Nova tecnologia de estruturas laminares produzida em fábrica no concelho das Caldas

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Uma antiga fábrica de resina situada no Lugar do Bouro (Salir do Porto) deu lugar à empresa ESLAM – Estruturas Laminares Engenharia, S. A., dedicada ao fabrico e comercialização de produtos modulares para a construção civil e obras públicas. A empresa vai começar a laborar ainda este mês, com 11 trabalhadores e pretende aumentar o número para 30 até ao final do ano.

Para além destas instalações fabris, a ESLAM possui também uma componente de investigação, cujas instalações de Investigação e Desenvolvimento ficarão localizadas nos edifícios centrais do Parque Tecnológico de Óbidos.

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A empresa ocupa uma área de cerca de 4,2 hectares junto à linha férrea

Assente numa tecnologia patenteada, originária do Brasil, a ESLAM vai produzir um novo tipo de estrutura, constituída por feixes de lâminas de betão, que poderá ter múltiplas utilizações no sector da construção.

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Esta solução tecnológica oferece produtos “mais leves e esbeltos”, refere o presidente da empresa, Gonçalo Pereira de Almeida, adiantando que o peso da obra poderá ser reduzido até 30%. Permite também uma maior resistências e rapidez de montagem, podendo uma casa com 120 metros quadrados ser montada numa semana.

O facto das lajes e paredes terem uma menor espessura vai possibilitar um aumento de área útil da casa. Alem disso, a utilização desta tecnologia dispensa o uso de escoras e pilares no interior do edifício, rentabiliza os custos de mão-de-obra em cerca de 45% e contribui para a sustentabilidade ambiental, acrescentou o mesmo responsável.

Contas feitas, a redução do custo total da obra pode ir até aos 30% do seu valor pela construção tradicional.

Esta nova solução construtiva permite aplicações em casas, resorts, escolas, estádios, hospitais, vedações, passagens superiores, pontes fluviais, subestações de energia, revestimentos de fachadas e condutas de passagem, entre outras aplicações.

Este projecto, orçado em 1,5 milhões de euros, conta com uma comparticipação do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) de 1,058 milhões de euros. A fábrica possui uma área de implantação de 40 mil metros quadrados e irá começar a laborar ainda durante o mês de Março. Actualmente encontram-se já a trabalhar 11 pessoas, mas as previsões são de, até ao final do ano, ali laborarem 30 trabalhadores, em que “mais de 90% serão pessoas que estão hoje desempregadas”, refere o director geral, David Santos, que destaca o trabalho “inexcedível” do Centro de Emprego das Caldas.

A escolha das Caldas surgiu pelo facto de haver um terreno à venda junto à linha férrea. “Procurei sempre um terreno que tivesse essa hipótese”, refere o responsável, adiantando que estão já a perspectivar a exportação e a ferrovia será o meio de transporte preferencial para a ligação à Europa e também aos portos marítimos.

A ESLAM possui já contactos para exportar os seus produtos para Espanha, França, Marrocos, Roménia, Senegal, Angola, Cabo Verde, Brasil e Chile.

A exportação será muito diferenciada para os vários países. “Estão a pedir-nos muito para habitação social pois temos um valor baixo em termos de construção. A nossa ligação com as universidades também passa por aí”, acrescentou Gonçalo Pereira de Almeida.

Temos uma equipa de investigadores envolvidos bastante grande, em termos de áreas, indo da engenharia química à agronómica.

Esta tecnologia foi criada por um investigador brasileiro que trabalhou com equipas na recuperação das casas depois dos terramotos do Japão e de S. Francisco (EUA). A ESLAM passou a assegurar a continuidade da investigação em Portugal, tendo actualmente “vários projectos para produtos específicos a serem desenvolvidos”, refere o presidente da empresa.

Neste momento estão a trabalhar com especialistas da Universidade Técnica de Lisboa, Universidade Nova de Lisboa e Universidade de Coimbra e o LNEC. Quando os edifícios centrais do Parque Tecnológico de Óbidos estiveram criados, albergarão o departamento de investigação.

Gonçalo Pereira de Almeida considera que avançar para o mercado nesta altura de crise acaba por ser benéfico, uma vez que estão a intruduzir um “produto mais barato e a ajudar quem precisa”. Antevêem que a maior procura irá registar-se a nível de habitação, escolas e parques de estacionamento.

Ao contrário da construção convencional, este tipo de construção na fábrica obriga a um maior tempo de secagem dos materiais. “Umas das coisas que garantimos é que qualquer produto que concebemos tem, no mínimo, os 28 dias de cura do betão mais o tempo de execução dessa estrutura”, disse o responsável.

As casas construídas com esta tecnologia têm ainda a particularidade de serem desmontáveis e, depois do seu tempo de vida (50 a 60 anos) são “completamente reaproveitáveis”.

Esta empresa, que agora vai começar a sua actividade, já recebeu um prémio em Junho no Brasil, do Instituto Mineiro de Engenharia Civil, por um projecto de habitação social que fez, em conjunto com a empresa EcoChoice.

 

Uma antiga fábrica de resina situada no Lugar do Bouro (Salir do Porto) deu lugar à empresa ESLAM – Estruturas Laminares Engenharia, S. A., dedicada ao fabrico e comercialização de produtos modulares para a construção civil e obras públicas.
A empresa vai começar a laborar ainda este mês, com 11 trabalhadores e pretende aumentar o número para 30 até ao final do ano.
Para além destas instalações fabris, a ESLAM possui também uma componente de investigação, cujas instalações de Investigação e Desenvolvimento ficarão localizadas nos edifícios centrais do Parque Tecnológico de Óbidos.

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