Óbidos lidera nos proveitos, a Nazaré nos hóspedes e Torres Vedras nas dormidas
O ano de 2022 foi mais do que de retoma para o turismo na região. Após dois anos difíceis devido à pandemia a região atingiu os melhores números de sempre em proveitos do turismo e em dormidas, ficando próximo também no número de hóspedes.
Segundo os dados do INE, os proveitos nos estabelecimentos de alojamento atingiram no ano passado os 91,8 milhões de euros, um novo máximo histórico na região. O valor representa um crescimento de 80,4% em relação ao ano anterior e supera em 9,3% o de 2019, que constituía o anterior recorde de receitas. Um dado que indica que o turismo na região ultrapassou por completo as condicionantes provocadas pela pandemia de covid-19 e já com ganhos.
A região cresceu abaixo da média nacional, quer em relação a 2021, quer a 2019, mas acima do Centro, região de turismo em que se insere. O Oeste é, de resto, a sub-região do Centro com mais proveitos, acima de Coimbra (79,5 milhões de euros) e Médio Tejo (60 milhões de euros).
Nos concelhos do Oeste, Óbidos lidera destacado os proveitos, com 25,4 milhões de euros, um valor 15,3% acima de 2019 e praticamente duplicando o valor de 2021. Torres Vedras atingiu os 21 milhões de euros. Acima dos oito dígitos estão ainda Peniche (13,6 milhões) e Nazaré (12,9 milhões). Caldas da Rainha estabeleceu também novo máximo para 7,3 milhões de euros.
A hotelaria valeu em 2022 a maior fatia dos proveitos do turismo no Oeste (69 milhões de euros), com um crescimento de 8% face a 2019, o alojamento local cresceu 10,8%, para 14,3 milhões de euros, e o turismo rural e de habitação atingiu os 8,4 milhões de euros de receitas, ao crescer 17,5% no mesmo período.
Também o número de dormidas estabeleceu no ano passado um novo máximo, o que não se verificou quer no país, quer no Centro. As 1,4 milhões de dormidas registadas no Oeste significam um crescimento de 3,7% em relação a 2019.
Ao nível dos concelhos, Torres Vedras é o que contabilizou mais dormidas (270 mil, um novo máximo), mas Óbidos aproximou-se da liderança (267 mil), ao passo que a Nazaré (233 mil) foi um dos cinco concelhos da região que ainda não atingiram os números de 2019, ainda que por pouco. O mesmo aconteceu com as Caldas da Rainha (181 mil).
Os proveitos e as dormidas chegaram a novos recordes na região, mas não o número de hóspedes. No ano passado, ficaram alojados na região 689.090 pessoas, número que ficou a 5672 do registado em 2019.
Houve, mesmo assim, vários concelhos da região a bater novos máximos em número de hóspedes, nomeadamente Óbidos (129 mil), Torres Vedras (122 mil), Peniche (110 mil), Lourinhã (23 mil) e Cadaval (5 mil). Nazaré mantém-se o concelho com maior número de hóspedes (134 mil). Caldas da Rainha, que em 2019 se tinha aproximado os 100 mil hóspedes, ficou abaixo dos 90 mil.
A hotelaria acolheu a larga maioria dos hóspedes, fixando mesmo novo recorde em 504 mil. O turismo rural e de habitação cresceu perto de 40% face a 2019 para acolher 62 mil hóspedes. Apenas o alojamento local não conseguiu atingir os valores de 2019, recebendo 122 mil hóspedes, 17% menos do que em 2019.
Mais dormidas e proveitos com menos hóspedes significa que evolução positiva noutros dois indicadores relevantes. O rendimento médio por quarto atingiu na região os 36,2 euros, o valor mais elevado de sempre, mais 8,4% do que o anterior máximo, também verificado em 2019. O valor médio por quarto mais elevado na região é no concelho de Arruda dos Vinhos, 48,5 euros, com Óbidos a chegar muito perto 47,5 euros. O rendimento médio por quarto é mais elevado no turismo rural e de habitação, 43,3 euros, na hotelaria atinge os 38,8 euros e no alojamento local 26,6 euros.
O outro indicador é o da estada média, que apesar de manter os 2,1 dias de 2021, significa uma melhoria em relação a 2019, quando era de 2 dias. Na região, Lourinhã, Arruda dos Vinhos e Alenquer são os concelhos que retêm mais tempo os seus turistas, respetivamente 2,8, 2,5 e 2,4 dias em média. O alojamento local é o tipo de alojamento que tem melhor retenção dos turistas no Oeste, 2,5 dias em média (valor que tem vindo a crescer de ano para ano) contra os 2 dias na hotelaria e 1,7 no turismo rural e de habitação. ■