Negócios com o estrangeiro valeram 1.356 milhões de € às empresas do Oeste, mais 13,9% do que no ano passado e mais 10,1% do que em 2019
As empresas exportadoras da região demonstraram em 2021 enorme resiliência ao cenário de crise internacional provocado pela pandemia de covid-19 e o resultado final foi um volume de negócios para o estrangeiro recorde, próximo dos 1,36 mil milhões de euros (M€), segundo os dados provisórios do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Este valor compara com os 1.190M€ de 2020 e com os 1.232M€ de 2019, com crescimentos de 13,9% e 10,1%, respetivamente.
Os setores exportadores mais significativos foram a indústria de maquinaria e peças (336,4M€), a indústria alimentar (284,2M€), os produtos vegetais (199,5M€), os produtos de origem animais (131,3M€) e a cerâmica (87M€).
Destes, o setor de produtos hortícolas e frutícolas foi o único que vendeu menos para o estrangeiro (1,5%), os restantes cresceram, com destaque para os produtos de origem animal (33,7%), a cerâmica (22,7%) e maquinaria e peças (21,7%).
De entre os concelhos do Oeste Norte, Alcobaça mantém-se como o concelho mais exportador, cresceu 11,1% para 253,2M€.
Neste concelho, prevalecem os setores da cerâmica (41,7M€), a indústria alimentar (33,8M€) e a maquinaria e peças (31,2M€).
Caldas da Rainha recupera o segundo lugar como concelho mais exportador, com as empresas caldenses, que tinham sido particularmente penalizadas no ano passado, a registarem uma recuperação plena. O concelho exportou bens no valor de 134,1M€, com um crescimento homólogo de 41,8%, o maior da região, e superando o valor de 2019 em 6%.
A maquinaria e peças é o setor que mais exporta nas Caldas (76M€), seguido das indústrias química (18,4M€) e alimentar (11,9M€). De registar, ainda, a cerâmica, qua quase duplicou as exportações e aproximou-se dos 7 milhões de euros exportados, e também a cutelaria, que atingiu os 9 milhões de euros, com um crescimento de 21,9%.
As empresas de Peniche concluíram o ano passado com 115,6M€ em exportações, com um crescimento de 1,5%. A indústria alimentar (79,8M€), os produtos animais (17,6M€) e a indústria dos plásticos (7M€), são setores chave.
Entre os concelhos onde a indústria é menos relevante no tecido empresarial, o Bombarral é o que mais exporta, cresceu 12,6% para 65,8M€. Só os produtos de origem vegetal valem mais de metade deste valor.
O mesmo acontece com o Cadaval e Óbidos, os únicos concelhos da região onde as exportações diminuíram (5,7% e 11,9% respetivamente). Os produtos vegetais representam 20,7M€ de um total de 29M€ no Cadaval e, em Óbidos, 8,2M€ de um total exportado de 17,5M€.
Na cauda da região está a Nazaré, com um total de 12,6M€ em exportações, mais 36,6% do que em 2020. A cerâmica é o setor que mais exporta (7M€), seguido dos produtos de origem animal (4,3M€)
Quanto às importações, também subiram. No Oeste, atingiram 1.614M€, mais 17,8% do que em 2020 e mais 4,5% do que em 2019. A balança comercial da região é negativa em 257,7M€.
Alcobaça, Bombarral e Peniche são os concelhos que apresentam balança comercial positiva. Os restantes apresentam balanças comerciais negativas, entre os 9M€ das Caldas da Rainha e os 22,9M€ de Óbidos.