Alunos e artistas criaram “Eutilitários”

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Alguns dos alunos e professores que fizeram parte deste projeto deste projeto de mediação educativa

Projeto da CAU levou autores às escolas. Resultaram trabalhos em cerâmica que estão patentes no Museu Malhoa

Natacha Narciso
Abriu ao público, a 15 de setembro, no Museu Malhoa, a mostra “Eutilitários” que reune peças de cerâmica que foram desenvolvidos por alunos das escolas da região num projeto coordenado por um grupo de artistas que vive e trabalha nas Caldas.
Esta foi uma atividade de mediação educativa na área da cerâmica, desenvolvida pelo Cortém Aldeia Urbana (CAU). que foi desenvolvida em 2023 e em 2024.
Para Filipa Morgado, coordenadora do CAU, esta proposta – onde participaram alunos dos níveis básico , secundário e de escolas profissionais – promoveu “um olhar cuidadoso e autocrítico sobre a utilidade universal dos objetos de uso diário, colocando cada criança e jovem participante num processo de observação atenta, consciência e sensibilização para suas próprias necessidades ergonómicas, culturais e intelectuais”. Esta iniciativa de co-criação aconteceu em sala de aula e alguns dos alunos, sobretudo do secundário, tiveram também a oportunidade de ter encontros e de aprender novas técnicas nos ateliers dos próprios artistas.
“A maioria dos autores formou-se na ESAD.CR e alguns já são professores”, disse Filipa Morgado que também fez parte deste projeto educativo. A coordenadora trabalhou com o grupo de teatro da Rafael Bordalo Pinheiro, tendo construído objetos do dia a dia que foram feitos em grés e que foram produzidos e cozidos na própria escola.
Na iniciativa participaram Gil Ferrão, Mantraste, Vítor Agostinho e Miguel Cadinho que estiveram na Eb Sta. Catarina, no Centro Escolar de Sto. Onofre, na ETEO, na EB do Nadadouro e nas secundárias Raul Proença e Bordalo Pinheiro.
“Escolhi trabalhar com estes artistas pois somos todos jovens e juntámo-nos neste projeto que nos permitiu “ser” crianças também”, disse a artista que é também arquiteta e que sublinhou que, mais do ensinar, esta foi sim uma experiência de partilha que permitiu interação entre artistas e poder disfrutar desta experiência de trabalhar em equipa, técnicas de artes tradicionais.
Cada ideia começou por ser trabalhada num desenho e não faltaram ideias curiosas de trabalho.
Vítor Agostinho trabalhou com alunos da ETEO com moldes pré-existentes do Cencal. Gil Ferrão propôs aos alunos do CE de Sto Onofre que criassem objetos cerâmicos referente ao mundo do “brincar, sonhar e inventar até ao infinito”.
Presentes na inauguração estiveram alguns alunos que fizeram parte deste projeto, que tiveram a oportunidade de colocar “a mão no barro” de criar peças imaginativas como talheres “unidos”, pratos destinado a fatias de pizza ou com copos acopulados num sem fim de propostas onde a imaginação não teve limites. As docentes Ana Lúcia Teles e Ana Leitão do Centro Escolar de Sto. Onofre gostaram de integrar este projeto que permitiu a docentes e alunos do ensino básico “sair fora da caixa”, dando largas à imaginação e à criatividade dos petizes.
A professora e a docente de apoio de uma turma de 22 alunos do ensino básico apreciaram poder participar nestes “Eutilitários” pois além de ter promovido o trabalho de equipa foi um profícuo trabalho criativo que trabalhou a imaginação dos alunos.
“Estou muito orgulhosa dos trabalhos que eles criaram. Estes trabalhos de desenvolvimento criativo “são ótimos e necessários para os estudantes. Todos fizeram um trabalho espetacular!”, referiu a docente que está pronta a voltar a participar em projetos congéneres, agora com novas turmas.
Um dos autores que participou foi Miguel Cardim e que desenvolveu projetos com alunos da Secundária Raul Proença. Gostou de ter trabalhado com jovens do secundário que desenvolveram peças em cerâmica e também em alumínio que tiveram oportunidade de trabalhar no seu atelier, no Armazém Zero.

Na inauguração da mostra marcaram presença vários artistas

Também usaram moldes e, desta forma, foi uma maneira de realizar projetos diferentes “colocando a mão na massa”, disse a docente Dulce Nunes que acompanhou a turma do 11º ano de Artes Visuais que teve assim a oportunidade de saber como se trabalham estes dois tipos de materiais. “É sempre bom poder participar neste tipo de projetos”, referiu a docente satisfeita com os resultados finais dos trabalhos dos seus estudantes que aliaram a cerâmica à fundição do alumínio.
Para Nicole Costa, diretora dos museus Malhoa, Cerâmica e da Nazaré, “Eutilitários” traz a oportunidade de conhecer diferentes processos associados à produção cerâmica, pelas mãos de crianças e jovens, num feliz encontro entre o barro e o imaginário, em que todos ganham a oportunidade de modelar pensamento sobre arte: artistas, participantes e públicos”. “Eutilitários” fez parte da programação do 51º Congresso da Academia Internacional de Cerâmica. e também contou com o apoio da DGartes. A mostra “Eutilitários” pderá ser vista até 29 de setembro e vai contar com visitas guiadas e atividades para as escolas. ■