Jantar de gala assinalou 25 anos de Luís Vieira na Quinta do Gradil

0
432
- publicidade -

Percurso que começou em 1999 com a aquisição da quinta cadavalense é hoje um negócio que fatura 50 milhões de euros ao ano e garante 180 empregos

O empresário Luís Vieira comemorou no passado dia 21 de novembro os 25 anos da aquisição da Quinta do Gradil, o início de um trajeto que resultou na criação do grupo Parras Wines. Num jantar de gala que reuniu companheiros de caminhada, amigos e parceiros, o grupo que tem sede no concelho de Alcobaça apresentou várias novidades, sendo a maior o lançamento da aguardente envelhecida Emília, que é uma homenagem à avó do empresário.
“São 25 anos, são muitos dias e é um carrossel, com muitos altos e baixos. Há alturas de uma alegria imensa pelas conquistas incríveis e de um trabalho de equipa fantástico, e há dias em que só se vê escuridão e dificuldades. Mas, acima de tudo, é um processo de muita vontade de fazer coisas e de muita resiliência”, disse o empresário, feliz de poder partilhar a comemoração deste quarto de século de história com pessoas que o acompanharam ao longo do percurso.
Crescido numa família intimamente ligada à produção de vinho, Luís Vieira lançou o seu próprio negócio em 1999 quando adquiriu a Quinta do Gradil, no Cadaval. “Quando a comprei, a empresa faturava 1,5 milhões de euros e dava emprego a cinco pessoas”, conta. Nessa altura as vinhas da quinta estavam em mau estado. A empresa vendia vinho a granel, comprava vinho a produtores e vendia a engarrafadores. Hoje, a quinta localizada no sopé da Serra de Montejunto tem os 200 hectares de vinha a produzir uva de excelência e o negócio de Luís Vieira expandiu-se em várias ramificações, sob a capa da Parras Wines.
“Hoje temos produção própria em três zonas geográficas – Alentejo, Tejo e Lisboa -, temos locais onde compramos uvas e vinificamos, temos adegas próprias, temos uma empresa de engarrafamento que vendemos para mais de 40 países no mundo e temos enoturismo que proporciona experiências a muitas pessoas de várias latitudes aqui na Quinta do Gradil”, enumera. Além da produção própria naquelas três zonas geográficas, o grupo engarrafa em parcerias com outros produtores no Dão, no Douro e também nos vinhos verdes.
Pelo meio, na própria Quinta do Gradil, além do trabalho na vinha e na produção dos vinhos, foi feita uma aposta na requalificação da marca, no registo histórico da própria quinta, que remonta a 1492 e na recuperação total do palácio, que, entre outros, chegou a estar na posse da família de Sebastião Carvalho de Melo, o Marquês de Pombal.
“Hoje faturamos 50 milhões de euros por ano e somos 180 pessoas em todo o grupo”, completa.
O segredo desta evolução são as pessoas. “Acima de tudo é termos as equipas certas, com uma ambição correta, pessoas trabalhadoras, sérias, muito profissionais, com muita capacidade, porque ninguém faz nada sozinho”, afirma. O papel do empresário é “dar um bocadinho a luz, a orientação, o objetivo, e depois tentar que todos corram no mesmo sentido para chegarmos a uma determinada meta”.
Na gama de vinhos, o grupo tem uma oferta bastante ampla, o que obriga a um trabalho muito forte na comunicação, quer a nível geral, quer junto dos parceiros para que entendam as características dos néctares e a que tipo de cliente final estes melhor se enquadram.
“Temos um conjunto de vinhos de uma excelente relação qualidade/ preço para volume, mas também temos vinhos muito mais complexos, muito mais difíceis às vezes de entender, mas de qualidades absolutamente exímias. Isso obriga-nos a ser muito mais cuidadosos a perceber quem está do outro lado e o que pretende”, realça.
A equipa de enólogos é, por isso, muito importante. “Temos enólogos e equipas que fazem coisas distintas uns dos outros”, nota.
A qualidade do trabalho tem sido atestada pelos prémios que os vinhos da Parras Wines vão conquistando. “Enche-nos de orgulho, porque não somos nós a dizer, são críticos com prestígio que fazem jus a essa qualidade. Não trabalhamos para os prémios, mas quando os temos, adoramos”, completa.
Durante o jantar de gala, os convidados puderam degustar uma harmonização dos vinhos da Quinta do Gradil com os pratos servidos e, entre pratos, degustar outros néctares que estão a ser lançados pelo grupo. Entre as novidades estiveram um barro da Herdade da Candeeira, DOC Alentejo, e o Ganita 2015, da Quinta do Gradil, recentemente avaliado com 18,5 valores pela revista Grandes Escolhas. A gama Saltimbanco, também da quinta cadavalense, ganhou um alfrocheiro muito especial. “Foi uma vinha que nós tínhamos com cerca de dois hectares desta casta, que durante 15 anos esteve sempre a dar maus vinhos. No ano em que decidimos arrancá-la, deu este vinho absolutamente extraordinário e estamos a lançá-lo. Acaba por ser uma história interessante, mas, ao mesmo tempo, triste…”, descreve.
Mas o lançamento do dia foi a aguardente Emília. “É uma aguardente com características únicas, que tem quase 60 anos e é um tributo à minha avó, que viveu até aos 100 anos e me ensinou muito”, apontou.
Para o futuro próximo, a Parras Vinhos está a preparar o desenvolvimento de um novo enoturismo na Herdade da Candeeira, no Alentejo. “Pegámos primeiro nas vinhas, depois na adega, e agora temos lá um monte no qual queremos começar a investir para torná-lo em enoturismo de habitação, mas focado em provas”, adianta, acrescentando que, para a Goanvi, a empresa de engarrafamento do grupo, está também a ser desenvolvido um projeto relativo a turismo, mas num âmbito distinto. ■

- publicidade -