Isabel Aboim Inglez
coordenadora da Licenciatura de Som e Imagem da ESAD.CR
Que bom voltar ao Parque! Que bom estar em festa!
O Impulso – Acompanhei e estive envolvida naquilo que foram as bases do seu surgi-mento e venho acompanhando e participando no mesmo, vendo-o (com orgulho) crescer. Surgiu da vontade de fazer, mexer, agitar, trazer e agregar, de professores e alunos da Licenciatura em Som e Imagem da ESAD.CR na vida da cidade, através de um festival, de música, mas não só! Daí despontaram ideias e foram-se encontrando parceiros para pôr essa força a rolar. Fez-se o primeiro festival com o entusiasmo de quem começa, algumas surpresas musicais, intervenções artísticas e excitação. Nem a meteorologia agreste do final de maio demoveu o entusiasmo.
No segundo ano cresceu-se e esse impulso (essa força) expandiu-se. É sempre com emoção que vemos os primeiros cartazes a serem colocados na cidade e a lona a ser levantada na escola, desvendando o programa que é sempre eclético e surpreendente. Um dos maiores trunfos do festival é o envolvimento e participação dos alunos, através da sua ligação ativa na sua construção, produção. A presença dos alunos cimentou-se e a ligação com outros cursos da ESAD.CR também, como é exemplo a criação da imagem gráfica do festival em parceria com a Licenciatura em Design Gráfico e Multimédia. Não só os atuais alunos colaboram no festival, também os alumni fazem questão de participar. Há uma orgulhosa implicação nas tarefas assumidas, quer na preparação, como na produção e nos dias do Festival. São também os alunos (caldenses temporários) que estabelecem a ligação com os habitantes, envolvendo-os e trazendo-os ao Impulso, dando uma vida suplementar à cidade. Nesse 2ºano conseguimos estar no Parque D. Carlos I com 2 palcos e uma tenda. Um desafio em si de programação, produção e gestão dos concertos ‘grandes’, que começaram no final da tarde e se prolongaram pela noite. A presença no centro da cidade foi determinante para o público e ouso dizer para a cidade, tornando um cenário natural no final da tarde um autêntico palco de festa. Os percursos criados nas atividades da tarde, no CCC e na ESAD.CR, os concertos mais intimistas da Ermida e a programação noturna na fábrica Bordalo deram uma força, um Impulso, que surpreendeu todos pela positiva.
No primeiro ano da pandemia de covid-19, o confinamento quebrou a continuidade do festival e este teve de se reinventar. Assim, de um festival que acontece e acaba, passou-se para uma programação mensal. O CCC acolheu o Impulso, e acarinhou-o. Mensalmente, um concerto com dois grupos/artistas aconteceu. À tarde, uma seleção de filmes e uma discussão proposta pelo Doclisboa e, de um revés, criou-se uma mais-valia – através de uma programação consistente, criou-se uma proposta cultural que em muito animou a cidade (e não só).
Hoje, o Impulso é uma força motora que começa a estabelecer-se como uma peça fulcral na difusão cultural do Oeste e isso só nos pode deixar orgulhosos e cientes da nossa responsabilidade. O Impulso é um festival que não se manterá no efémero da sua ocorrência, mas que estabelecerá lastro ao longo do ano. As bases de uma ação, de uma força que se quer em movimento.