
O orçamento da Junta da Foz do Arelho para este ano foi reprovado pela terceira vez pela Assembleia de Freguesia. Embora a maioria dos deputados (incluindo elementos do MVC) se manifeste contra a proposta de orçamento de Fernando Sousa, o presidente da Junta afirma que não irá fazer quaisquer alterações ao documento e insiste em novas reuniões para a sua aprovação.
A Assembleia da Junta de Freguesia da Foz do Arelho voltou a não aprovar o orçamento para este ano, no valor de 230 mil euros, mais 10 mil que em 2016. Este documento já havia sido chumbado em Dezembro e Janeiro. Na sessão extraordinária do dia 10 de Fevereiro, o cenário repetiu-se com cinco votos contra, dois a favor e duas abstenções.
O presidente do executivo, Fernando Sousa (MVC), disse aos deputados da assembleia que não fez qualquer alteração ao orçamento desde a última reunião e revelou que irá manter a proposta original. “Vou trazê-lo para aprovação a esta assembleia quantas vezes necessárias”, acrescentou, frisando que actualmente a junta está a ser gerida com o valor do orçamento anterior e que, se necessário, “assim será até às eleições”.
Em declarações de voto, o ex-tesoureiro Luís Vila Verde (MVC) afirmou que manterá a sua posição contra sempre que o mesmo plano de orçamento vier à assembleia, enquanto o deputado Henrique Correia (PSD) se manifestou contra a situação de “reunirmos em tão curtos períodos de tempo”, realçando que “deveria haver respeito, por parte do executivo, por aquilo que já foi votado”.
O presidente da Assembléia, Artur Correia (PSD), que já em Dezembro votara contra o orçamento para 2017 porque não estava ainda concluída a auditoria ao buraco de 30 mil euros nas contas da Junta (o processo continua a decorrer) e se queixou do facto do executivo ter mudado de contabilista, disse agora que esperava alguma alteração ao orçamento. “Penso que a Assembleia já deixou claro que quer que o executivo faça a gestão do orçamento em duodécimos e com a mesma base que o de 2016”, fez notar.
Já Pedro Páscoa (CDS) dirigiu-se a Fernando Sousa sublinhando o facto de na primeira votação (em Dezembro) dois dos deputados do MVC terem votado contra o orçamento. “Se pessoas da sua lista não confiam no seu projecto, tenho que manter o meu voto contra, as vezes que forem necessárias”. Quem também mostrou ter menos confiança no executivo foi Sandra Poim (PSD), que alterou a sua anterior decisão de voto de abstenção para contra.
10 KM DA LAGOA EM OUTUBRO
A corrida 10 Km da Lagoa, que se realiza na Foz do Arelho desde 2014, entre Junho e Julho, este ano viu a sua data alterada para inícios de Outubro. A decisão, anunciada no início da sessão extraordinária por Artur Correia, foi da Câmara das Caldas, que justifica esta mudança pelo facto do evento implicar o corte temporário do trânsito e, por isso, perturbar a circulação na vila. Fernando Sousa disse não compreender os argumentos da autarquia e acrescentou que “em 2016 participaram mais de 500 atletas, número que este ano podia chegar aos 600 ou 700”. Tanto o presidente do executivo como da Assembleia de Freguesia manifestaram pouca vontade em associar-se à edição deste ano mediante tais condições.
Contactado pela Gazeta das Caldas, o munícipio caldense esclareceu que “embora a corrida seja um evento de grande impacto desportivo, atraindo muitas pessoas à Foz do Arelho, também tem como consequência um impacto no acesso à praia pois impede a mobilidade e estacionamento em época balnear, situação que motivou protesto por parte de alguns cidadãos e comerciantes que se sentem afectados em época alta”. A Câmara adiantou também que a GFD Running (entidade organizadora da corrida) aceitou a nova data sugerida.
Preocupações com o parque de campismo
Outro dos assuntos que preocupa Fernando Sousa é o actual estado do Parque de Campismo da Foz. A ausência de transporte hora a hora entre o parque e a praia durante o Verão, a má qualidade do restaurante, os azulejos partidos da piscina, a falta de manuntenção do espaço, e os preços elevados, quer das estadias como do uso da piscina, são os principais problemas que o presidente da Junta identificou. Este revelou também que actualmente o parque é gerido pela Orbitur, mas que em breve poderá ter nova gerência, mediante um concurso público que será lançado pela Câmara das Caldas. Não foi posta de lado a hipótese de ser a Junta a encarregar-se dessa gestão.