Lagoa de Óbidos é retrato de um país governado por “política de falência”

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“A Lagoa de Óbidos é um retrato exacto do nosso país, onde se abandona o que há de melhor e se destrói o que faz mais falta”. Quem o diz é Francisco Louça, que no passado domingo, 24 de Junho, participou na segunda sardinhada do BE das Caldas da Rainha.
Perante cerca de 50 pessoas que se uniram em convívio nas margens da Lagoa de Óbidos, o coordenador nacional do partido apontou o dedo à política do actual governo, que diz ajudar quem mais tem e criar mais dificuldades aos que mais precisam. “Temos um governo que olha para quem tem um milhão de euros, mas que corta os subsídios a quem não tem nada”, acusou.
“Quem nos governa só pensa em juros, lucros, impostos, cortes na Segurança Social e na Educação”, acusou o líder do Bloco, apelando à urgência dos portugueses serem “intransigentes na luta pela democracia”. De olhos postos no que se passa na Grécia, Francisco Louçã diz que “não podemos aceitar esta política de falência” posta em prática pelo PSD, CDS-PP e pela Troika.
“Temos que trazer para Portugal a força de luta que existe na Grécia”, defendeu o também deputado à Assembleia da República, acrescentando que “a Europa precisa da resposta que os portugueses, os espanhóis e os gregos podem dar contra a Merkel e contra a Troika”.
Já antes de se dirigir a militantes e simpatizantes do BE, Francisco Louçã dissera aos jornalistas que a política de austeridade tem apenas dois resultados: “a economia fica muito pior e a dívida fica maior”. Um ano depois da vinda da troika, “Portugal está a viver muitíssimo pior”, com uma saúde mais cara, sem respostas sociais e com uma Segurança Social cada vez mais incapaz de garantir pensões.
“Portugal está hoje muito mais próximo da falência”, lamenta o dirigente bloquista, que alerta para a necessidade de se alterar a política que está a ser seguida pelo actual governo. “O caminho da falência só pode provocar a falência”, afiançou.
Na sardinhada do BE os constrangimentos locais não foram esquecidos. Coube a Lino Romão, deputado bloquista na Assembleia Municipal caldense, reclamar uma dragagem permanente na Lagoa de Óbidos por ser “a única forma de manter este ecossistema vivo e a respirar”. No que à saúde diz respeito, o Bloco não aceita o encerramento de qualquer valência hospitalar, tal como não abre mão da defesa da manutenção do Hospital Termal no Serviço Nacional de Saúde.
Lino Romão abordou ainda a reorganização administrativa em curso, que “não se pode fazer sem ouvir as populações”. Por isso, o Bloco defende que a reforma seja alvo de um referendo.

Joana Fialho
jfialho@gazetadascaldas.pt

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6 COMENTÁRIOS

  1. Esquece-se o senhor deputado de que o seu partido apoiou o aumento do preço da água no concelho de Caldas da Rainha decretado pelo PSD do presidente Fernando Costa. Tudo o resto é mau mas o aumento para o dobro da factura mensal da água e o desinvestimento da Câmara e dos SMAS na manutenção da rede de abastecimento de água já é bom.
    Que estranha hipocrisia esta!…

  2. O Sr. PG Rosado está mal informado. O BE votou na Assembleia Municipal contra o aumento do preço da água, como votou contra o agravamento de impostos e taxas municipais, como o IMI ou a tarifa de estacionamento nos parques de estacionamento subterrâneos que o município explora. Estou à poucos meses na Assembleia Municipal, como deputado, e que eu me lembre, nunca lá vi o Sr. Rosado. Estranha condição, essa de mesmo ausente, se instituir como julgador de outros. Fica-lhe mal o cinismo, a falta de nível e a falta de gosto Sr. Rosado. Gostava de o ter visto na Assembleia a intervir civicamente pelo não aumento do preço da água e contra o agravamento das condições de vida dos munícipes em geral,como eu tenho feito e onde teria merecido o meu apoio. Estranha forma esta de activismo de teclado que não levanta o rabo da cadeira para defender os seus direitos, e ainda se dá ao luxo de ofender que os defende por si.

  3. Fico satisfeito por o Sr. Romão ter votado contra o aumento do preço da água. Infelizmente eu só o soube agora, mais de meio ano depois da votação. Já agora, Sr. Romão: “à poucos meses” está mal escrito. Escreve-se “há poucos meses”. Mas pelo menos escreveu “rabo” bem escrito. Parabéns.

  4. Oito ou nove meses depois ficamos a saber que o BE se opôs ao aumento brutal do preço da água.
    E que o Sr. Romão, o deputado municipal da agremiação, sabe escrever “rabo” mas não “há poucos meses”, que escreve desta maneira: “à poucos meses”.
    Digamos, parafraseando V.I. Lenine, que é um caso de iliteracia de novo tipo…

  5. Obrigado pela emenda da gralha ortográfica. E por reconhecer que o BE faz o que foi eleito para fazer. Estamos habituados à distração pública sobre o nosso trabalho cívico e político. Nem sempre o reconhecimento chega oportunamente, sabemos que o preconceito, de naturesa ideológica ou outra, também dita uma certa surdez e invisiblidade sobre o nosso trabalho e as nossas propostas. É assim o caminho da esquerda em tempos de afincado neoliberalismo. Nada que nos atormente muito. As sessões da Assembleia Municipal são públicas e julgo que as actas podem ser solicitadas, além do que é reproduzido pela imprensa local.Quanto a hipersensibilidades anatómicas não tenho mais nada a acrescentar. Espero ver o esmero da sua literacia em causas futuras do seu interesse e do interesse da comunidade que o acolheu. Bem vindo à luta.

  6. sobre este evento do BE:
    – Da proxima que fizerem isto sugiro que pelo o Sr. Louça esteja com as costas para a Lagoa, pois poderia ter aproveitado para a mostrar em vez de ter como fundo um monte e canas! A comunicaçao social mal tocou no assunto da Lagoa… Tendo dito q ele esteve em Caldas! Assim pelo menos a Lagoa seria divulgada.
    – Na semana anterior a este encontro a populaçao uniu-se e decidiu limpar as margens da Lagoa… Numa medida de civismo ou ate popularismo para a proxima apareçam para ajudar! Acçao e medidas concretas sim tanga nao!