Criar a Sopa Biológica da Rainha e o chocolate “Camaroeiro da Rainha”, desenvolver um hostel que aproveite o sal das salinas de Rio Maior, estimular o consumo de fruta nas escolas, promover a utilização de tuk-tuks eléctricos e recriar as vendedeiras cavacas das Caldas e o ambiente do Hospital Termal no início do século, foram algumas das ideias dos alunos de Técnico de Turismo da ETEO, que apresentaram os seus projectos no EmpreendoTur, a 3 de Abril.
Criar a “Sopa Biológica da Rainha”, com legumes da região cozinhados num fogão foguete (que é alimentado a biomassa) e o chocolate “Camaroeiro da Rainha” (com amêndoas caramelizadas e sal), com embalagens que remetem para os edifícios da cidade e para a azulejaria, são duas das ideias desenvolvidas pelos alunos do 2º ano do Curso Profisisonal de Técnico de Turismo da ETEO no âmbito do evento EmpreendoTur, que se realizou a 3 de Abril.
Outro projecto é promover o consumo de fruta fresca da região (Maçã de Alcobaça e Pêra Rocha do Oeste) nas escolas, através da colocação de quiosques com sumos naturais. Esta ideia prevê a criação de uma banda desenhada e de uma mascote associadas ao projecto.
Outro negócio pensado na ETEO passa por aproveitar os recursos das salinas de Rio Maior para criar um hostel virado para a área da saúde e no qual se desenvolvam terapias, percursos e visitas guiadas.
Promover a utilização de tuk-tuks eléctricos para passeios turísticos na cidade foi outra das iniciativas apresentadas. A viagem, que terminaria com a degustação de produtos de doçaria e licores locais, demoraria 30 minutos e custaria 20 euros para adultos e 15 euros para crianças.
Há um projecto que está já em andamento em colaboração com a União de Freguesias de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório, que foi noticiado na Gazeta das Caldas há duas semanas: trata-se de um comboio eléctrico que faz um percurso pelo Parque e arredores para dar a conhecer o património. Chama-se “O Jardim dos Sonhos”.
Houve quem desenvolvesse o FunFalo, um passaporte que aproveita o conceito de city breaks e que percorre quatro restaurantes sob o simbolismo fálico-paródico.
Já a Caldas Box é uma invenção que reúne numa caixa de recordações alguns dos produtos típicos das Caldas (azulejo, bordado, beijinhos e cerâmica da Fábrica Bordallo Pinheiro).
Trazer de volta o croquet, um desporto que era jogado no Parque e que segundo um artigo da Gazeta das Caldas apresentado pelos alunos, se jogava na então vila em 1879, foi outro dos projectos.
Da ETEO veio ainda uma recriação das vendedeiras de cavacas e do ambiente vivido no Hospital Termal no início do século XX e a recuperação de uma quinta no Alto das Gaeiras para a tornar num espaço de Agroturismo.
O DIÁLOGO COM AS EMPRESAS
Susana Cunha, coordenadora do curso profissional de Técnico de Turismo, disse que a inovação do EmpreendoTur deste ano foi a colaboração e envolvimento das empresas, que permite aproximar os estudantes à realidade que vão encontrar quando terminarem os estudos. “Se quisermos elementos diferenciadores nas escolas profissionais temos de dialogar e envolver as empresas”, afirmou. Por exemplo, para o passaporte fálico os quatro restaurantes que aderiram desenvolveram uma ementa, pelo que “agora cabe aos empresários decidir se querem ou não continuar com esta ideia”.
Antes da apresentação dos projectos realizou-se uma sessão em que Vítor Marques, presidente da União de Freguesias de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório, abordou a reabilitação do Parque D. Carlos I, Cláudia Santos, do Parque dos Monges, falou sobre as parcerias criadas e o trabalho em rede, enquanto que Hugo Oliveira (vereador da Câmara das Caldas com o pelouro da Juventude), abordou os grandes eventos no Parque.
Hugo Oliveira, depois de conhecer os projectos, convidou dois deles (a sopa biológica e os sumos de fruta) para estarem na Feira dos Frutos. Sobre o último ficou ainda de o apresentar ao vereador da Educação para estudar a sua aplicabilidade nas escolas do concelho. Já em relação às recriações históricas, disse que “poderão ser integradas na semana do termalismo”.
Afirmou que nas Caldas se viveu “uma altura em que houve um desinvestimento no turismo”, mas que isso mudou. “A promoção hoje é diferente”, notou.
O também vice-presidente da Câmara explicou que a aposta nos grandes eventos se prende com uma lógica de alavancagem do turismo e renovou o pedido aos comerciantes para que mantenham os estabelecimentos abertos até mais tarde com o objectivo de que Caldas seja “uma cidade viva” durante esses dias.
Hugo Oliveira anunciou que este ano o programa de Verão da Foz do Arelho irá ter mais actividades na praia e informou que actualmente sente que Caldas necessita de mais hotéis porque a taxa de ocupação tem sido alta.
O vice-presidente da Câmara aproveitou também para anunciar a criação de um regulamento da animação de rua, que será apresentado a 12 de Abril. Este irá ditar as regras para realizar animações de rua nas Caldas. Os interessados solicitam um crachá (esporádico ou anual) que anuncie a legalidade daquela acção. A requisição é gratuita.
O RENASCER DO PARQUE
Já Vítor Marques revelou que os 200 mil euros que a Câmara atribui para a gestão do Parque é uma verba que “fica muito aquém do que era gasto pelo Hospital nos tempos áureos do Parque”.
Disse que acharam que “era fácil fazer melhor do que estava feito, mas fazer bem é difícil” e que contactaram as várias instituições para desenvolverem actividades diferentes no Parque. “Actualmente temos desporto escolar, exposições, actividades com a Gazeta e outros eventos culturais”, fez notar.
Está a ser desenvolvido o Plano de Gestão do Parque, que deverá ser apresentado em Julho e que define o que se pode fazer e como. Foi também adjudicado um estudo sobre a rega daquele espaço, que pretende gerir melhor os recursos hídricos (aproveitando as nascentes e as águas pluviais).
Vítor Marques chamou a atenção para as mais de 800 árvores que caíram em 2013 na cidade (Parque, Mata e Pinhal em frente à ESAD) para defender a necessidade da reflorestação e esclareceu que abater os plátanos mortos do Parque e fazer uma poda nos saudáveis custa mais de 50 mil euros, informando que esse é um trabalho a realizar a curto prazo.
Para o futuro está pensado um jardim de plantas autóctones na zona do antigo parque de campismo e um jardim de artes com esculturas do Simpetra.