CAPITAL PSICOLÓGICO | Pela primeira vez, 2017

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noticias das CaldasChegou mais um ano. E este, pelo que se prevê, pode ser em grande… Porque todos os anos podem ser em grande.
Está na altura de olharmos para aquele que é o nosso país e entendermos o que queremos ser, como queremos ser, e trabalharmos para essa meta. Durante anos focamo-nos no que os outros países faziam “lá fora” (desde a Grécia – para muitos um exemplo – à Alemanha). É certo que os outros países, as outras culturas estão ligadas. Nós não vivemos isolados.

Mas temos e reunimos um conjunto de condições únicas que, a par com a constelação destes tempos, não pode ser ignorado: temos mais sol que muitos outros países – mas agora também temos muitos mais turistas de olhos virados para nós; somos considerados um dos países mais seguros da Europa, ou melhor, de menor risco atualmente; temos “fama”, de sermos muito acolhedores e simpáticos (no último ano tive a oportunidade de falar com várias pessoas de cerca de 30 países diferentes e todos são unânimes: Portugal é lindo, tem imenso para oferecer, come-se lindamente e as pessoas são muito simpáticas. A isto acrescento: temos capacidade de desenrasque. Claro que não é este o mote das empresas neste momento. Pelo contrário: andamos perseguindo a lógica Kaizen, da dedicação à melhoria contínua, da prevenção a todos os níveis; mas o desenrasque também pode fazer parte e, apesar de acarretar custos evitáveis, pode muitas vezes revelar novas e grandes capacidades outrora não experimentadas. Ainda acrescento outra coisa: a nossa perseverança. Não sabemos o quanto somos perseverantes, até porque não temos por hábito esse tipo de comparação (ou discriminação positiva) face a outros povos. “Os outros são melhores que nós porque reclamam os seus direitos”. Nós não, nós comemos e calamos”. Não é bem assim. A perseverança é muito importante na gestão de todas as relações. É ela que determina a diferença entre uma intervenção distintiva e oportuna de uma intervenção descabida e precipitada. E a perseverança é também fundamental na capacidade de negociar. Aí sim, talvez seja um aspeto que precisamos ter mais em conta: aprender a negociar melhor, porque a negociação faz parte do acto de conquistar – eu diria antes (re)conquistar.
A todos nós, e às nossas empresas, lembremo-nos do que já fomos outrora. Lembremo-nos de nós nos épicos descobrimentos. Éramos nós que lá estávamos, era Portugal. Um país tão pequeno, pleno de feitos históricos e que comprovam tudo o quanto somos capazes. Não é uma questão de repetirmos certos feitos, mas sim uma questão se sermos capazes de nos voltar a inspirar naquele que pode ser – agora – o mar por desbravar. Cada um de nós sabe qual o feito a conquistar. Um grande tudo é feito de pequenos nadas. Sejamos nós capazes de transformar em ações aquilo que os nossos mestres já nos haviam dito. Fernando Pessoa, escrito em dezenas de línguas, já levou ao mundo a sua mensagem: o Homem é do tamanho do seu Sonho. Por isso, façamos nós agora o que ele falou nessa “Mensagem”.
Apelar ao nosso lado épico e grandioso nada tem de mal, pelo contrário. São poucos os momentos da nossa vida de azáfama em que nos permitimos visitá-lo. Porque é algo que, na nossa memória experienciada dos últimos anos, se tem vindo a apagar. Torna-se mais fácil. Porventura mais suportável. E também a ambição – chamemos-lhe assim, agora – não é muito bem vista culturalmente. Mas a ambição não é necessariamente egoísta, ela pode servir um propósito coletivo fundamental, que é o de alavancar uma pessoa, uma equipa, uma empresa, um país (ou até vários) voltando-os a alinhar no trilho da sua verdadeira missão.
Vejam bem… não há só gaivotas em terra… Quando um homem se põe a sonhar.
Bom Ano.

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