Vendas para o estrangeiro aumentaram 2,3% mas setor das frutas e legumes cresceu quase 19%
As exportações portuguesas de bens caíram no primeiro semestre deste ano na ordem de 1%, mas a região Oeste não seguiu essa tendência, com as vendas de produtos para o estrangeiro a crescerem mesmo 2,3%. O setor hortofrutícola foi o grande responsável pelo crescimento das exportações regionais entre janeiro e junho, reforçadas por um crescimento também da indústria transformadora.
A região regista, nos dados preliminares do Instituto Nacional de Estatística, 831,3 milhões de euros de exportações de bens, cerca de 19 milhões de euros a mais do que no mesmo período do ano passado.
O crescimento das exportações do Oeste assenta na maior procura dos mercados externos à União Europeia, que compensaram, inclusivamente, a retração da procura dos mercados do espaço comunitário europeu. A União Europeia continua a ser o principal destino dos produtos da região, com as exportações para o espaço europeu a atingirem os 543 milhões de euros, mas com uma retração de 2,3%. Já o resto do mundo representou vendas de 287 milhões de euros, mais 12,3% do que no período homólogo do ano passado.
Quanto aos produtos, o setor alimentar continua a ser, por larga margem, a âncora da economia regional. Combinados, o comércio de carne e derivados, hortofrutícolas frescos e produtos alimentares transformados significam perto de 390 milhões de euros de exportações, mais de 45% do volume exportado. O setor hortofrutícola foi o que mais cresceu, 18,9% para 133,7 milhões de euros. A indústria alimentar subiu 9,4% as vendas para o estrangeiro, para 173,9%, destacando-se agora como o setor mais exportador da região. Já a venda de carne e derivados caiu 9,9%, para 82,3 milhões de euros.
O segundo maior setor exportador na região continua a ser a maquinaria e peças, cujas vendas para o estrangeiro atingiram os 148,6 milhões de euros, contudo com uma queda de 5,6% face aos primeiros seis meses do ano passado.
Fecha o top 5 dos setores mais exportadores da região o material de transporte, que registou um crescimento de 5,5% para os 79 milhões de euros.
É ainda de realçar uma forte desaceleração das exportações em três setores de nicho em que a região Oeste tem forte tradição. A cerâmica registou exportações na casa dos 44 milhões de euros, menos 9 milhões de euros do que no mesmo período do ano passado, numa quebra de 18,9%. Na cutelaria e ferramentas verificou-se um decréscimo de 9,1% nas exportações, para os 19 milhões de euros. E no calçado as vendas para o estrangeiro decresceram 6,6%, para os 6,8 milhões de euros.
Entre os concelhos da região, Torres Vedras reforçou o estatuto de maior exportador, atingindo no primeiro semestre deste ano 217 milhões de euros, mais 4,3% do que no mesmo período do ano passada. Alcobaça viu as exportações caírem no primeiro semestre 7,2%, para 158 milhões de euros, e perdeu o estatuto de segundo concelho mais exportador da região para Alenquer. Este concelho subiu as exportações 4,7%, para 161 milhões de euros.
Nas Caldas da Rainha, as exportações também caíram, 18,5%, para 56,7 milhões de euros. Em Peniche também caíram, 6,9%, para 65,7 milhões de euros.
Há ainda a destacar Óbidos, que mais do que duplicou as exportações, atingindo 51,7 milhões de euros. Também Cadaval registou uma subida acentuada, 83,9%, para 23,8 milhões de euros. ■