O Politécnico de Leiria lidera uma nova Universidade Europeia, que inclui instituições do ensino superior da Irlanda, Hungria, Finlândia, Holanda, e Áustria, para além de Portugal. A Regional University Network foi aprovada pela Comissão Europeia e conta com financiamento do programa Erasmus + no valor de cinco milhões de euros
Este poderá ser um passo para a criação das universidades politécnicas, uma pretensão antiga deste instituto que possui vários pólos de ensino no distrito
As oito instituições de ensino superior que integram esta nova universidade europeia irão desenvolver diversas acções de ensino-aprendizagem de curta duração e e-learning, além da implementação de projectos de cooperação internacional no âmbito da investigação e desenvolvimento. No futuro, os estudantes das instituições que integram esta Universidade Europeia vão ter a possibilidade de obter duplas e múltiplas titulações europeias no âmbito de programas conjuntos de formação a ser desenvolvidos. “As instituições de ensino superior que fazem parte da Regional University Network compartilham uma visão e um compromisso comum, focado na transformação da sociedade no contexto dos desafios regionais e globais emergentes e, em particular, para o desenvolvimento regional sustentável”, refere Rui Pedrosa, presidente do Politécnico de Leiria, em comunicado.
De acordo com este responsável, os membros da aliança são universidades globais e multiculturais, mas com foco regional no desenvolvimento de competências avançadas no ensino-aprendizagem, no campo da inovação e investigação com impacto, relevantes para enfrentar os desafios da sociedade, incluindo a indústria do futuro, o desenvolvimento sustentável, o ambiente e alterações climáticas, o envelhecimento da população e a inclusão social.
Numa primeira fase para três anos, a Regional University Network irá desenvolver um programa de mobilidade entre os estudantes, professores, investigadores e colaboradores. Está prevista a criação de mais de 80 cursos avançados internacionais, o intercâmbio de mais de 1400 estudantes, a co-criação de 24 programas europeus de dupla titulação, assim como o desenvolvimento de programas conjuntos de licenciaturas, mestrados e doutoramentos.
MOBILIDADE DE PROFESSORES E INVESTIGADORES
Nesta fase está ainda incluída a realização de 500 mobilidades de professores, investigadores e corpo técnico para promoção de actividades de desenvolvimento pedagógico, de investigação e de partilha de boas práticas. Serão promovidos projectos internacionais de investigação e desenvolvimento, através do programa RUN-EU Discovery, que incluirá 150 acções de mobilidade para investigadores em contexto de imersão internacional para investigação.
De acordo com o IPL, os grandes objectivos desta universidade europeia estarão alicerçados no desenvolvimento de Future and Advanced Skills Academies, academias interuniversitárias para a realização e promoção das actividades conjuntas, através de metodologias que incutam nos estudantes as competências “avançadas necessárias para as profissões do futuro, que incluem programas avançados de curta duração e a atribuição de graus académicos europeus”. Serão criados hubs de inovação europeus inter-regionais, ligados a programas de mestrado e doutoramento e centrados nas áreas estratégicas da indústria do futuro e o desenvolvimento regional sustentável, bioeconomia e inovação social. Está ainda prevista a criação de um Centro de Inovação Europeu em Mobilidade, que se desenvolverá em torno da co-criação e partilha de experiências no âmbito de iniciativas de mobilidade internacional, incluindo mobilidade virtual, que serão oferecidas aos estudantes, professores e elementos do corpo técnico das oito instituições.
UNIVERSIDADES POLITÉCNICAS
Este consórcio internacional pretende promover o “desenvolvimento económico, social, cultural e sustentável das regiões abrangidas pela rede, fornecendo as competências necessárias para que estudantes, investigadores e agentes regionais possam enfrentar com sucesso os desafios do futuro, e sejam capazes de contribuir para a transformação social em diversas regiões da União Europeia, fortalecendo a identidade europeia”, salienta Rui Pedrosa.
O presidente do Politécnico de Leiria acrescenta ainda que “a Europa já considerou o Politécnico de Leiria como líder de uma Universidade Europeia, agora, já só falta Portugal assumir definitivamente a designação de Universidades Politécnicas”.
A transformação do Politécnico de Leiria em Universidade Politécnica já é uma pretensão antiga deste instituto, que defende uma alteração legistativa para que tal possa acontecer.
De acordo com Rui Pedrosa esta alteração não implica aumentar a despesa, mas vai permitir-lhes continuar o caminho de investigação e desenvolvimento regional.