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Gazeta das Caldas passou em revista as notícias das vidas comerciais em 2014 e 2015 e contabilizou a abertura de 116 novos estabelecimentos. Estas empresas, quase todas de pequena dimensão, criaram 314 postos de trabalho e representaram investimentos superiores a três milhões de euros, a maioria de capitais próprios. Mas nem tudo são boas notícias: das 116 já fecharam 24. Estatisticamente, em cada cinco novos projectos, um está condenado ao insucesso.

Os sectores da restauração e bebidas e o comércio de vestuário foram os que mais contribuíram para a abertura de novos estabelecimentos durante o período em análise. Em conjunto significaram 41 novos espaços, mais de um terço dos 116 noticiados na rubrica Vida Comercial da Gazeta das Caldas. Esta constitui um barómetro da actividade económica de um concelho muito ligado ao comércio e serviços.
Em 2014 o jornal deu nota da abertura de 41 novas lojas, das quais 29 se mantêm abertas. O montante conhecido do investimento é superior a um milhão de euros, um valor muito abaixo do real, uma vez que pouco mais de metade dos empresários divulgaram o capital disponibilizado para abrir estes negócios.
Estes espaços permitiram a criação de perto de uma centena de postos de trabalho. Muitos deles traduzem-se na criação do próprio emprego, ou seja, de pessoas que ficaram desempregadas e viram aqui uma possibilidade de futuro.
Esse ano foi ainda marcado por dificuldades económicas, como revela o comportamento destas empresas, mais de um quarto acabou por fechar as suas portas.
Em 2015 o comportamento do tecido empresarial caldense acompanha a tendência de crescimento da economia nacional. No ano passado, Gazeta das Caldas noticiou a abertura de 75 novos espaços comerciais, quase o dobro em relação ao ano anterior. Destas, 63 mantêm-se em actividade, com uma taxa de encerramento de 16%.
É sobretudo no segundo semestre que tanto o número de investimentos, como o montante investido sobe. As notícias publicadas na rubrica Vida Comercial falam em investimentos próximos dos 2 milhões de euros, mas 35 dos empresários não divulgaram os montantes gastos. Estes valores foram exponenciados pela abertura de vários ginásios, ópticas e empreendimentos turísticos. Em número de estabelecimentos, continuam a ser as lojas de roupa e os cafés, pastelarias e restaurantes, os que mais abrem, mas também os que mais fecham.
Estes 75 novos espaços criaram 220 novos postos de trabalho.
Dos empresários que revelaram os montantes investidos, as notícias publicadas ao longo destes dois anos mostram que não é preciso investir muito para ter um negócio de sucesso. Aquele em que o montante foi o mais baixo, apenas 300 euros, continua em actividade. A Caseta Niu, no Nadadouro, é um espaço para crianças dos quatro meses aos seis anos. Do lado oposto está a Casa do Melgaço, um empreendimento de turismo rural no Casal Pardo (Alfeizerão), onde os proprietários tiveram de gastar 360 mil euros, que também se mantém em actividade e ao qual o Booking atribui uma classificação de 9,6 em 10 (Excepcional).

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EM LINHA COM A REALIDADE NACIONAL

Os resultados encontrados pela Gazeta das Caldas vão de encontro aos números da Associação Empresarial das Caldas da Rainha e Oeste (ACCCRO) e não diferem do todo nacional. “Não somos uma zona que se diferencie muito das bases da economia nacional”, diz o presidente da associação, Paulo Agostinho, acrescentando que 96% das empresas que constituem o tecido empresarial são micro empresas, com menos de 10 funcionários.
O encerramento de espaços comerciais nos primeiros dois anos não surpreende o responsável, que considera esta realidade parte do ciclo do tecido empresarial. “Podemos olhar para aquelas empresas que conseguem atingir uma existência de 30, 40 anos, como de excelência”, diz, salientando que o normal é as empresas durarem poucos anos.
Nas Caldas as empresas que mais abrem e fecham são as das áreas da restauração e bebidas e lojas do vestuário. Paulo Agostinho especifica mesmo que existem 84 cafés e pastelarias e 41 restaurantes no concelho, pelo que a “necessidade de abrir mais um restaurante ou café devia ser repensada”. Considera que a aposta a fazer nessas áreas tem que ser num nicho de mercado e trazer algo de diferenciador.
Por outro lado, as áreas das tecnologias e das telecomunicações são as que têm mais mercado, logo as novas empresas terão mais possibilidades de sucesso.
A ACCCRO ajuda os empresários a validar as ideias de negócio e a perceber se estes são viáveis e trazem valor acrescentado ao mercado.

 

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