Iniciativa da Óbidos HUB promoveu o debate sobre as oportunidades que a aposta na sustentabilidade abre para as empresas num futuro que já começou.
A Óbidos HUB, uma associação sem fins lucrativos que tem como missão conectar jovens, associações e empresas, dinamizou, no passado dia 16 de setembro, uma iniciativa que juntou alguns projetos de dimensão nacional ao nível da sustentabilidade, para discutir este que é um dos temas quentes para as empresas e para os territórios.
No Encontro Criativo para a Sustentabilidade, os participantes puderam ouvir responsáveis de projetos como a BCSD Portugal, a B Corps in Portugal, a EcoXperience, ou ainda a Mota-Engil Engenharia e Construção e da Decathlon, assim como de instituições como a AIP – Associação Industrial Portuguesa, a AIRO – Associação Empresarial da Região Oeste, e da OesteCIM.
Num momento da história em que a sociedade está pressionada pela crise energética, pela ameaça das alterações climáticas, mas também por uma nova geração que está cada vez mais desperta para as questões da sustentabilidade, este é um desafio crescente para as empresas.
Luís Amado, diretor executivo da B Corps in Portugal, organização que certifica produtos pelas boas práticas de sustentabilidade, disse na mesa redonda do evento, que “é no desconforto que aprendemos”. O orador disse que a sociedade deu conta “da insustentabilidade e isso começou a preocupar” e que encarar o problema implica mais do que fazer escolhas. “É preciso inventar coisas novas”, afirmou, acrescentando que houve empresas petrolíferas que mudaram e “hoje são empresas 100% sustentáveis”.
Neste processo de adaptação, ou mudança, das empresas, Paulo Caldas, diretor para a economia, financiamento e inovação da AIP, diz que “errar é importante”. Mas há uma questão que preocupa o dirigente e antigo autarca do Cartaxo. Em Portugal, o tecido empresarial é sobretudo formado por microempresas, “que não são sustentáveis por natureza”, reforçando a necessidade de trabalhar em redes de parceria para absorverem valor.
João Menezes, secretário-geral, BCSD Portugal, uma associação empresarial que presta apoio nesta área, diz que as empresas são fundamentais neste processo de mudança, mas lembrou que são ainda uma realidade muito recente na história da humanidade, com pouco mais de 100 anos. “No seu curso de vida, as empresas aprenderam a ser eficientes, a produzir de modo a levar bens de grande consumo à população, criarem emprego, riqueza e pagarem impostos”. “Agora perceberam que o foco não pode ser só o negócio”, e a sustentabilidade está nessa mira direta das empresas, porque as torna mais eficientes, melhora a reputação junto do público, ajudando a fidelizar clientes e a manter talento, realça.
O líder da BCSC Portugal acrescentou que a sustentabilidade é, hoje, uma grande oportunidade de investimento para as empresas, porque os quadros comunitários para isso apontam. E alerta: “quem ficou fora da transição digital, saiu do mercado. Não acolher a sustentabilidade é ficar fora de pé”.