Até houve mais turistas a visitar a região, mas ficaram menos tempo
Os dados do turismo continuam a dar sinais de algum abrandamento na região. As dormidas cresceram 2,8% no primeiro semestre deste ano, mas esse crescimento ficou concentrado sobretudo no primeiro trimestre.
De janeiro a junho deste ano os estabelecimentos de alojamento da região registaram, segundo do Instituto Nacional de Estatística (INE), perto de 655 mil dormidas, mais 18 mil do que no mesmo período do ano passado.
Apesar da comparação homóloga ser positiva, os dados revelam um abrandamento do número de dormidas. Em abril já se tinha registado uma quebra, mas que se explicava pelo calendário pascal, uma vez que as celebrações da Páscoa foram, este ano, em março. No entanto, em junho voltou a registar-se, na região, uma variação mensal homóloga negativa. Assim, no Oeste registaram-se em junho 149 mil dormidas, menos 2% do que no mesmo mês do ano passado. O segundo trimestre do ano fechou com um recuo de 19%, correspondente a menos 7719 dormidas do que em abril, maio e junho do ano passado, quando no primeiro trimestre se tinha registado um acréscimo de 25 mil dormidas.
Se no mês de abril o decréscimo da procura turística na região acompanhou a tendência generalizada do país, em junho não sucede o mesmo. O turismo nacional cresceu 4,8%, as grandes regiões de turismo do Norte, Centro, Área Metropolitana de Lisboa e Alentejo cresceram todas acima de 5% e o Algarve, região com a qual o Oeste costuma estar alinhado, aumentou 3,7% o número de dormidas.
Outro dado que merece análise é que, apesar de o número de dormidas em junho e no segundo trimestre ter decrescido na região, o número de hóspedes aumentou, o que significa que houve menor capacidade para reter os visitantes. Em junho a estadia média na região baixou de 2,08 dias para 2,01 e no trimestre baixou de 1,98 para 1,91 dias por hóspede.
O número de hóspedes superou na região os 347 mil no primeiro semestre deste ano, com um crescimento de 5,3% em relação ao período homólogo do ano passado, são cerca de 17500 pessoas a mais que pernoitaram nas unidades hoteleiras e de alojamento da região. Este crescimento alinha com a média nacional, que foi de 5,6% e é superior ao Algarve, onde o crescimento do número de hóspedes foi de 3,1%.
Restringindo ao mês de junho, o número de hóspedes que pernoitaram na região subiu 1,2% e no trimestre subiu 2,2%, corrigindo a descida de 5% registada em abril.
Óbidos lidera nos ganhos
Por concelhos, e concentrando a análise nos dados relativos ao primeiro semestre, Óbidos é o concelho que lidera os ganhos nas dormidas e no número de hóspedes.
O concelho lidera a região em número de dormidas, com 128.522, mais 1022 do que Torres Vedras, mas foi, de longe, o que mais cresceu em relação ao primeiro semestre do ano passado. As unidades de alojamento obidenses registaram mais 9815 dormidas do que no mesmo período do ano passado, com um crescimento relativo de 9,8%. Caldas da Rainha registou 85.500 dormidas, cerca de 4500 a mais do que no primeiro semestre do ano passado, com um crescimento de 13,1% e foi o segundo concelho que mais aumentou o número de dormidas. Torres Vedras, Nazaré, Lourinhã e Alenquer tiveram crescimentos acima das 2000 dormidas. Peniche lidera as perdas, teve um decréscimo próximo das 8000 dormidas.
Óbidos também lidera no aumento do número de hóspedes no primeiro semestre deste ano, com 4129 do que no mesmo período do ano passado. Só a Nazaré e Torres Vedras se aproximam, com mais 3844 e 3243 hóspedes do que no mesmo período do ano passado. A Nazaré é o concelho do Oeste que mais hóspedes recebe, 69.611, seguido de Óbidos (64.633) e Torres Vedras (63.246).
Quanto a estadia média, Lourinhã é o concelho que retém os seus visitantes mais tempo, 2,98 dias por estadia. Só o Bombarral (2,29), Caldas da Rainha (2,06) e Torres Vedras (2,02), têm estadas médias acima dos dois dias. ■