Fruto da sociedade contemporânea e do ritmo de vida que esta nos impõe, descuidamos por vezes a nossa alimentação e cada vez mais nos distanciamos do padrão de alimentação mediterrânico e dos seus comprovados benefícios para a saúde.
A dieta mediterrânica, classificada como Património Imaterial da Humanidade, é o resultado de uma saudável e equilibrada combinação de ingredientes, característica dos países que constituem a bacia do mediterrâneo.
Trata-se de uma espécie de filosofia de vida, baseada numa cultura e estilo de vida típicos, composta por ingredientes tradicionais, actualizados em função da evolução tecnológica ao longo dos tempos, resultando numa combinação harmoniosa.
As principais bases da alimentação mediterrânica são fundamentalmente:
– grandes quantidades de alimentos ricos em fibra, com elevado teor de amido como os cereais, pão, massa, arroz e batata;
– uma grande variedade de frutas, vegetais e leguminosas em quantidades generosas;
– o azeite como principal fonte de gordura;
– lacticínios, em especial o queijo e o iogurte, em quantidades moderadas;
– peixe, incluindo óleos de peixe e carne de aves, moderadamente;
– a ingestão muito ocasional de açúcar refinado, doces e mel;
– o consumo limitado de carne vermelha;
– a actividade física diária;
– o consumo moderado de vinho tinto (um a dois copos, preferencialmente às refeições).
Os factores mais importantes deste padrão alimentar são o uso incondicional do azeite (com elevado teor em ácido oleico – ácido gordo monoinsaturado, rico em antioxidantes naturais, incluindo a vitamina E), o consumo moderado de vinho tinto (rico em compostos fenólicos – taninos – possuindo propriedades anticancerígenas e benefícios cardiovasculares), a ingestão abundante de água e a prática regular de exercício físico, como importante factor para a manutenção do bem estar físico e psíquico e para o controlo e manutenção do peso saudável.
A Oldways Preservation, em conjunto com o Departamento Europeu da Organização Mundial de Saúde e a Havard School of Public Health levaram a cabo um estudo baseado na alimentação de Creta, na Grécia, e no sul de Itália, que reflectiu uma correlação entre estes hábitos e uma menor taxa de doenças crónicas, acompanhada com uma maior esperança de vida.
Surge então a Pirâmide Alimentar da Dieta Mediterrânica. No entanto, este padrão alimentar tão benéfico para a nossa saúde tem vindo a sofrer influências, muito em parte devido à sociedade em que vivemos e à sedentarização das populações, associado ao consumo crescente de alimentos nutricionalmente densos.
A implementação de hábitos de vida saudáveis, com uma alimentação racional e equilibrada e com a prática regular de exercício físico, deve ser constante e envolver toda a família, garantindo assim a sua manutenção ao longo da vida.
Coma bem… a sua Saúde agradece!
Dr. Bruno Fiúza
Clínica Persona Caldas da Rainha
personacaldas@gmail.com