Terminou o defeso e o Caldas SC já treina desde a passada segunda-feira, 18 de Julho. José Vala regressou a uma casa que conhece bem mas, aos 44 anos, quer ser reconhecido pela sua competência como treinador e não pelo passado que teve. Os objectivos, esses, mantêm-se inalterados em relação às últimas temporadas: garantir a manutenção o mais acima possível na tabela. À partida com 19 elementos, o plantel teve como novidade a presença de Filipe Cascão, gaeirense que vem dos juniores do Belenenses. Podem chegar ainda mais três ou quatro jogadores.
O técnico, que na última presença no clube conseguiu garantir o apuramento para o campeonato nacional na última jornada, evitando a queda nos distritais. Seguiu para a AE Óbidos, onde criou a primeira equipa senior do clube e a conduziu, em três épocas, a um lugar tranquilo na Divisão de Honra.
Neste regresso, acredita que é melhor treinador e quer mostrá-lo. “Tento trabalhar e evoluir para ser o mais competente possível, porque sinto, até quando falo com algumas pessoas, que me continuam a ver como ex-jogador, ex-treinador adjunto, e quero ser visto pela minha competência e não por essa história”, declarou o técnico, que se confessa “felicíssimo” por estar de volta.
O objectivo não será diferente das últimas épocas, em que o clube esteve em destaque no Campeonato de Portugal. “O que me foi solicitado foi procurar atingir a manutenção. Há várias formas de o fazer, a melhor era nos dois primeiros lugares da primeira fase”, afirma. “Vamos procurar os três pontos em cada jogo e de acordo como que conseguirmos redefinir os objectivos se for preciso”, acrescenta.
José Vala considera importante ter mantido o núcleo duro da equipa da época passada. “A Comissão contava com 16 jogadores, o único que falhou foi o Esgaio [assinou pelo Torreense], todos os outros que saíram estava previamente decidido e um ou outro que achei que podia haver uma alternativa melhor”, conta. João Guerra, Telmo, Ricky, Duarte Cardeira, André Cruz são as restantes saídas.
Tiago Esgaio foi um jogador importante nas duas temporadas em que representou o pelicano, José Vala lamenta não poder contar com ele mas acredita que não será por aí que o clube não conseguirá os objectivos. “Já havia opções no plantel e com os que vieram vamos também tentar colmatar”.
FILIPE CASCÃO REFORÇA A ALA ESQUERDA
Aos 15 jogadores que ficam da época passada e aos reforços já conhecidos – o guarda-redes Natalino (AE Óbidos), o ala direito Diogo Bento (Peniche) e o avançado Alexandre Cruz (Alcobaça) –, junta-se o ala esquerdo Filipe Cascão, que alinhou na época passada nos juniores do Belenenses. O jogador, natural das Gaeiras, chegou a representar o Sporting, fez quase toda a formação na AE Óbidos e nos juniores disputou os nacionais pelo Torreense e pelo Belenenses. Chega ao Caldas no primeiro ano de sénior. Pode fazer todo o corredor esquerdo e na formação também alinhou no meio-campo.
A estes 19 devem juntar-se mais três ou quatro elementos. Existem vários jogadores à experiência, entre os quatro da formação do Caldas: Ivo Simões (central), Edgar Garcia (médio), Francisco Batista (médio) e Bernardo Carvalho (avançado). Estes dois últimos ainda têm idade de júnior, mas podem integrar o plantel principal. Bernardo Rodrigues, irmão do avançado João Rodrigues, e João Gaspar, ambos que representaram na época passada a AE Óbidos, também vão tentar convencer José Vala de que estão preparados para a equipa principal dos alvinegros.
“O Caldas tem que descobrir talentos primeiro que os outros. À priori já conseguimos isso este ano, estão aqui alguns elementos dos quais temos grandes expectativas porque têm grande valor”, salienta José Vala.
O primeiro jogo é já ao final da tarde de hoje, 22 de Julho, em Rio Maior com o Nacional da Madeira.
REFORÇOS PROMETEM TRABALHO
No discurso dos quatro reforços há várias ideias em comum. Todos consideram que o Caldas tem feito um trabalho de mérito nas últimas temporadas e prometem trabalhar para que esse percurso continue.
Diogo Bento é dos quatro o mais velho, ainda que tenha apenas 25 anos. Considerou o desafio do Caldas “fácil de aceitar. É um histórico no Oeste, tem feito grandes participações no Campeonato de Portugal e assim que falaram comigo ficou praticamente definido que vinha”. Os amigos Paulo Inácio e André Santos, com quem já partilhou balneário, pesaram na decisão e vão facilitar a adaptação, considera o lateral, que garante estar preparado para “dar o melhor e dignificar a camisola”. Diogo Bento pode jogar em todas as posições do flanco direito. Antes do primeiro treino adiantou não saber ainda para que posição o técnico José Vala conta com ele, “mas estou preparado para o que ele quiser que eu faça”.
Natalino é guarda-redes. Aos 22 anos troca a AE Óbidos, onde fez todo o percurso de jogador, pelo Caldas e salta do distrital para o nacional. Também considerou a vinda para o Caldas “desafio fácil de aceitar visto que já tinha trabalhado com o José Vala três anos” e por ser um “bom desafio”. O facto de conhecer alguns jogadores vai tornar fácil a adaptação, acredita. Já os objectivos pessoais passam por “trabalhar e evoluir”.
Para o extremo oposto do campo chega Alexandre Cruz. O avançado de 21 anos notabilizou-se ao serviço do campeão distrital Alcobaça, com 24 golos apontados. Considera que o Caldas “é um clube bom para seguir a minha evolução, enquadra-se no que procurava, um clube estável no nacional, com bons objectivos, que aposta em jovens e tem um grupo de qualidade”. O avançado reconhece que o Caldas era um dos clubes cujo percurso seguia com interesse e apesar de nunca ter jogado com os actuais colegas, conhece alguns das presenças nas selecções distritais, como Diogo Clemente e Marcelo Santos.
Depois de uma época muito positiva no Alcobaça, Alexandre Cruz promete “dar o melhor por esta camisola, espero ganhar, fazer golos e ajudar a equipa”.
Com 19 anos, Filipe Cascão segue o percurso de Nuno Januário, chega ao Caldas depois de ter representado os juniores do Torreense e do Belenenses, por acreditar ser uma boa opção para o seu primeiro ano de senior. “O mister José Vala ligou-me a dizer que tinha todo o interesse em ter-me na equipa e aceitei facilmente. Para além de o conhecer desde muito pequeno, dou-me muito bem com ele e conheço muitos jogadores do Caldas, o que facilitou a minha vinda”, sustenta.
A polivalência poderá ser um dos trunfos que tem para emprestar à equipa. “Vou treinar no máximo e onde jogo será a escolha do treinador. Espero que seja uma grande época, posso prometer que vou trabalhar sempre no máximo para conseguir jogar o máximo de tempo possível”.
JOGOS TREINO
Dia 22 Julho – 18h30 – Rio Maior – Nacional da Madeira
27 Julho – 18h45 – Campo Rugby – Oriental
30 Julho – hora confirmar – nas Caldas – Loures
03 Agosto – 19h00 – Fátima – Fátima
07 Agosto – 17h00 – Campo da Mata – Alcanenense
14 Agosto – 18h30 – Campo da Mata – Real Massamá