O complexo Le Vicky, na Zona Industrial, mudou de gerência e é agora explorado por Manuel e Luís Lisboa, pai e filho, ambos sócios, responsáveis até há pouco mais de um ano pelo Salão Milénio no Caldas Internacional Hotel.
Os dois empresários assumem a exploração do restaurante, cafetaria e posto dos CTT mediante o pagamento de uma renda ao proprietário do imóvel, Michel Alves. Curiosamente, este empresário e os Lisboa têm em comum a emigração e a francofonia – Michel Alves viveu em França e Manuel e Luís na Bélgica, tendo este último nascido em Bruxelas.
A grande mudança na gestão deste complexo é que o restaurante passou a funcionar como bufet ao preço de 8,50 euros por refeição com tudo incluído: entradas, carne, peixe, salada, tábua de queijos, fruta, doces, café e uma bebida. Ao sábado à noite e ao almoço de domingo o preço sobe para 11,50 euros porque inclui mais bebidas e haverá música ao vivo. O bufet inclui ainda carne grelhada à vista podendo o cliente retirar ele próprio os nacos da brasa.
A cafetaria tenderá a ser mais uma “petiscaria”, na expressão de Luís Lisboa, que vai apostar nos petiscos durante as tardes. Quanto ao posto dos CTT, este mantêm-se sem alterações, bem como o parque infantil, separado por um vidro do restaurante, onde os mais pequenos poderão brincar sob a vigilância dos pais.
O jovem empresário diz que a antiga equipa, de cinco pessoas, do Le Vicky também se mantém, tendo os novos gerentes criado mais cinco postos de trabalho, alargando para dez o número de empregados. Um número que não é elevado tendo em conta que o restaurante e “petiscaria” vão laborar sete dias por semana. As refeições são servidas entre as 12h00 e as 15h00 e entre as 19h00 e as 22h00.
O mercado alvo deste complexo é, naturalmente, a população da Zona Industrial e também as pessoas das Caldas da Rainha, tendo em conta a proximidade da cidade e a facilidade de estacionamento do local.
Outra mudança: agora Le Vicky chama-se Lisboa. Pai e filho quiseram fazer jus ao apelido da família e a própria decoração do empreendimento vai ter como motivos a cidade de Lisboa. Em obras de remodelação – que ampliam o espaço do restaurante – foram investidos mais de 2000 euros.
E em tempo de crise faz sentido investir e meterem-se em novos negócios?
“Não podemos estar sem fazer nada e isto da hotelaria é a única coisa que eu sei fazer”, responde Manuel Lisboa, que durante 40 anos sempre trabalhou neste ramo na Bélgica. Além disso, pai e filho reconhecem que o mercado das Caldas da Rainha é bom e que até agora têm tido sucesso.
Manuel Lisboa é natural de Pombal, mas decidiu instalar-se nas Caldas quando regressou a Portugal. Já o filho, nascido em Bruxelas há 29 anos, não disfarça algumas dúvidas. Com uma licenciatura em Gestão e Marketing tirada na Ecole Pratique de Hautes Etudes Commerciales, interroga-se se não teria sido melhor ter continuado a viver na cinzenta Bruxelas do que no solarengo Portugal em crise.