a conseguir marcar, num livre lateral que podia ser centro ou remate, a bola acabou por entrar directa.
Ao intervalo João Vitorino alterou a equipa, deu-lhe mais mobilidade no ataque e tornou o meio-campo mais compacto. Nos primeiros cinco minutos a equipa alentejana rematou três vezes e à terceira marcou mesmo. Livre frontal, Elton colocou a bola na área e Yuran, do alto dos seus quase dois metros, cabeceou sem hipótese para Luís Paulo.
Não foi só o empate. A mudança no Gafetense que o Caldas não foi capaz de acompanhar maniatou a capacidade ofensiva que os alvinegros tiveram na primeira parte. Se o Caldas continuou a ter mais posse de bola, não conseguiu entrar mais com ela no sector recuado dos alentejanos. Só nos lances de bola parada foi capaz de criar perigo relativo, mas não conseguiu enquadrar qualquer remate.
Já o Gafetense atacava pouco mas pela certa e Luís Paulo foi obrigado a algumas intervenções. Num desses ataques o Gafetense acabou mesmo por conseguir a vitória, Rony desviou um centro de Borralho para a própria baliza, ficou a ideia que a bola entrou directa, mas mesmo que não tivesse entrado Taborda confirmou o golo.
MELHOR DO CALDAS
Foi o jogador com a exibição mais equilibrada ao longo dos 90 minutos. Sem culpa nos golos, teve uma defesa difícil logo a abrir o jogo e mais duas de bom nível na segunda parte, que adiaram o desfecho do jogo para os últimos minutos.
Paulo Inácio, jogador do Caldas
Falhámos na finalização
Tivemos uma primeira parte muito bem conseguida, só falhámos na concretização, podíamos ter saído para o intervalo a ganhar por duas bolas. O árbitro permitiu um bocado que eles usassem jogo duro, não deu cartões que os iam condicionar para a segunda parte. Estávamos avisados que iam entrar com tudo na segunda parte. Empataram numa falta quanto a mim inexistente. O jogo ficou um pouco partido, tivemos tudo para ganhar, mas num lance fortuito fizeram o segundo golo. Falhámos na finalização e fomos penalizados por isso. É a minha terceira época no Caldas, sinto-me bem, penso que as pessoas também gostam de mim e espero ajudar o clube a atingir os objectivos.
José Vala, treinador do Caldas
Perdemos o controlo do jogo
Foi uma primeira parte bem conseguida, fomos superiores e podíamos ter resolvido aí o jogo. Pecámos nesse aspecto. Na segunda parte sofremos o primeiro golo no que sabíamos que o Gafetense é forte. Perdemos um pouco o controlo do jogo e tivemos a infelicidade do Rony no segundo golo. O resultado acaba por premiar a equipa que menos fez para ganhar. Viu-se algum antijogo com o qual o árbitro foi complacente. As bolas desapareceram do banco, o que já não se usa.
João Vitorino, treinador do Gafetense
Acreditámos
Ganhámos a uma grande equipa, para mim, juntamente com o Praiense, a equipa mais dinâmica que defrontámos, foi preciso muita garra e determinação. Ao intervalo fiz os jogadores acreditarem que era possível. Fizemos uma segunda parte soberba e a forma como acreditámos foi determinante.
Estádio Municipal do Crato
Árbitro: Tiago Neves, Assistentes: Rui Brites e Diogo Olim, AF Madeira
GAFETENSE 2
Vítor, M. Silva (Rodrigo 61’), Yuran, Igor Cartaxo (C) e Elton; Vladimir (Borralho 78’) e Diogo F.; Taborda, Cláudio e Ivo; Fred (Hluszkiw 45’)
Não utilizados: Mendonça, Bruno Gonçalves, Robalo, Augusto
Treinador: João Vitorino
CALDAS 1
Luís Paulo [3]; Juvenal [3], Militão [3] (C), Rony [3] e Clemente [3]; André Santos [3] (Vítor Rodrigues [1] 75’) e Paulo Inácio [3]; Farinha [3] (Sabino [1] 75’), André Simões [3] e Cruz [3] (Januário [2] 59’); João Rodrigues [3]
Não utilizados: Natalino, Danny, Tonicha, Marcelo Santos
Treinador: José Vala
Ao intervalo: 0-1
Marcadores: André Santos (32’), Yuran (50’), Rony (84’ pb)
Disciplina: Amarelo a M. Silva (31’) e Yuran (45’)