O festival começou no Centro da Juventude e passou para o Parque. Por causa da pandemia, só regressou em 2021 para concertos no CCC. Agora, está de regresso ao espaço verde da cidade
O primeiro Impulso teve lugar entre os dias 23 e 25 de maio de 2018, no Centro da Juventude e fez parte do programa de celebração dos 15 anos do curso de Som e Imagem da ESAD.CR.
A edição de estreia decorreu depois de já terem sido algumas experiências de eventos e concertos naquele espaço, “sempre com a presença de alunos e de antigos estudantes da escola de artes”, recorda Nuno Monteiro, o diretor do festival que é também docente naquela escola.
A estreia do festival teve um cartaz original, pois contou com as presenças de grupos como Paus, Filho da Mãe, Memória de Peixe, Celeste Mariposa, Pás de Próblème, Nerve, Mike El Nite, Octapush e os caldenses Cave Story.
“Foi interessante em termos de adesão do público mas tivémos mau tempo e, por isso, o evento transformou-se num enorme desafio logístico”, referiu Nuno Monteiro, recordando que a chuva foi tanta que acabou por determinar a desmontagem do palco exterior onde no primeiro dia já tinham atuado Paus e Memória de Peixe…
Nos restantes dias, a programação decorreu em dois palcos no interior do Centro da Juventude. A Gazeta das Caldas acompanhou a primeira edição e contou que, para além da meteorologia adversa, o festival teve nova contrariedade: faltou a eletricidade naquela parte da cidade e o Impulso ficou sem energia entre as 19h00 e as 20h30, o que levou a atrasos no programa e a que não houvesse bancas de street food.
“Mesmo assim conseguimos aguentar e chegar ao fim com saldo positivo”, salientava Tiago Sábio, um dos elementos da organização do Impulso. No mesmo artigo salientava-se que os baixos preços, o ecletismo e qualidade do cartaz, com alguns artistas já com nome a nível nacional, os preços do bar e as condições do espaço (apesar do calor nos momentos em que a sala interior estava cheia) foram alvo de muitos elogios por parte do público.
Os artistas também elogiaram este Impulso, escreveu-se na Gazeta. Muitos referiram que foi bom tocar para artistas (pois a plateia era composta na maioria por estudantes de artes) e no final transmitiram à organização que gostariam de regressar às Caldas e a um novo Impulso.
No ano seguinte, o festival escolheu o parque para sua sede principal. Foram colocados dois palcos, frente a frente, no Parque D. Carlos I para os concertos principais que decorreram entre 23 e 25 de maio. O evento voltou a repetir o sucesso alcançado em 2018, agora com maior dimensão e alcance. O segundo Impulso até teve também preocupações ecológicas com a distribuição de eco-copos entre o público festivaleiro. “E voltou a ser um sucesso, só não o é em termos financeiros, de resto ganhamos em toda a linha”, referiu o diretor, recordando que o cartaz teve First Breath After Coma, ZA!, Conan Osíris, Nádia Schilling, Riding Pânico, Whales, HHY & The Macumbas, Bruno Pernadas, Allen Halloween, Surma, Miguel Nicolau, entre tantos outros.
Com a pandemia, o Impulso teve de fazer uma paragem forçada em 2020 para regressar em 2021 para uma versão diferente, com atuações, a decorrer uma vez por mês ao longo de um ano, no CCC.
“Fizémos 24 concertos no centro cultural e tivémos 3500 pessoas a assistir, número idêntico ao que tivémos na edição de 2019”, referiu Nuno Monteiro, acrescentando que houve eventos no CCC, na Igreja do Espírito Santo e também no espaço da autarquia, adquirido à Fábrica Bordallo Pinheiro no Avenal. A segunda edição como novidade a realização de três residências artísticas que trouxeram à cidade Tiago Bettencourt, Surma e Tomara.
O Impulso irá manter a sua aposta na música portuguesa e também nos artistas emergentes, como, aliás, é seu apanágio desde que foi criado. “Também vamos ter oito artistas internacionais com artistas de Espanha, da Escócia e do Chile”, referiu o diretor, acrescentando que no Parque D. Carlos I haverá um palco principal e zonas de street food. Decorrerão eventos na ESAD, no CCC e na área do clubbing, na Zona Industrial.
“Temos sempre alunos e antigos alunos da ESAD na organização do evento”, salienta Nuno Monteiro, que lidera uma equipa de uma centena de pessoas. “O festival é mutante e, por isso, todos os anos queremos apresentar propostas diferentes”, disse o diretor, que salienta os como Mão Morta e Pluto como cabeças de cartaz.
Em três dias vão atuar 41 artistas e bandas e, em números de atuações, não é possível crescer mais sem sobrepôr eventos, algo que o festival caldense não pretende. “Já vendemos bilhetes por todo o território nacional, mas também em Espanha”, rematou o responsável.