Preço das garrafas preocupa produtores de vinho

0
192
O setor do vinho é um dos principais exportadores de vidro português

Aumentos acima dos 55% resultam em pedido de ajuda ao Governo

Os produtores de vinho estão preocupados com os “preços recorde” das garrafas que, apesar da baixa dos custos energéticos, ameaça a competitividade do vinho nacional, alertou a ANCEVE – Associação Nacional dos Comerciantes Exportadores Vinhos e Bebidas Espirituosas.
A associação solicitou ao Governo que estabeleça urgentemente uma plataforma de diálogo, para que representantes dos sectores do vinho e do vidro possam analisar e resolver “este gravíssimo problema”.
A baixa gradual do custo da energia, que se refletiu positivamente nos fretes de transporte em navio, “não teve, lamentavelmente, ainda qualquer reflexo no fornecimento das garrafas, que continuam a ser colocadas no mercado com preços recorde”, refere a associação.
Segundo a ANCEVE, os produtores de vinho estão a ser confrontados com custos do vidro que estão, em média, mais de 55% acima dos valores pré-guerra e com alcavalas no seu fornecimento, que incluem taxa de energia, valor do transporte e exigência de pagamento antecipado. “Se é certo que o custo energético teve um aumento, é inegável que este já está há vários meses a ser aliviado. Estranhamente, não há qualquer reflexo no custo das garrafas”, lamenta a associação.
Além disso, a escassez de muitos modelos de garrafas tem obrigado os produtores a alterar constantemente procedimentos e rotulagem, afetando a consistência de suas estratégias comerciais.
A ANCEVE enfatiza a importância do vidro para o setor vitivinícola em Portugal, sendo que a maioria dos vinhos é engarrafada, o que torna o vinho o principal exportador de vidro português para todo o mundo.
A produção de vinho no Oeste atingiu, em 2021, 1,65 milhões de hectolitros. ■