A semana do Zé Povinho

0
631
- publicidade -

A proibição de os alunos até ao 8º ano usarem os telemóveis em todo o recinto escolar é uma medida que se saúda e que se espera seja replicada por outras escolas. Zé Povinho nada tem contra as novas tecnologias e até acompanha com entusiasmo a saída dos últimos modelos destes aparelhos de telecomunicações. Mas considera que crianças do 1º ao 3º ciclo não têm maturidade para um uso seguro dos telemóveis, que são hoje poderosos computadores, ainda por cima ligados em rede à escala global.
Por um lado, há as brincadeiras infantis e o mau uso das valências dos telemóveis, proporcionador do bullying fácil e gratuito, que pode trazer consequências muito graves às vítimas.
Por outro lado, há a dependência dos telemóveis que muitos jovens demonstram e que, por vezes, raia a patologia, tornando-se um vício, ao ponto de o aparelho nas mãos ser um quase prolongamento do seu próprio braço.
Conversar, correr, saltar, brincar com os colegas, jogar à bola, contar anedotas, são certamente actividades mais saudáveis para as crianças do que deixá-las no intervalo das aulas, muitas vezes pelos cantos e corredores da escola, agarradas obsessivamente ao telemóvel. Tudo isto, é claro, sem prejuízo de que aqueles aparelhos, devidamente enquadrados pelo professor, possam ser uma ferramenta importante na sala de aulas.
Por isso, Zé Povinho saúda esta medida do Colégio Rainha D. Leonor e felicita a sua directora, a Dra. Sandra Santos, pela sua iniciativa.

Quem ri em último ri melhor e o deputado britânico John Bercow, speaker e presidente da Câmara dos Comuns – escolhido há semanas pelo Zé Povinho para demonstrar a pena que tinha pela “geringonça desafinada” a que chegou o poder executivo no Reino Unido(RU) -, pode-se rir esta semana com a decisão do Supremo Tribunal britânico que considerou ilegal a decisão de Boris Johnson de suspender o funcionamento daquela Câmara por 5 semanas.
Os onze juízes daquele Tribunal Superior consideraram a prevalência do Parlamento na capacidade legislativa e de controle, sobre a actividade do governo, impedindo assim o continuado encerramento daquele órgão fundamental da democracia britânica, que nos últimos tempos tem tido tratos de polé.
A decisão do Supremo resultou de um verdadeiro julgamento público com a apresentação de argumentação por aqueles que estavam contra a decisão de encerrar aquele órgão legislativo e o governo que defendia a sua opção. Os juízes por unanimidade reprovaram a atitude de Boris Johnson e o mediático speaker que, em protesto, já havia anunciado a sua saída, já convocou para a passada quarta-feira todos os deputados, para reiniciar os trabalhos.
Boris Johnson, por estes dias na Assembleia das Nações Unidas em Nova York, ombreando com o seu ídolo recentemente adoptado, Donald Trump, deve ter recebido “inteligentes” conselhos para por a milhas as forças de bloqueio para a sua caminhada anti-União Europeia(UE).
Mas também esta é a sua opção para provocar eleições antecipadas que ainda podem complicar mais a história do Brexit, que irá marcar duramente o próprio Reino Unido, a Europa e o mundo nos próximos anos.
Zé Povinho interroga-se se o povo inglês, como os escoceses, os gauleses e os irlandeses irão castigar ou premiar Boris Johnson no final de todo este processo e se tudo não acabará com a desagregação do Reino Unido, que ao longo de vários séculos conseguiu sobreviver mesmo perante contradições evidentes. Que mais poderá esperar a UE e o mundo deste primeiro-ministro, com fama de inteligente apesar das suas loucuras calculadas, podendo vir a provar que “o crime compensa”, ou seja, a arbitrariedade, a mentira e a demagogia, afinal serviram para tornar irreversível a saída do RU da UE?

- publicidade -