Delegação das Caldas, Óbidos e Rio Maior defendeu Hospital na AR

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Os eleitos das Caldas, Óbidos e Rio Maior na reunião da Comissão de Saúde na Assembleia da República

Deputados reiteraram que se trata de uma decisão do governo e defenderam que é urgente a construção do novo hospital para esta região

A audiência já estava pedida há meses e acabou por ter lugar na manhã de sexta-feira, 27 de setembro. O coordenador da comissão de saúde da Assembleia Municipal das Caldas, António Curado, foi o primeiro a usar da palavra para fazer o historial do hospital das Caldas e defender a localização do novo equipamento na localização Caldas-Óbidos. Também o presidente da Câmara de Óbidos, Filipe Daniel, destacou os pontos fortes desta localização, desde logo pela “maturidade” do terreno mas também pelas boas acessibilidades rodoviárias e também ferroviárias, “um ponto muito importante naquilo que queremos atingir em metas de descarbonização”, realçou.
Ainda de acordo com o autarca, a proposta anunciada, da localização no Bombarral, “violava o PROT”, chamando a atenção que “estes instrumentos são vinculativos”. A necessidade de ser um hospital -escola e a sua concretização o mais breve possível foram também defendidas por Filipe Daniel, que entende que cabe ao governo a decisão, “não se escudando nos municípios”.
Também presente na delegação, o presidente da Câmara de Rio Maior, Filipe Santana Dias, realçou que a presença dos três municípios não se prende com bairrismo, mas com a necessidade “urgente e óbvia de revisitação deste processo de decisão”. Embora o hospital de referência seja o de Santarém, muitos dos rio maiorenses utilizam o Centro Hospitalar do Oeste, salientou. Já o autarca caldense, Vítor Marques, pediu uma resposta hospitalar que sirva o Oeste mas integrada na resposta nacional. Considera que os critérios de tempo e distância são importantes quando se fala de urgências, mas que mais de 75% dos atos médicos são programados, defendendo que se tenham em atenção outros, como as acessibilidades, o grau de risco sísmico, o número de turistas que visitam a região e, sobretudo, os regulamentos do território.

A posição dos deputados
Também o deputado do PSD, Hugo Oliveira, considera que o “erro foi carregar para cima dos ombros dos presidentes de Câmara a escolha da localização do hospital, quando a decisão é do governo”. Criticou o “trabalho inclinado” do grupo de trabalho e os pressupostos que levaram aos critérios para o estudo encomendado pela OesteCIM, defendendo que a decisão deve de ser reavaliada, para perceber se o processo “está ou não inquinado”.
Embora com uma “posição diversa”, o deputado torriense do PSD, Marco Claudino, corroborou da posição de que é o governo quem deve tomar a decisão, que sirva melhor os oestinos. Já o deputado do PS, e antigo presidente da Câmara de Arruda dos Vinhos, André Rijo, chamou a atenção para a resolução da Assembleia da República, e publicação em Diário da República, que “baliza o posicionamento da maioria dos grupos parlamentares sobre esta matéria”, ao recomendar ao Governo a construção do novo hospital público do Oeste e a readaptação dos Hospitais de Peniche, Torres Vedras e Caldas da Rainha.
O Chega tem uma posição diferente. O deputado Gabriel Mithá Ribeiro quer regressar à solução das duas unidades, uma no Oeste Norte e outra no Oeste Sul, mas considera que “nesta legislatura não há um governo com capacidade politica efetiva de implementar uma decisão estratégica como esta, e por responsabilidades próprias. Um governo frágil como o que temos deixa sempre em aberto todas as soluções porque não vai conseguir avançar”.
À Gazeta das Caldas o presidente da Câmara, Vítor Marques, reconheceu que esta audiência na Comissão da Saúde já foi “fora de tempo”. Tinha sido pedida há quatro meses, ainda antes da deliberação das petições e com o objetivo, na altura, de “avançar com informação relevante, na nossa opinião, para a tomada de decisão”. O autarca caldense considera, ainda assim, que “foi importante fazê-la para reiterar a nossa posição e o assunto esteja na ordem do dia”, esperando agora que a ministra da Saúde os possa receber, tendo em conta que o pedido já foi feito há seis meses. Marcada para 22 de outubro está já a reunião de Ana Paula Martins com os responsáveis da OesteCIM.
A Câmara das Caldas tem tido também reuniões com o especialista em Planeamento Regional e Urbano, Sérgio Barroso, e está a aguardar uma proposta para o desenvolvimento de um trabalho académico para suportar a localização nas Caldas-Óbidos. ■