A refeição, no restaurante pedagógico da EHTO, foi o culminar do trabalho de dois anos letivos envolvendo várias disciplinas, num projeto integrador
Um ensopado de enguias com pão de algas, feito a partir de uma floreira de Bordalo Pinheiro, serviu de amuse bouche (aperitivo pequeno) aos convidados, enquanto se dirigiam ao restaurante pedagógico para saborear um menu inspirado no artista português. Todos os pratos que chegaram à mesa tiveram por base uma peça cerâmica, como o Bacalhau à Biscaínha inspirado na peça suspensa e em altor relevo, representativa de um bacalhau, ou o Pato com risoto de frutos silvestres, criado a partir de uma jarra cerâmica com formato de pato.
O almoço, que teve lugar no passado dia 28 de maio no restaurante pedagógico, foi o culminar do trabalho de dois anos letivos da turma de 2º ano de Técnico de Cozinha/Pastelaria.
No âmbito do projeto integrador, que tem por título “O Oeste visto por Bordalo”, os alunos começaram por descobrir a profissão de cozinheiro, a rota bordaliana e os produtos regionais, para depois, neste segundo ano, se concentrarem nas obras cerâmicas, que representam iguarias e produtos comestíveis.
A refeição representou o culminar do trabalho de dois anos letivos, no âmbito do projeto integrador da escola
Essa ideia de trabalhar sobre as peças de Bordalo Pinheiro surgiu também graças ao apoio do chef Luis Tarenta, que é especialista na área, explicou Catarina Rodrigues, orientadora educativa de turma e mentora dos projetos integradores, acrescentando que “é preciso ter um conhecimento grande do trabalho de Bordalo para fazer a transposição de peças cerâmicas para o prato gastronómico”.
A ementa foi criada pelos alunos, com a supervisão dos formadores. “Sempre considerei importante ligar a cozinha a uma arte”, manifestou o formador Luís Tarenta, lembrando que Bordalo Pinheiro não era cozinheiro, mas que se inspirou nos produtos naturais para as suas composições cerâmicas. Este é o resultado de um trabalho multidisciplinar, onde foram conjugadas todas as disciplinas teóricas, também para que os alunos percebam que, quando escolhem um curso de cozinha, “faz sentido saber mais sobre turismo, a região onde estão”, salienta o chef, destacando que o projeto integrador junta todas as áreas do conhecimento.
O diretor da escola, Daniel Pinto, explicou que esta iniciativa encerrou as atividades deste ano letivo, mas que esta ligação da cultura à gastronomia “é um caminho que temos de continuar a fazer”.






























