A empresa caldense FCSI e a obidense Carbono 21 foram distinguidas como empresas Gazela. Este prémio é relativo ao desempenho das empresas entre 2012 e 2014, mas ambas mantêm uma dinâmica forte de crescimento e implementação de mercado. Foram 57 as empresas da região Centro que cumpriram os requisitos, que incluem um crescimento acima dos 20% neste período, facturação acima de meio milhão de euros e ter pelo menos 10 postos de trabalho. É ainda valorizada a inovação.
A Fuel Card Service International, Lda. (FCSI) foi criada em 2009, numa sociedade entre Alexandre Mota e o grupo inglês Radius, uma empresa dedicada às soluções de pagamentos para os sectores de frotas e logística.
A FCSI opera no sector dos combustíveis, com soluções de cartões que se adequam a todos os tipos de frota. Estes cartões podem depois ser utilizados numa rede que inclui já mais de 100 de postos de abastecimento em Portugal, e mais de 1.000 postos na Europa. Os cartões podem ser personalizados e geridos numa base de dados em tempo real através de uma plataforma online.
Alexandre Mota já trabalhava neste sector dos cartões de frotas há cerca de 20 anos. “Conhecia um dos sócios desde essa altura e resolvemos arrancar com o projecto em Portugal”, contou à Gazeta das Caldas.
Apesar de existir uma rede internacional, a operação da FCSI é sobretudo em Portugal, mas através da Radius tem uma presença forte também em Inglaterra e na Irlanda. Actualmente o grupo está “em forte expansão em todo mercado europeu”, acrescenta o empresário.
Este foi o segundo ano consecutivo que a FCSI foi distinguida pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) como empresa Gazela, o que significa que tem tido um crescimento acentuado e de forma sustentada desde 2011.
O empresário aponta a experiência da equipa como um dos factores que contribui para a consolidação do projecto, que se mantém em franca expansão. “Somos uma empresa muito versátil, com uma equipa dinâmica, trabalhamos todos dias para melhorar as nossas performances e pretendemos manter a nossa política de crescimento”, descreve o empresário.
Em 2015 a empresa atingiu um volume de facturação de 40 milhões de euros e emprega 11 pessoas. No entanto, a expansão do negócio abre as portas ao reforço da equipa, que pode atingir os 20 colaboradores “nos próximos três meses”, adiantou Alexandre Mota.
Carbono 21 cresce a 30% desde 2012
No concelho de Óbidos foi distinguida a Carbono 21, Lda. Esta empresa, sociedade entre Telmo Faria e a esposa Marta Garcia, tem a particularidade de ser a única da lista de 57 empresas a actuar no sector do turismo.
A performance desta sociedade que garantiu o prémio Gazela 2015 diz apenas respeito à gestão do empreendimento Rio do Prado, uma vez que só em 2015 é que o casal assumiu a gerência da segunda unidade, o The Literary Man Óbidos Hotel.
Telmo Faria, ex-presidente da Câmara de Óbidos, disse à Gazeta das Caldas que a Carbono 21 tem crescido desde 2012, quando iniciou a operação no Rio do Prado, “sempre acima dos 30% e em 2014 passámos o meio milhão de euros” em volume de negócios.
A tendência de crescimento nesta unidade tem-se mantido e a abertura do Literary Man permitiu reforçar ainda mais o crescimento da Carbono 21 em 2015, pelo que o empresário acredita que estão garantidas as condições para novo prémio Gazela no próximo ano. Apesar das contas do ano passado não estarem ainda fechadas, Telmo Faria adianta que o crescimento poderá andar na ordem dos 50%.
A chave do sucesso é a inovação e a aposta em conceitos diferenciadores. Foi isso que a empresa obidense fez quando apostou no Rio do Prado, um conceito de agroturismo com serviços “à medida do cliente”, com uma relação de proximidade e dirigido a um “segmento alto”, explica Telmo Faria.
No Rio do Prado, o mercado nacional significa 60% da ocupação, enquanto os estrangeiros significam 40%. No entanto, a taxa inverte-se no que ao consumo diz respeito. Os clientes estrangeiros significam 60% da receita. Para além de Portugal, os principais mercados são a França, Bélgica, Alemanha e Espanha.
Após 2014 a área de negócio da Carbono 21 expandiu-se então com a segunda unidade hoteleira, arrendada aos pais de Marta Garcia. A empresa está a investir cerca de 500 mil euros na conversação da antiga Estalagem do Convento no Literary Man. A ideia foi novamente instalar um conceito diferenciador, aproveitando o tema que Óbidos adoptou: a literatura.
Telmo Faria realça que enquanto presidente da Câmara de Óbidos recomendou a aposta em projectos baseados na sustentabilidade e com uma dose de identidade bastante acentuada. “Sabia o que estava a acontecer no concelho, quando saí da Câmara para o sector empresarial demonstrei que aquilo que recomendava era possível”, realça. E reforça: “estar só em Óbidos não chega, é necessário lançar conceitos inovadores conceitos inovadores dentro do destino que é Óbidos”.
Já em 2016 foi criado um terceiro serviço, de consultoria. “Resulta do apelo de alguns autarcas de uma colaboração para montar projectos de inovação nas políticas locais”, descreve o empresário. A empresa montou uma equipa de consultores para prestar este serviço.
Estes dois projectos significaram também o crescimento da empresa em postos de trabalho, já conta com cerca de 30 colaboradores.