O anúncio foi feito pelo presidente da Câmara das Caldas durante o jantar comemorativo do primeiro aniversário da vitória do movimento nas últimas autárquicas.
O movimento de cidadãos independentes VM – Vamos Mudar ganhou as eleições autárquicas a 26 de setembro de 2021, derrubando 35 anos consecutivos de governação social-democrata nas Caldas. A data foi assinalada um ano depois com um jantar que reuniu cerca de 200 pessoas.
“Continuamos a acreditar que é possível fazer aquilo a que nos propusemos na nossa campanha eleitoral”, disse o presidente da Câmara, Vítor Marques, embora reconheça que não o farão de forma tão rápida quanto pensavam que seria possível. A ambição não se perdeu e Vítor Marques, acompanhado pela sua equipa, manifestou a disponibilidade para se recandidatar nas próximas autárquicas. “Estamos em campanha desde há um ano”, disse, acrescentando que a equipa é “pequena, mas muito valente e com vontade de trabalhar para o município”.
Durante a intervenção, o autarca reconheceu que os serviços ainda são muito lentos a dar as respostas aos munícipes, pelo que estão a criar as condições para melhorar, colocando ferramentas ao serviço dos colaboradores. Estão a finalizar instrumentos estratégicos e a aguardar um conjunto de regulamentos ao nível do urbanismo, de apoio às coletividades e associativismo. Um trabalho que não se vê, mas que Vítor Marques diz ser a base para a estratégia que pretendem desenvolver.
Mas também já estão a estabelecer prioridades. “Houve alturas em que tivemos de dizer não”, lembrou, referindo-se ao cancelamento do apoio ao World Press Cartoon nas Caldas, por entender que não é uma prioridade para este município. Vítor Marques, que se sente “ainda mais forte” quando o “rebaixam ou tentam deitar abaixo”, garantiu que não o irão ouvir falar mal do que foi feito antes, até porque “foi assim que ganhámos e, com tudo o que possamos fazer dessa forma, vamos achincalhar uma entidade que nos merece respeito, o nosso município”.
Entre as atividades a realizar, o edil destacou a parceria com o município de Rio Maior para se candidatarem a Capital do Desporto em 2027. O termalismo, o apoio ao comércio e serviços e também a consolidação da área empresarial, com a inclusão de mais zonas empresariais em PDM (cuja primeira reunião para apresentação às entidades decorrerá a 25 de outubro), também mereceram uma referência de Vítor Marques.
O líder da bancada do VM na Assembleia Municipal, António Curado, começou por partilhar as saudades que sente das arruadas e périplo por todo o concelho, que lhe permitiu conhecer melhor este território e lembrou o bom resultado obtido pelo VM há um ano. “Nas situações mais problemáticas, além de personificar a cidadania, Vítor Marques é uma pessoa de bom senso e isso leva a boas soluções”, disse, destacando também o trabalho da equipa que o acompanha. Referindo-se à Assembleia Municipal, António Curado lembrou que já tiveram 19 elementos a intervir naquele órgão.
Grupo de reflexão
Maria de Jesus Fernandes, presidente da associação Vamos Mudar, criada em abril e que pretende ser um “braço armado” do executivo, considera que muita coisa mudou no último ano e que, sobretudo, “respira-se melhor hoje nas Caldas”. Lembrou que muitas das pessoas que estavam na sala nunca conheceram outro “governo” nas Caldas e, referindo-se à gestão PSD disse ter “tiques de arrogância, sobranceria e até de algum nepotismo”. Por outro lado, para o atual executivo, foi um ano “muito penoso, trabalhoso, cheio de armadilhas e com algumas rasteiras pelo meio, mas também sucessos”, disse, destacando a coesão da equipa que lidera a Câmara das Caldas.
A também deputada na Assembleia Municipal deu nota do trabalho que tem sido feito ao nível da desmaterialização e digitalização dos processos administrativos, praticamente concluído, e na resolução de alguns conflitos e contenciosos antigos. “Afinal havia alguns milhões deixados pelo PSD mas também muitas contas por saldar”, disse, dando como exemplo o acordo estabelecido com a empresa Águas do Vale do Tejo para o pagamento de uma dívida superior a 916 mil euros de água não consumida, terminando um processo com mais de 10 anos.
O executivo pode contar com o suporte da associação Vamos Mudar nas decisões a tomar. Esta pretende funcionar como um grupo de reflexão, que ouve a sociedade civil, seja um espaço de partilha e de ajuda nas decisões.