Segurança vale mais um ponto fora

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Gazeta das caldas
O Caldas foi a Loures conquistar um ponto muito assente na solidez defensiva

O Caldas fez um jogo à imagem do que tinha feito em Vila Franca para a Taça, com consistência defensiva e em crescendo na segunda parte. Teve as melhores oportunidades mas faltou o golo.

Campo José da Silva Faria, Loures
Árbitro: Pedro Viveiros, AF Madeira
Assistentes: Norberto Calaça e Emídio Félix

LOURES 0
Filipe Leão; Qi Cui, Fábio Marinheiro (C), Jamil Rodriguez e Ruben Freire; Bruny Almeida e Juninho (Gonçalo Silva 90’+1); Miguel Oliveira, Leo Tomé e Luís Elói (Manuel Liz 66’); Thompson (Elton Rosário 71’)
Não utilizados: Miguel Soares, Filipe Gaspar, Ronan, Odair
Treinador: André David

CALDAS 0
Luís Paulo [3]; Militão [3], Rui Almeida (C) [3] e Pedro Gaio [3]; Juvenal [3], Paulo Inácio [3], Simões [3], Marcelo [3] (Leandro [2] 64’) e Farinha [3]; Januário [3] (Iuri Gomes [2] 74’) e David Silva [3] (Ricardo Isabelinha [2] 80’)
Não utilizados: Rui Oliveira, Araújo, Flávio Passos, Tomás Meneses
Treinador: José Vala
Disciplina: amarelo a Bruny Almeida (16’) e Leo Tomé (90’)

O Caldas foi a Loures conquistar um ponto com uma exibição na senda das realizadas em Vila Franca de Xira, para a Taça de Portugal, e depois em casa com o Alcains, muito assente na solidez defensiva. Contra um Loures a querer subir na tabela e que foi uma equipa dominadora em termos territoriais, o Caldas foi eficaz na proteção da baliza de Luís Paulo e foi capaz de construir oportunidades flagrantes, até mais que o adversário, mas desta vez o golo não apareceu.
A estratégia podia ter resultado em pleno quando logo no primeiro minuto David Silva – novidade no 11 alvinegro – surgiu bem colocado na área e de primeira atirou cruzado com a bola a ser devolvida pelo poste. O início de jogo deu ainda nova oportunidade ao avançado que veio do Coruchense, mas desta vez o central Jamil conseguiu interpor-se e cedeu canto.
Não resultava por pouco o início atrevido do Caldas. O Loures começou a assumir a posse de bola e partir daí o jogo do Caldas ficou bastante mais claro, assumindo um bloco curto bastante recuado com o qual procurava depois tirar partido do espaço nas costas da defensiva do Loures. No entanto, a formação do distrito de Lisboa, que também encurtava bastante o espaço entre linhas, não permitia ao Caldas organizar as saídas em contra-ataque.
Do mesmo problema – falta de espaço para construir – sofria o Loures, que apesar de ter o domínio em posse de bola só se conseguia aproximar da baliza, mas raramente em situação de finalização. Acabou por conseguir dois lances de maior perigo nos 10 minutos finais. Num deles Thompson ficou cara a cara com Luís Paulo, mas o guardião foi muito rápido e resolveu o lance, acabando até por se magoar no contacto. Depois, já nos descontos, foi um remate de Leo que sobrou para Luís Elói em plena área que assustou os alvinegros, mas o extremo não teve tempo de reacção para direcionar a bola e esta foi direita para as mãos do guardião alvinegro.
A toada mantinha-se no arranque da segunda parte, com Luís Paulo chamado a defender um remate de Juninho já na área. A jogada teve como protagonista o médio ofensivo Leo, que também rematou duas vezes com perigo. E o Loures ameaçou ainda por Thompson, que pouco antes de sair desviou por cima uma assistência de Fábio Marinheiro.
O aumento do número de jogadas de perigo do Loures tinha uma razão: o Caldas estava a começar a estender o jogo para o meio campo adversário e o adversário aproveitava o espaço. Mas a subida alvinegra ganhou força com as substituições. A partir do quarto de hora final o Caldas forçou, com Juvenal a dar o mote, obrigando Leão à defesa da tarde após remate de longe. E a fechar o jogo Iuri Gomes, num livre, colocou Farinha em excelente posição para marcar, já na compensação, mas o avançado viu a bola passar a escassos centímetros da barra.

Gazeta das CaldasMELHOR DO CALDAS
Paulo Inácio 3
Num tipo de jogo em que o posicionamento é peça-chave para o bom funcionamento da equipa, a capacidade que o camisola 17 tem para interpretar onde é mais preciso e a sua elevada capacidade de trabalho são trunfos. A partida de Loures foi o exemplo acabado disso mesmo.

Gazeta das CaldasDAVID SILVA, JOGADOR DO CALDAS
PONTO BOM
Foi um jogo muito difícil, com muito calor, e um campo muito mau, com muita borracha que ainda tornava o calor pior. Lutámos muito, entrámos bem, depois baixámos um bocado mas foi um jogo taco a taco e com poucas oportunidades. Levar um ponto daqui foi bom. A jogar fora contra uma equipa que investiu para lutar pelo título. Esta experiência está a correr bem, o grupo é espectacular, falta o golo, a bola está teimosa mas vamos trabalhar para que corra melhor.

JOSÉ VALA, TREINADOR DO CALDAS
PONTO POSITIVO
Entrámos muito bem com o lance do David e mais uma ou outra situação. Depois o Loures pegou no controlo do jogo. A segunda parte foi muito equilibrada, houve oportunidades de um lado e de outro. Tivemos a acabar a do Farinha e começamos a lembrar o que se passou no ano passado, em que sofremos golo a acabar o jogo. Dentro das condições, do campo e do calor, as duas equipas estiveram bem e aceita-se o empate, se calhar com golos. Um ponto é importante e sabemos que este Loures vai subir na classificação, por isso é positivo.

ANDRÉ DAVID, TREINADOR DO LOURES
INJUSTO
O empate é injusto. Não entrámos bem, mas depois pegamos no jogo, construímos, criámos uma série de situações muito flagrantes durante todo o jogo para fazer golo, não fizemos e depois contra uma equipa boa e experiente como a do Caldas acabámos por ter o dissabor de não conquistar os três pontos.