Garantia deixada pelo secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, em tertúlia do PSD, nas Caldas
“Tenho a certeza absoluta de que o hotel nos Pavilhões do Parque será uma realidade”. A afirmação é do secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado.
O governante veio às Caldas para uma conversa informal, que juntou cerca de 40 militantes e simpatizantes do PSD, na noite de 3 de dezembro, no Café Central.
Pedro Machado recordou que os pavilhões foram incluídos no programa Revive, que foi criado em 2016, mas “ainda hoje não tem um suporte legislativo”. Portanto, apesar de existirem “64 imóveis que foram mapeados e para alguns deles foram lançados concursos e ¬alguns em que foram assinados contratos”, o programa “não tem um documento legislativo, não tem uma portaria, não tem um decreto-lei, uma lei”.
Assim, o que “estava aqui em causa e que estamos a concluir com o Ministério da Coesão são os instrumentos financeiros necessários para fomentar e financiar o programa Revive”.
À margem do evento, e quando questionado pelos jornalistas relativamente ao assunto, Pedro Machado referiu que “é preciso encontrar uma fórmula que permita ao grupo concessionário investir, ao município receber esse investimento e ao Estado, através dos instrumentos financeiros que tem disponíveis, conciliar toda esta pretensão. E isso não tinha sido feito até agora”.
Quando questionado sobre o facto de o mesmo grupo ter conseguido realizar a recuperação de parte do Mosteiro de Alcobaça para criar um hotel cinco estrelas, Pedro Machado referiu que “não são soluções completamente originais, tem a ver com as alterações dos quadros de financiamento, que fez com que houvesse aqui um gap entre a capacidade da decisão, a elaboração do projeto e o início da obra. As transições de quadros, como aconteceu já duas vezes, limitaram provavelmente que a solução não tivesse sido encontrada tão rapidamente, mas neste momento acho que há todas as condições para que isso aconteça”.
Foco no turismo
Pedro Machado começou por frisar que “o turismo é uma indústria” e esclareceu que Portugal vive um ambiente positivo neste setor, com perspetivas de continuar a crescer. “Temos uma fasquia na ordem dos 27/28 mil milhões de euros de receitas arrecadadas do turismo”, contou, acrescentando que “Portugal gera mais de 80 milhões de dormidas e recebe mais de 30 milhões de hóspedes internacionais” e que o turismo representa 20% do PIB.
Os cinco grandes mercados que procuram Portugal são o Reino Unido, Espanha, Alemanha, Brasil e Estados Unidos e, fez notar, “Portugal é o sétimo destino mais seguro do mundo e a segurança é um ativo estratégico”. A importância da sustentabilidade e da singularidade também foram frisadas.
Pedro Machado recordou a evolução no turismo em Portugal. Por exemplo, o país “em 2006 tinha na sua estratégia 10 produtos turísticos nacionais e hoje tem 22”.
O governante falou ainda dos programas existentes para as empresas deste setor, como o Turismo Mais Próximo, o Valorizar ou a Linha de Qualificação da Oferta, entre outros. Realçou que “esta indústria que tem vindo a crescer, precisa agora de tratar das suas dores de crescimento”, nomeadamente, a pressão sobre os recursos, como o caso da água e a demografia, com a consequente falta de recursos humanos.
Na sua intervenção fez notar ainda a importância das autarquias na criação de condições para o turismo, nomeadamente, “a chave de ouro da atividade turística nos territórios, a mobilidade, espaço público, iluminação, espaços públicos, mobiliário urbano, requalificação dos espaços do município, ativação de espaços devolutos para usos culturais ou colaborativos”, exemplificou.
Nicola Henriques, que também foi um dos oradores convidados, salientou a importância de existir uma estratégia municipal alinhada com a estratégia nacional, deixando críticas ao atual executivo das Caldas. Destacou a importância da segurança e a existência de uma escola superior de artes e design, que pertence a um politécnico, e as possibilidades que isso cria. Questionou “o que desejamos na área do turismo para o nosso território” e reforçou a importância das parcerias. Deu ainda o exemplo do Bazar à Noite, que se tornou num produto turístico.
Por sua vez, Mariana Calaça Baptista, que completava o painel, partilhou a sua experiência no Art&Tur e frisou a importância dos audiovisuais para os territórios, em particular, para o turismo. O turismo cinematográfico e a valorização dos territórios através do cinema estiveram também em foco na sua intervenção. A mesma oradora sugeriu que a A8 poderia ser promovida como a autoestrada da UNESCO, dado o facto de existirem várias ligações ao longo do percurso. ■