O Caldas registou o primeiro empate da época, no terreno do Vilafranquense. Um empate que se aceita, mas que agradará mais aos alvinegros, que viveram alguns momentos de sufoco sobretudo no segundo tempo.
Luís Paulo foi a figura do jogo, foi o grande garante do nulo na baliza do Caldas, mas não se pode dizer, contudo, que tenha sido um jogo de sentido único. No final, feitas as contas aos lances de perigo, tanto o Vilafranquense como o Caldas podiam ter almejado os três pontos e daí que o empate, talvez com golo, seja um resultado ajustado.
O Caldas foi o primeiro a criar perigo, tanto na primeira parte como na segunda, e também foi a última equipa a poder mudar o desfecho do jogo. Nesse primeiro lance, ao minuto sete, Farinha obrigou Miguel a uma defesa para o poste, na sequência de um canto cobrado curto.
Durante toda a primeira parte a nota foi de equilíbrio. José Lúcio respondeu a Farinha e obrigou Luís Paulo a aplicar-se pela primeira vez no jogo. Mais perigo não houve até aos minutos finais e, aqui sim, foi o início de uma fase dominadora dos ribatejanos.
Ely foi um das figuras nesta fase, autor dos remates mais perigosos, mas nunca foi capaz de bater Luís Paulo. Ainda antes do intervalo, Diego Zaporo também esteve perto de fazer o gosto ao pé, mas Militão – também ele em grande plano – substituiu o guarda-redes.
A segunda parte começou com um remate de Alexandre Cruz, solto ao segundo poste na sequência de um canto, mas a bola saiu fraca. A partir daí o Vilafranquense tomou conta das operações e foi subjugando o Caldas ao seu meio terreno. Ely, Alfa e Figo foram autênticas dores de cabeça para a defensiva do Caldas, mas Luís Paulo foi uma dor de cabeça maior para os adversários. Tudo o que foi enquadrado com a baliza o guarda-redes do Caldas reclamou para si e ainda perturbou Figo que, depois de passar dois adversários e ficar isolado na área, não foi capaz de bater a saída de Luís Paulo e rematou ao lado.
O Caldas foi melhorando com as substituições, e a quebra de fulgor do adversário. Nos últimos 10 minutos já os alvinegros jogavam no meio campo ofensivo. Nuno Januário ofereceu o golo a João Rodrigues, mas o avançado não acreditou nas possibilidades do remate de primeira e acabou por perder a bola. E a acabar o jogo, na sequência de um livre, desviou de cabeça mas Miguel estava no caminho da bola.
Luís Paulo 5
Na terra da tourada, o ‘Olé!’ foi para o guarda-redes do Caldas. Fez duas grandes intervenções na primeira parte a remates de José Lúcio e Ely, e mais duas na segunda parte. Dominou também as alturas e fez a baliza parecer pequena quando Figo se isolou.
Diogo Clemente, jogador do Caldas
Grande atitude
Tivemos uma grande atitude num campo difícil. O aspecto positivo do jogo é que não sofremos golos, podíamos ter saído daqui com um resultado melhor, mas não perdemos, demos muita luta e mostrámos a união que temos dentro e fora do campo. Não vínhamos de bons resultados no campeonato. Tivemos o jogo da taça que nos permitiu mudar um pouco o foco. Não vínhamos com pressão, mas queríamos quebrar aquela série de derrotas. Conseguimos um ponto e é importante amealhar os que conseguirmos. Esperamos iniciar uma série de bons resultados. O meu objectivo é ajudar a equipa, que é o essencial, e evoluir dentro do grupo.
José Vala, Treinador do Caldas
Faltaram golos
O empate ajusta-se, as duas equipas tiveram oportunidades e o empate com golos seria mais justo. A primeira parte foi equilibrada. Na segunda o Vilafranquense teve 25 minutos muito bons, vieram para cima de nós e criaram dificuldades, mas na parte final voltámos a ter algum controlo e acabar podíamos ter chegado à vitória. Saiu o Estoril para a taça, temos os jogos do campeonato primeiro, depois vamos tentar perceber o Estoril e tentar fazer um bocadinho melhor que no ano passado.
José Sousa, Treinador do Vilafranquense
Oportunidades claras
Só o Vilafranquense poderia ter feito golo. Estamos sólidos defensivamente, no ataque criámos pelo menos três oportunidades claríssimas, mas o futebol passa por isto.
Campo do Cevadeiro, Vila Franca de Xira
Árbitro: João Pinto, Assistentes: Pedro Malheiro e Bruno Cunha, AF Lisboa
VILAFRANQUENSE 0
Tiago, Rúben (Veiga 41’), M. Lourenço, Wagner e Charles; Izata e Alfa; Figo, José Lúcio (Marocas 72’) e Ely; Zaporo (Fábio Freire 59’)
Não utilizados: Nelson, Flávio Santos, Omar, Sereno
Treinador: José Sousa
CALDAS 0
Luís Paulo [5]; Juvenal [3], Militão [4] (C), Rony [3] e Diogo Clemente [3]; André Santos [3] e Paulo Inácio [3]; Alexandre Cruz [3] (Nuno Januário [2] 76’), André Simões [3] (Marcelo Santos [1] 90’+1) e Farinha [3] (Tonicha [2] 63’); João Rodrigues [3]
Não utilizados: Natalino, Diogo Bento, Rui Almeida, Sabino
Treinador: José Vala
Disciplina: Amarelo a Militão (68’) e Wagner (84’). Vermelho directo a Charles (87’)