O fundador do Livre /Tempo de Avançar, Rui Tavares, e outras figuras mais mediáticas do novo partido, como os ex-bloquistas Ana Drago e Daniel Oliveira, estiveram em campanha nas Caldas durante a manhã de domingo, 13 de Setembro. Com uma componente ecológica muito forte, a campanha incluiu uma viagem de comboio pela Linha do Oeste, entre Leiria e a Marinha Grande, com o objectivo de alertar para a necessidade da sua modernização.
Depois de tomarem um café no Bocage, pouco passava das 10h00, os dirigentes do Livre juntaram-se à comitiva que descia a Rua Diário de Notícias e percorreriam a Rua das Montras e a Praça da Fruta a distribuir o jornal de campanha e a dar a conhecer o novo partido às pessoas que encontravam.
“Estão a oferecer um almoço?”, perguntava um transeunte quando foi interpelado, ao que de imediato Ana Drago respondeu: “não há almoços grátis”. O combate à corrupção é, aliás, um dos objectivos do Livre/Tempo de Avançar, que defende mais meios para a Justiça actuar nessa área. Defendem também uma renegociação multilateral da dívida, impostos mais justos, o aumento dos rendimentos mais baixos e uma maior protecção dos trabalhadores.
Esta acção teve também por objectivo dar a conhecer junto da população o cabeça de lista pelo distrito, o jovem caldense Filipe Mil-Homens.
No distrito de Leiria a comitiva andou pelas ruas, mercados e também de comboio pela Linha do Oeste (entre Leiria e a Marinha Grande), para mostrarem a sua “preocupação” com o seu estado actual e a necessidade de revitalização deste eixo ferroviário. “Já há bastante tempo que esta linha deixou de servir as necessidades das populações, mas achamos que o comboio é um meio de transporte importante e que a aposta nele pode ter resultados”, disse aos jornalistas Pedro Rodrigues, que integra a lista de candidatos pelo distrito.
Esta é também uma campanha com uma componente ecológica muito forte. No seu programa “verde” elucidam os eleitores sobre como poupar na factura da electricidade, deixar de pagar rendas excessivas à EDP, ou como preparar o país para um futuro mais sustentável. No final será feito um cálculo da pegada ecológica da campanha e as emissões de carbono gastas durante este período serão compensadas com a plantação de árvores.
Candidatos escolhidos através de eleições primárias
Rui Tavares, fundador do partido e candidato pelo círculo de Lisboa, lembrou que todos os candidatos foram escolhidos através de eleições primárias, o que é uma novidade na política portuguesa. Se, por um lado, esta opção dá “maior autonomia e independência”, por outro, “exige uma maior responsabilização aos deputados eleitos e candidatos a deputados pelos vários círculos”, disse o ex-eurodeputado.
A campanha que agora começa a percorrer o país é denominada de caravana da liberdade e é “feita à moda antiga”, realça Rui Tavares, adiantando que prestam esclarecimentos, entregam folhetos nas ruas e contactam com a população em todo o país. Depois é completada com uma presença forte do partido nas redes sociais.
O dirigente político considera que a fórmula tem dado frutos, com as pessoas a mobilizarem-se em torno do movimento. Exemplo disso foi a convenção cidadã que tinham realizado no dia anterior em Lisboa e que encheu com “gente entusiasmada” a apresentar emendas para o programa do partido que, por sua vez já tinha sido aberto à participação de todos os subscritores.
Rui Tavares afirma que o Livre é um “verdadeiro movimento social com objectivos muito claros de mudar a política em Portugal” e critica a demora, “por parte da comunicação social de massas, em dar aos cidadãos a informação a que têm direito”, centrando-se apenas nos principais partidos políticos. Para o candidato, a eleição de dois deputados em Lisboa e um no Porto é o resultado mínimo que pretendem obter nestas eleições. “Não esqueçamos que esta é a única candidatura que deseja fazer uma governação de convergência entre partidos de esquerda o mais ampla possível”, disse, acrescentando que quantos mais deputados elegerem maior será a garantia de que a “direita vai para a oposição”.