Aceder a um emprego na Europa não motivou jovens caldenses

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empAprender os mecanismos para aceder a quase 1,5 milhões de vagas de emprego disponíveis a nível europeu parece uma proposta tentadora, sobretudo numa altura em que o desemprego jovem no país tem taxas elevadas. Contudo, isto não chegou para encher o auditório da ESAD, no passado dia 7 de Outubro.
Foram apenas algumas dezenas os alunos da escola de artes e design e representantes de algumas instituições locais que marcaram presença na iniciativa “Volta a Portugal de Apoio ao Emprego”, dinamizada pela Representação da Comissão Europeia em Portugal e o IEFP.
Durante a sessão foram apresentados os novos programas Erasmus +, Europa Criativa (de apoio aos sectores cultural e criativo), EURES (Rede Europeia de Serviços de Emprego) e ainda a bolsa de emprego do IPL.
Pedro Reis, director adjunto do programa Erasmus +, disse que têm disponíveis 14,7 mil milhões de euros até 2020, num programa que “serve que nem uma luva” aos jovens pois apenas tem como limite a idade de 30 anos.
O Erasmus + abarca todos os programas que havia até 2013 nas áreas da juventude, educação, formação profissional e do desporto, este último compreendido na vertente da promoção de vida saudável e da atribuição de valor através da prática desportiva.
“Trata-se de um programa de mobilidade, em que além da circulação de pessoas, bens e capitais, queremos a circulação da cultura e da tolerância entre os países parceiros”, disse Pedro Reis. Este responsável explicou ainda que grande parte das candidaturas feitas a estes programas comunitários se concentram no litoral, nomeadamente em Setúbal, Lisboa, Porto e Braga, pelo que distritos como o de Leiria, vão receber majoração no processo de avaliação de candidaturas.
O programa de apoio aos sectores cultural e criativo – Europa Criativa tem uma execução de perto de 1,5 mil milhões de euros, para projectos que garantam a salvaguarda e promoção da diversidade cultural e linguística europeia e reforcem a competitividade destas áreas.
A EURES (Rede Europeia de Serviços de Emprego) existe actualmente em 32 países, disponibilizando informação, apoio à colocação e aconselhamento personalizado a quem muda de país. De acordo Teresa Évora, desta organização, têm em média quatro milhões de visitantes por mês e chegam a atingir, por dia, dois milhões de ofertas de emprego. A rede possui cerca de 32 mil empregadores registados e mais de um milhão de currículos de candidatos a emprego.
O director da ESAD, Rodrigo Silva, destacou o facto desta nova geração de fundos (2014 – 2020) definirem como estruturantes as áreas criativas e da cultura. Contudo, o responsável, diz ter o sentimento que, em Portugal “ainda não atingimos o grau de profissionalismo necessário para sabermos utilizar bem estes fundos que estão à disposição das instituições e dos cidadãos”. Considera que existe alguma “informalidade” na maneira como são dados a conhecer os programas e os processos de candidatura e defendeu que é necessário um “maior empenho” no seu conhecimento e forma de utilização. Considera, por isso, que são bastante importantes sessões de divulgação, como a que se realizou na ESAD, e lamentou que o auditório não estivesse cheio.
Referindo-se ao emprego e empregabilidade, Rodrigo Silva disse tratar-se de um dos problemas mais graves da Europa, e um dos problemas que está na origem de outros, ligados extremismos e fricções em alguns países.
“A batalha pelo emprego, a meu ver, é crucial para a estabilização política da Europa”, disse, acrescentando que não se trata apenas de um problema económico, mas também social e cultural. Há, no entanto, novas formas de trabalho menos convencionais e que podem contribuir para reverter a situação, mas para as quais é preciso criar formas de protecção legal e reconhecimento social, alertou ainda o responsável.

Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt

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