A Lourinhã irá, finalmente, ter um parque temático de dinossauros. A ideia é antiga e consiste em aproveitar a marca identitária desta região. O conceito do parque foi desenvolvido pela Parque dos Dinossauros da Lourinhã, SA, uma empresa ligada ao Dinopark (um parque temático do mesmo tipo a 40 quilómetros de Hannover na Alemanha) que desenvolveu oito parques em vários países. Inicialmente o investimento previsto era de 20 milhões de euros, mas dada a falta de financiamento comunitário, o projecto actual foi reduzido para os 5 milhões de euros. Abre ao público em 2018.
Depois de ter sido assinado o contrato de cofinanciamento entre a PDL-Parque de Dinossauros da Lourinhã, Lda. (uma sociedade por quotas, detida por investidores alemães do grupo Dinosaurier-Park de Munchenhagen), e o Turismo de Portugal, arranca este mês o trabalho de preparação da área destinada a um parque temático de dinossauros no Pinhal dos Camarnais (Lourinhã). A construção do edifício central e do museu ao ar livre (que irá ocupar 10 dos 36 hectares cedidos pela autarquia, num terreno que é a antiga lixeira municipal) arranca em 2017 e as portas abrem em 2018. Esta é a nova calendarização para um projecto que começou a ser preparado há mais de cinco anos.
A atracção contará com 250 réplicas de dinossauros em tamanho real, uma área expositiva, uma zona comercial e outra lúdico-científica.
PROJECTO SEMPRE ADIADO
O grupo Dinosaurier-Park International Gmbh & Co. KG, dedica-se a parques temáticos de dinossauros há 40 anos. Tendo começado por explorar pedreiras, foi depois de um achado arqueológico numa das suas explorações que começou a desenvolver este conceito. Depois forneceu know-how para mais oito parques em vários países (dois na Alemanha e um na Hungria, Bélgica, Inglaterra, Japão, Roménia e Dinamarca).
Em 2011 venceu um concurso de ideias do município da Lourinhã. O PDM foi alterado no mesmo ano para viabilizar o projecto, que previa a criação do maior parque do mundo, num investimento de 20 milhões de euros, para ocupar 25 hectares dos 36 que a autarquia cedia.
Em 2012 a empresa e o município assinaram os termos de cooperação e previam que a abertura fosse em 2013. Tal facto era noticiado na Gazeta das Caldas, a 9 de Abril de 2012. Vital do Rosário, vereador da Câmara da Lourinhã, revelava então “que o primeiro parque deveria custar 20 milhões de euros, tendo sido depois revisto em alta para 32 milhões”. No entanto, esse montante “implicava que fosse visitado por 200 mil pessoas por ano com bilhetes a 20 euros cada uma”.
A crise, porém, obrigou a redimensionar o projecto, excluindo a componente dos carrosséis e montanhas russas, tornando-o numa “espécie de museu ao ar livre”.
Mas esse projecto não recebeu financiamento do Turismo de Portugal e foi adiado.
NEGOCIAÇÕES DIFÍCEIS
Em Julho de 2013 foi aprovado na Assembleia Municipal da Lourinhã um outro projecto para criar o parque, mas já com uma redução de investimento de 20 para 10 milhões de euros e para apenas 10 dos 36 hectares inicialmente previstos. O grupo comprometia-se a investir seis milhões numa fase inicial e os restantes quatro no prazo de dez anos, contando com cinco milhões de euros que esperavam obter através de fundos comunitários.
Em Setembro de 2013 os terrenos foram cedidos por 50 anos a privados pela autarquia, prevendo-se que os trabalhos de limpeza do terreno arrancassem de imediato. Na altura definiu-se um prazo máximo de dois anos para a realização das obras após o licenciamento, mas a abertura era apontada para a Páscoa do ano seguinte.
O grupo alemão estimava que eram precisos 135 mil visitantes por ano, a 12 euros por entrada, para que o parque fosse sustentável.
Mas, afinal, em Setembro de 2014 o investidor não tinha disponibilidade para implementar o projecto a curto prazo devido às condições exigidas pelos bancos portugueses. A esta altura, os alemães propunham-se entrar com três milhões de euros investidos em réplicas de dinossauros em tamanho real.
O projecto continuou parado até Outubro deste ano, em que foi assinado o contrato de co-financiamento com o Turismo de Portugal. O parque resulta de uma parceria entre a PDL (promotora da empresa), a Câmara (detentora dos terrenos) e GEAL e Museu da Lourinhã (que é detentora do espólio e do conhecimento científico que serão aplicados no parque).