Agências de viagens mostram sinais de retoma

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Algarve, ilhas e destinos exóticos são os mais procurados, mas os números são ainda longe dos “normais”. Jovens são os que mais querem viajar

Entrámos na segunda metade de abril e, não fosse estarmos em plena pandemia, por esta altura as agências de viagens não teriam mãos a medir para satisfazer a procura dos portugueses por férias. Porém, e apesar da procura ser muito inferior a anos pré-covid, as agências da região mostram que há sinais de retoma.
Com o confinamento a manter o país praticamente fechado até à Páscoa, a procura por viagens foi praticamente zero até ao passado dia 5 de abril, altura em que as agências puderam voltar a abrir portas. Mas a partir desse dia o negócio começou a agitar.
“As pessoas procuram e mostram-se interessadas em marcar, mas ainda não começaram a marcar”, revela Vera Silva, da Oestetur. Nesta agência caldense, é o mercado nacional que está com maior procura, nomeadamente o Algarve, a Madeira, Porto Santo e Açores.
Para o estrangeiro, os destinos que estão a ter mais procura são as Caraíbas e as Maldivas, destinos cuja atividade turística é fundamental na economia e, como tal, estão a adotar medidas menos restritivas em relação à pandemia.
Na Travelshop, Elsa Santos traça um cenário idêntico, embora nesta agência a procura seja maior por aqueles destinos exóticos do que pelo mercado nacional.
Os sinais são de melhoria em relação ao ano passado, quando os portugueses só decidiram fazer férias em pleno verão, quando houve sinais de algum alívio da pandemia. “Nota-se que as pessoas estão expectantes, mas confiantes que o desconfinamento vai correr bem, e não querem esperar”, realça Elsa Santos, acrescentando que, “no ano passado por esta altura estava tudo a ser cancelado”. A operadora turística realça que a procura é ainda muito baixa em relação a anos normais, “mas já dá para ver uma luz ao fundo do túnel”.
Fora destes sinais de retoma continuam os destinos europeus, assim como as viagens de negócios, dadas as restrições serem maiores entre estes destinos e Portugal.
Vera Silva, da Oestetur, diz que o setor só tem resistido graças aos apoios que têm sido disponibilizados pelo Estado. “Temos pessoas em lay-off, agora vamos vendendo e é tentar aguentar o máximo possível”, afirma.

Mercado internacional parado
Na agência Luísa Todi das Caldas da Rainha, o cenário é um pouco diferente, uma vez que se trata de uma agência especializada trazer estrangeiros para a região no âmbito de circuitos culturais e de congressos.
Neste segmento, “não se verifica qualquer tipo de retoma desde março do ano passado”, realça Joaquim Monteiro, diretor geral da agência caldense. Com as restrições atuais nos museus, no transporte, na restauração, nos espaços de organização de congressos e também ao nível da circulação em via publica quanto ao acompanhamento de clientes por um guia, “não nos é possível operar”, afirma, acrescentando que assim se manterá enquanto a vacinação não for significativa e as restrições não forem levantadas.