
O primeiro canal de televisão dedicado aos jovens, o Young Channel, arrancou na passada segunda-feira na vila histórica. Com instalações na empresa Creative Land (Parque Tecnológico de Óbidos), o novo canal tem três estúdios e várias salas técnicas.
Uma equipa de 25 pessoas, a quem acrescem mais 10 free lancers, garante programas de entretenimento, informação, viagens, culinária, cultura, desporto e ambiente, sempre adaptados ao público dos 15 aos 24 anos.
Numa primeira fase, as emissões passarão na internet (www.youngchannel.com), estando previsto, dentro de dois meses, a emissão num operador de cabo nacional.
Segunda-feira à noite. O relógio marcava 21h00 em ponto quando Vânia Rodrigues começou a apresentar o Flash News, as noticias que marcam o mundo vistas de forma irreverente, animada e criativa, tal qual o quer ser o novo canal online Young Channel.
Apresentado como o “único canal do mundo dedicado essencialmente ao público jovem”, com idade compreendida entre os 15 e os 24 anos, o Young Channel pretende também cativar as respectivas famílias.
O projecto resulta da equipa do Campo Aventura, sediado no Olho Marinho, que nos 13 anos de actividade tem tentado acompanhar as mutações nos comportamentos dos jovens. E uma das formas de fazer evoluir a mensagem do Campo Aventura foi através de um canal de televisão que, segundo o seu responsável, Luís Reis, irá “falar a linguagem dos jovens”.
Luís Reis diz mesmo que a cultura do Young Channel é a tangibilidade, ou seja, programas que são feitos com os jovens e para os jovens. “Estamos a falar de jovens que apesar de terem todas as facilidades têm problemas de auto-estima”, refere.
A primeira grelha de exibição contempla programas como LOL, Music Act, YC in the House, That’s the way I like it, Band Time Stories, Yc Report, Flash News, Get Out Perú, Mind Zap, I love My T-shirt, JimNasio e Cut&paste. Depois serão introduzidos novos conteúdos. Por exemplo, na grelha de Verão irão constar programas dedicados aos trabalhos de Verão, festivais, entre muitos outros.
Uma parte da produção do canal é feita com 24 programas com produção própria feita na Creative Land e outro tanto feito fora, pelos próprios jovens.
Todos os programas, embora falados em português, serão titulados em inglês. Luis Reis explica que se trata de “uma linguagem simples para os jovens de hoje e é facilitador para o canal, do ponto de vista da internacionalização”.
Mais de dois mil jovens já participaram nos programas que estão a ser gravados desde há três meses. Actualmente contam sobretudo com a participação de estudantes do Colégio Rainha D. Leonor, das Caldas.
No momento presente o canal é garantido por 25 trabalhadores e 10 freelancers, mas em breve poderão chegar às 40 as pessoas a trabalhar a tempo inteiro. Além das pessoas ligadas à produção existem os moderadores, que são os responsáveis pela actualização constante do facebook, 24 horas por dia.
Projecto de 1,5 milhões de euros
O Young Channel compreende um investimento de 1,5 milhões de euros (comparticipados por fundos comunitários). Pelo pequeno edifício situado no lote 7 do Parque Tecnológico, dispõem-se três estúdios de gravação e áreas de produção, edição, grafismo e pós-produção de áudio. O canal adquiriu os equipamentos “directamente aos fabricantes” (nos Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Itália, Canadá e Japão) para diminuir os custos do projecto que irá ser financiado através de contratos publicitários.
Luís Reis lembra que antes fazer uma canal de televisão era complexo e bastante dispendioso, mas actualmente, e face à tecnologia que existe, já é possível fazê-lo forma muito mais barata. “Aproveitámos a janela de oportunidade de conseguir adaptar a estrutura low cost do ponto de vista tecnológico, com as ideias”, explicou Luís Reis, dando nota que o projecto foi muito bem recebido no estrangeiro pelos profissionais dos meios audiovisuais.
Por agora a programação poderá apenas ser seguida através do site da Young Channel mas, dentro de dois meses, “estará a transmitir num operador de cabo nacional” com o qual estão a ser finalizadas as negociações.
Luís Reis acredita que o projecto terá um efeito “viral” e espera que o canal possa estar presente em lares por todo o país. Neste momento estão em negociações para produção e a introdução de conteúdos específicos nos computadores Magalhães.
O objectivo futuro passa ainda por transformar o Parque Tecnológico num mini resort dedicado aos media. “Um espaço que fosse uma referência ao nível dos media e jovens”, disse o responsável, defendendo a descentralização dos talentos.
Para já, o lançamento oficial do canal será a 21 de Março, integrado no Festival do Chocolate de Óbidos.
Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt