A vice-presidente da Câmara do Bombarral, Joana Patuleia, renunciou ao seu mandato de vereadora, alegando motivos pessoais, mas as verdadeiras razões prendem-se com a complicada situação financeira da autarquia e com a necessidade de alterar o quadro de pessoal (um dos seus pelouros era o de Recursos Humanos). Segundo o presidente da Câmara, José Manuel Vieira, no próximo ano será necessário dispensar funcionários.
Contactada pela Gazeta das Caldas através de correio electrónico, Joana Patuleia, que é quadro superior da Direcção Geral dos Serviços Prisionais para onde regressou no início deste mês, não respondeu às questões colocadas e limitou-se a dizer que “a renúncia de mandato ocorreu apenas por motivos pessoais”.
O nosso jornal tinha informações de que a saída da Câmara estava também relacionada com a situação financeira da autarquia e por isso questionou Joana Patuleia sobre o assunto, mas esta não respondeu.
Já há algum tempo que a ex-vice-presidente da autarquia tinha dificuldades em gerir os recursos humanos da Câmara, num contexto de forte pressão devido à grave situação financeira que o município atravessa.
Por outro lado, e embora tenha assumido um grande protagonismo no executivo, ao ponto de quase fazer sombra ao próprio presidente da Câmara, a vereadora não se sentiu apoiada pelos seus pares no momento de tomar decisões difíceis e impopulares para os funcionários camarários.
A gota de água foi a tentativa de nomeação de uma chefe de divisão da Câmara que não teve um apoio activo de todo o executivo e que foi vetada em Assembleia Muncipal.
Joana Patuleia foi directora do estabelecimento prisional das Caldas da Rainha e dirigia o de Alcoentre quando foi eleita, pelo PSD, para a Câmara do Bombarral. Na sua juventude, nos anos 80, as ex-autarca andou nas fileiras da Juventude Socialista.
PRESIDENTE DA CÂMARA ADMITE REDUÇÃO DE PESSOAL
José Manuel Vieira, admite que há problemas financeiros na autarquia. “A conjuntura actual prejudica todos os sectores da vida pública e privada, mas no tocante às autarquias com mais dificuldade em obter receitas próprias a situação é naturalmente mais constrangedora”, afirmou, também por correio electrónico.
Segundo o autarca, têm vindo a ser implementadas medidas de contenção para inverter a situação, “mas ainda assim os efeitos estão longe do desejado”. No próximo ano está previsto avançarem com medidas altamente restritivas.
A autarquia tem tido dificuldades de tesouraria para tudo, inclusive para pagar os vencimentos dos funcionários.
No entanto, garante que “até ao momento temos conseguido assegurar os pagamentos atempadamente”, mas “tal garantia não é perpétua, daí que seja urgente e importante a redução de pessoal, situação que já conseguimos em parte com um abaixamento do número de efectivos, mas que terá de tomar uma proporção muito maior”.
Em relação à saída de Joana Patuleia, o presidente da Câmara não tem dúvidas que tal se deveu apenas às razões apontadas pela própria. “Na carta que me foi dirigida fui informado que a decisão foi motivada por imprevistos de ordem pessoal, situação que tenho a certeza corresponde à realidade já que o relacionamento que existiu e existe no seio do nosso grupo de eleitos e membros do gabinete de apoio, tem sido sempre um relacionamento de partilha, confiança e perfeito entendimento”, explicou.
O autarca não poupa elogios à ex-autarca. “O seu ritmo de trabalho, a par da dinâmica com que tratou das diversas matérias referentes aos pelouros que detinha, ilustram bem uma maneira de ser e de estar onde não faltam atributos como a honestidade, inteligência e eficácia, e por isso ficámos todos entristecidos pelo seu abandono, tanto mais que o nosso projecto para o concelho, estava feito à imagem e semelhança do grupo que o pretendia levar a cabo”, comentou.
José Manuel Vieira não sabe ainda quem será o próximo vice-presidente da Câmara do Bombarral. “Neste momento estamos a equacionar a distribuição dos pelouros que ficam num vazio, sendo certo que chamarei a mim a maior parte deles. O próximo vice-presidente a ser designado por mim para o lugar será aquele que reunir as melhores condições para ocupar o cargo e que tiver disponibilidade para o mesmo, sendo que no executivo tenho dois vereadores nos quais deposito a máxima confiança e tenho por isso a certeza que o lugar ficará bem ocupado por qualquer um dos dois”, referiu.
Como os pelouros ficarão entregues a quem já está no executivo, não haverá mais atribuição de cargos remunerados na vereação.
Do executivo fazem parte os vereadores Lúcia Poseiro (que já foi responsável pelo Centro da Área Educativa do Oeste por indicação do então secretário de Estado Feliciano Barreiras Duarte durante o governo de Durão Barroso), e Nuno Mota.
Na lista do PSD o nome seguinte que poderá subir à vereação é o de Margarida Barreiras Duarte (mulher de João Carlos Barreiras Duarte). Um destes três nomes poderá ser o do futuro vice-presidente da Câmara do Bombarral.
este psd no bombarral é uma autentica vergonha enquanto os barreiras forem os mandantes este concelho não sai da cèpa torta.