Maçã de Alcobaça vale cerca de 40 milhões de euros

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A fruta colhida este ano será de elevada qualidade em sabor e níveis de açúcar (foto de arquivo) | Joel Ribeiro
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A produção de Maçã de Alcobaça para a campanha 2017/18 deverá atingir as 45 mil toneladas, o que permitirá ao sector encaixar um volume de negócios superior aos 40 milhões de euros. Este ano o fruto teve as condições climatéricas ideias para se desenvolver e a qualidade será elevada. O novo clube de exportadores criado pela Associação de Produtores de Maçã de Alcobaça (APMA) deverá permitir a recuperação de quota nas exportações.

 

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O ano de 2017 trouxe as condições climatéricas ideais para a produção de maçã. “Desde a floração à colheita não choveu e o fruto cresceu num clima completamente mediterrâneo” explicou à Gazeta das Caldas Susana Costa, da Associação de Produtores de Maçã de Alcobaça (APMA), que gere a Indicação Geográfica Protegida “Maçã de Alcobaça”.
Estas condições permitiram aos fruticultores tirar dos seus pomares valores próximos do máximo do seu potencial. A produção total deverá atingir as 45 mil toneladas, permitindo recuperar as quebras registadas no ano passado, que foram na ordem dos 30% e que se ficaram a dever a condições climatéricas adversas na Primavera e no Verão.
Além da quantidade, a colheita deste ano traz um fruto “de elevada qualidade” em termos de sabor e níveis de açúcar, refere Susana Costa.
Mas não foram só as condições climatéricas que contribuíram para o acréscimo em relação ao ano passado. Existe um novo modelo de pomar que está actualmente a ser instalado, que contribuiu para um aumento na ordem dos 10% da produção. Susana Costa explica que não se trata apenas de um acréscimo à produção existente, mas sim “de uma nova fruticultura, de maçãs com aspecto, qualidade e sabor únicos no mundo”.
De resto, os pomares de Maçã de Alcobaça certificada estão a crescer e a APMA estima que a área passe dos actuais 1.200 hectares para os 1.500 nos próximos dois anos, o que representa uma expansão de 25%.

 

RECUPERAR QUOTA EXTERNA

A quebra de produção verificada na campanha 2016/17 obrigou a APMA a concentrar a sua acção no mercado nacional, de modo a manter a sua quota de mercado. Esta posição forçou um recuo das exportações, que foi de 29% em 2015/16 e baixou para os 12% na campanha seguinte. Para 2017/18 o objectivo é subir o peso da exportação para os 30%.
E a associação tem um plano para o conseguir. Os produtores terão este ano acesso a um clube de exportadores, uma iniciativa inovadora da APMA “que permitirá às organizações de produtores atuarem juntas no mercado externo, com uma imagem única e com um padrão qualidade Premium”, refere Susana Costa. Desta forma, o produto chegará aos mercados de destino com uma “diferenciação positiva, como já se fez no mercado interno”, acrescenta.
Os principais mercados da Maçã de Alcobaça a seguir ao nacional são Inglaterra, Brasil e Irlanda. No entanto, com este clube de exportadores, a APMA pretende criar novas oportunidades nos mercados árabes e africanos.
A Maçã de Alcobaça IGP tem 18 organizações de produtores certificados que empregam cerca de 2.500 pessoas. Os pomares situam-se num território entre os concelhos de Leiria e Torres Vedras, mas com maior incidência nos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Alcobaça, Nazaré e Porto de Mós.
A marca é actualmente atribuída a nove variedades de maçã, nomeadamente Golden Delicious, Red Delecious, Royal Gala, Casanova, Fuji, Granny Smith, Reineta, Jonagold e Pink.

 

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