Munícipes e deputados municipais mostram preocupação com a limpeza na cidade

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Na primeira assembleia do ano, o público marcou presença a apresentou a preocupação com situações de degradação e limpeza na cidade

Os deputados manifestaram, na reunião de 18 de Fevereiro, preocupação com a falta de limpeza na cidade, depois da situação ter sido denunciada por uma munícipe. A Câmara disse estar atenta e que está previsto um reforço nas equipas de limpeza

A munícipe Alcina Lopes foi à Assembleia Municipal das Caldas denunciar a falta de limpeza nas ruas nas proximidades dos Pimpões, no Bairro da Ponte. A residir nas Caldas há dois anos, depois de 40 anos na Suíça, a munícipe diz-se “revoltada” com o mau cheiro dos dejectos dos animais e a falta de limpeza dos espaços públicos e voltou a pedir a intervenção da autarquia para a resolução do problema. A falta de limpeza nalguns espaços da cidade foi corroborada pelos deputados municipais. Alberto Pereira (PSD) denunciou que a existência de dejectos de cães e gatos na via pública começa a ser preocupante, criticando a falta de limpeza por parte dos proprietários. Já o deputado comunista, Vítor Fernandes, salientou que compete aos serviços de limpeza assegurar a manutenção dos espaços, mas que também os moradores devem organizar-se para chamar a atenção quando há problemas e, se possível, ajudar na sua resolução. Ana Sofia Cardoso (CDS-PP) partilhou das preocupações apresentadas pela munícipe e referiu que os problemas com a limpeza estendem-se a toda a cidade. “Estamos há semanas com os caixotes do lixo do papelão provisórios e não conseguimos perceber porquê”, disse, acrescentando também que há caixotes do lixo fora do sítio e as ruas estão sujas, sobretudo com dejectos dos animais. “Não me parece que seja uma cidade que nos possamos congratular de aparecer na revista Evasões e depois as pessoas chegarem e darem com as ruas sujas”, disse, pedindo soluções. Para o deputado bloquista, Arnaldo Sarroeira, este problema prende-se, sobretudo, com a falta de civismo dos cidadãos, defendendo a realização de campanhas de sensibilização para colmatar estas atitudes. Para Manuel Nunes (PS) a solução está na capacidade da Câmara e junta de freguesia garantirem que a limpeza seja mais eficiente. O presidente da Câmara, Tinta Ferreira, explicou que estão a tentar melhorar a limpeza, através do funcionamento da brigada anti-grafitti (que limpa e pinta os tags) e mais fiscalização junto das pessoas que colocam alimentação para animais na via pública. Referindo-se à zona onde reside a munícipe Alcina Lopes, explicou que é limpa no âmbito de um protocolo com o Estabelecimento Prisional das Caldas. Por considerar que tem que ser feito mais e melhor, a autarquia decidiu transferir o serviço de higiene urbana para os serviços municipalizados que, além de garantirem a lavagem dos contentores quatro vezes por ano e melhorar a qualidade na recolha dos resíduos sólidos urbanos, contará com mais 16 colaboradores. Em resposta à deputada centrista, o autarca explicou que os contentores subterrâneos avariaram e foram colocados contentores provisórios para receber o papelão. Já foi aberto procedimento, no valor de quase 20 mil euros, para reparar todos os contentores subterrâneos para que estes possam voltar a funcionar. A autarquia está também a terminar o processo de aquisição de oleões e serão distribuídos por todo o concelho durante o mês de Março.

Obras na cidade

O CDS continua a ver com preocupação as obras que estão a ser feitas na cidade. Embora as considere necessárias, entende que o município tem que assegurar que estas são entregues decentemente, disse o deputado Duarte Nuno, dando como exemplo a Rua Sebastião de Lima, junto ao cruzamento com a Rua da Alegria, que “foi acabada e deixada num péssimo estado”. O deputado centrista lembrou que a população caldense está a fazer um sacrifício para que as obras decorram e que estas têm um impacto significativo sobretudo no comércio. A obra na Rua Sebastião de Lima não foi recebida pela autarquia, como finalizada, por esta entender que não estava em condições. “A empresa, no nosso ponto de vista, não fez um bom trabalho e exigimos que fizesse nova reposição da calçada. Considero que melhorou, mas ainda não atingiu os níveis de exigência que queremos para a cidade”, explicou Tinta Ferreira. O deputado comunista Vítor Fernandes, pediu melhores condições para os vendedores na Praça da Fruta no Inverno. O dirigente político lembrou que aquele mercado centenário funciona todos os dias desde madrugada até às 15h00, faça sol, chuva ou frio e que é o local das Caldas mais visitado pelos turistas nacionais e estrangeiros. Preocupa-o as condições em que é exercida esta actividade económica durante os dias de “invernia inclemente”, em que o mercado praticamente não tem clientes, preterido pelas grandes superfícies. Vítor Fernandes sugeriu que fosse feito um registo do período em que a actividade na praça é impossível devido às más condições climatéricas e que se encontrasse um local alternativo para a realização do mercado. Deu como solução o seu funcionamento no Mercado do Peixe e justifica que seria também positivo para os próprios comerciantes do peixe pois dinamizaria o seu negócio.  No entanto, caso não se opte por esta alternativa, Vítor Fernandes sugere que os vendedores possam ser ressarcidos do pagamento da taxa de ocupação nos dias de mau tempo. O presidente da Câmara propôs-se a avaliar a proposta do deputado, do ponto de vista regulamentar, sobre os descontos no pagamento de taxas. Na sua opinião a praça só vive em contexto de mercado de rua. Tinta Ferreira respondeu ainda à questão de Vítor Fernandes sobre a intervenção no Penedo Furado, para dar nota de que este monumento geológico será intervencionado a partir de Março. A junta de freguesia da Foz pretende também fazer um arranjo paisagístico junto ao Penedo.

Carregadores eléctricos vão ser reparados

Questionado pelo socialista Manuel Nunes sobre a falta de funcionamento dos carregamentos de veículos eléctricos na cidade, Tinta Ferreira explicou que a autarquia pretende adjudicar a uma empresa a reparação dos carregadores eléctricos. Actualmente estão a funcionar um no parque de estacionamento subterrâneo da Praça 25 de Abril e outro junto ao Centro da Juventude, na Rua Vitorino Fróis.
O edil recordou que quando, há anos, o governo definiu um conjunto de cidades para receber os carregadores, as Caldas não foi contemplada. A autarquia decidiu então comprar carregadores para colocar na cidade no âmbito do processo da regeneração urbana. Alguns dos aparelhos avariaram, houve uma descontextualização de peças e as empresas do sector não se disponibilizaram para fazer reparações, até recentemente, explicou o autarca.
Tinta Ferreira referiu ainda que gostaria que os aparelhos fossem integrados na rede nacional de carregadores, pois não lhe parece justo ser o município a pagar a energia consumida pelos veículos eléctricos.
Nesta reunião foi aprovado, por maioria, (com duas abstenções) um voto de repúdio pelos actos racistas no futebol, apresentado por Arnaldo Sarroeira (BE). O presidente da Junta de Freguesia de A-dos-Francos, Paulo Sousa, apresentou um voto de louvor a Mónica Pereira, praticante de culturismo e actualmente uma das 12 melhores atletas do mundo na sua categoria, que foi aprovado por unanimidade.

Câmara pode multar o Estado?

O deputado da PSD, Rodrigo Amaro, alertou para o estado de abandono em que se encontra a Mata das Mestras, no Carvalhal Benfeito, que é propriedade do Estado. Lembrou que já foi solicitada intervenção no local que que, tendo em conta que nada foi feito, sugeriu que o Estado deveria ser multado, como qualquer outro particular quando não cumpre com as suas obrigações de limpeza dos terrenos.
Também o presidente da Câmara lamentou que a administração central “seja tão rigorosa para os particulares e municípios e depois não o seja para si própria, como aconteceu com o Pinhal de Leiria”. Explicou que o município tem competência para instaurar um processo de contra-ordenação aos proprietários do seu concelho mas não sabe se esta se pode aplicar ao Estado, prometendo estudar o assunto. “Acho que era um bom exemplo que se dava”, referiu.