Venho aqui demonstrar a minha indignação pela maneira como o Sr. Jorge F. Ferreira se refere aos trajados em geral e á minha pessoa em particular (o meu nome é Gilberto Clérigo e não, cito, “pai de uma atrajada mental”). Eu nunca ofendi nem insultei ninguém, nem eu nem a minha filha que sempre usou traje, e é uma mulher de quem me orgulho bastante e que de atrasada mental nada tem garanto-lhe, pois tirou uma licenciatura seguida de mestrado sem nunca ter perdido um ano ou deixar uma cadeira, e a trabalhar em simultâneo, o que poucos se podem gabar, para além de ter um coração de ouro de grande generosidade para com o próximo.
Mas voltemos ao assunto que me faz escrever esta resposta, caso o Sr. não saiba eu sou contra todo e qualquer tipo de praxe violenta ou humilhante para que fique desde já esclarecido.
1- Praxes existem em todo o país (nas universidades, nas Forças Armadas, nos locais de trabalho, etc.), com maior incidência em Coimbra devido ao facto do número de estudantes ser muito superior ao normal.
2- Por não conhecerem o tipo de praxes que se fazem nas Caldas talvez estejam induzidos em erro. Passo a explicar: faz-se a recepção ao caloiro onde se mostra a escola e apoia no conhecimento da cidade; uma das primeiras praxes é um Peddy paper em que leva os caloiros a conhecer os principais pontos da cidade, fazem-se praxes solidárias com angariação de alimentos para instituições de solidariedade social. São os próprios caloiros a dizerem que isto nas Caldas nem são praxes, já tivemos casos de alunos do alto dos seus 50 e poucos anos que trajaram e participaram em todo o processo, sendo muitos dos jogos feitos comparáveis a brincadeiras de escola primária. Porque é que quem critica sem conhecer não vai assistir às várias “praxes“ e depois fala com conhecimento de causa?
3- Existem abusos, sim, acredito que exista algum aqui nas Caldas e deve ser e será punido chegando a quem de direito, mas infelizmente existem em tudo numa sociedade, cada vez mais sem valores, devido ao tipo de educação (ou falta dela) que a maioria tem desde tenra idade nas suas casas.
4- Garanto-lhe que da minha parte não existe, cito “Show-off”, se para si nada representa a bênção das pastas, para outros representa muito; vivemos num pais democrático em que o direito à crença religiosa é livre. Assim como o facto de trajar ou não também é livre, é uma opção pessoal.
Esperando ter contribuído para um melhor esclarecimento do género de praxes existentes nas Caldas, termino enviando os meus cumprimentos a todos.
Gilberto Clérigo