Canil e gatil intermunicipal do Bombarral e Cadaval vai avançar

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Canil e gatil intermunicipal

O canil e gatil intermunicipal do Bombarral e Cadaval “vai ser uma realidade”. A garantia é de Norberta Santos, vereadora do Bombarral, que espera ver a obra avançar em Setembro de 2017. “Até ao final do mandato gostava de o ver o pronto, mas pelo menos vamos começar até lá”, disse à Gazeta das Caldas.

O projecto prevê uma zona central por onde todos os animais passam e depois uma divisão entre os dois municípios, com contadores de água e luz próprios e com espaço para as associações de cada um.
Inicialmente terá capacidade para acolher 80 cães, não estando previstas boxes para cavalos. O projecto prevê um possível alargamento. Quanto ao gatil, “tendo em conta a característica dos próprios gatos, que preferem viver em colónia, dependerá das necessidades”.
O canil e gatil vai custar mais de 292 mil euros ficando situado a 3,5 quilómetros do Bombarral, na fronteira com o Cadaval. O terreno, de quase mil metros quadrados, pertence aos dois municípios. “Existirá uma carrinha com um funcionário que recolhe os animais vivos e mortos”, esclareceu.
A autarca explicou que o projecto havia sido adiado numa tentativa de captar fundos para a sua concretização e pediu mais apoio às autarquias para este tipo de matérias. Um fundo para financiamento de obra ou apoios à esterilização foram exemplos de medidas possíveis.
Canil e gatil intermunicipalAs declarações da vereadora ocorreram num debate de sensibilização para o bem-estar animal que decorreu no auditório municipal do Bombarral no dia 17 de Setembro. A sessão foi promovida pela associação Bom Gato.
Presente esteve o representante do Ministério da Agricultura, Sales Henriques, que salientou a importância do registo electrónico dos gatos. Ideia partilhada por Cristina Rodrigues, do PAN (Partido pelas Pessoas Animais e Natureza), que chamou ainda a atenção para o facto de existirem “apenas 167 veterinários municipais e 124 Centros de Recolha Oficial num total de 308 municípios”.
Cristina Rodrigues defendeu também a importância de “esterilizar em vez de eutanasiar”. Inês Sousa Real, Provedora dos Animais de Lisboa, também defendeu a esterilização e alertou para o combate às pragas urbanas, como os pombos, que podem ser combatidos através de pombais ou métodos contraceptivos.
Já Nelson Baptista, comandante do posto da GNR do Bombarral, esclareceu que a maioria das ocorrências (cerca de 80%) para a qual são chamados se relaciona com falta de licenciamento, registo, identificação electrónica ou vacinação.
Nelson Baptista afirmou a falta que faz o Centro de Recolha. “Tem de se pensar não só na construção, mas também na formação de pessoas para recolher os animais a qualquer hora”, alertou.
Cátia Rodrigues da associação Bom Gato, chamou a atenção para a necessidade de avançar com o gatil provisório, porque existem “cerca de uma centena de gatos a viver nas ruas no Bombarral”.
A representante da Bom Gato, que promoveu o evento, mostrou a disponibilidade deste grupo de pessoas que ainda se está a legalizar como associação, para ajudar ao nível da alimentação e esterilização de animais cujos donos vivam uma situação de maior carência.
A Quercus fez-se representar por Sandra Pereira, que apresentou o Centro de Recuperação de Animais Selvagens na Serra de Montejunto.
José Diogo Castiço, dono de Simba, o cão abatido a tiro por um vizinho, deu a conhecer alguns pormenores de todo o processo que se seguiu ao acontecimento, com críticas ao sistema judicial.
Questionada pela Gazeta das Caldas acerca do gatil provisório na EN8, junto ao Cintrão, Norberta Santos esclareceu que vão “tentar criar uma colónia provisória”.