“O resultado é histórico para o PS”

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José Ribeiro, dirigente concelhio do PS, resume assim a vitória do seu partido em praticamente todos os distritos do país. A subida do BE e do PAN e a derrota dos partidos de direita e do PCP, foram aspectos destacados pelos responsáveis políticos concelhios relativamente a estas eleições. Os dirigentes partidários mostraram também a sua apreensão com a elevada abstenção registada no passado domingo.

“Discurso populista penalizado”.

José Ribeiro, presidente da concelhia caldense do PS, destaca as vitórias deste partido em freguesias como Salir de Matos, Foz do Arelho e Tornada/Salir do Porto, além das freguesias urbanas. O responsável entende que o seu partido fez uma boa campanha no concelho, com muitas pessoas envolvidas.
José Ribeiro destaca também a vitória “inequívoca” do seu partido a nível nacional, que só não venceu nos distritos de Vila Real e na Madeira. Por outro lado, considera que foi uma derrota “claríssima” da direita, em particular do CDS, que “ensaiou nestas eleições um discurso mais populista que foi claramente penalizado”. O líder da concelhia destaca pela negativa a elevada abstenção que se verificou. Entende que haverá várias explicações para isso, mas destaca que o sentimento de pertença à Europa ainda está em construção. “Precisamos de uma Europa mais próxima e espero que os agora eleitos façam por isso”, disse à Gazeta das Caldas.

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“BE é a terceira força política”

Também Carla Jorge, responsável do BE nas Caldas, destaca os bons resultados alcançados pelo seu partido, que quase duplicou a sua votação comparativamente a 2014, e permitiu eleger os deputados Marisa Matias e José Gusmão.  Na opinião da dirigente bloquista, o PSD e o CDS foram os grandes derrotados nestas eleições que representam o início da alteração do mapa político em Portugal. “O Bloco afirmou-se como a terceira força política nacional no Parlamento Europeu”, diz Carla Jorge, acrescentando que esta situação resulta do “trabalho coerente” que têm feito na defesa dos direitos no trabalho e de serviços públicos de qualidade, no combate às alterações climáticas e na preservação ambiental.
Nas Caldas o BE foi também a terceira força política, com uma votação acima da média nacional. “Passámos de 661 votos em 2014, para 1.731 votos”, especifica Carla Jorge.

“O PSD precisa de olhar para as causas”

A elevada taxa de abstenção que se registou nestas eleições, colocando Portugal entre os seis países da união europeia com a menor percentagem de votantes, é o aspecto que mais chama a atenção do presidente da concelhia caldense do PSD, Hugo Oliveira. Este político considera que este resultado, que considera “alarmante”, é demonstrativo do desinteresse dos portugueses em relação a estas eleições. Relativamente aos resultados, Hugo Oliveira fala de uma grande dispersão de votos em partidos mais recentes, de causas, referindo-se por exemplo à defesa ambiental.
O também vereador da Câmara das Caldas considera que o PSD até teve um melhor resultado em número de votos em relação há cinco anos, tendo em conta que não foi coligado, e que manteve o número de deputados (seis) no Parlamento Europeu. “O número de votos sobe, mas o PSD não atinge o seu objectivo, que era ter mais um eurodeputado”, disse, fazendo notar que o seu partido não conseguiu transmitir às pessoas a importância destas eleições.
“O próprio primeiro ministro, António Costa, sentiu necessidade de vir a terreno, porque o seu cabeça de lista [Pedro Marques] era muito fraco, e chamar a si a responsabilidade destas eleições”, disse Hugo Oliveira, acrescentando que o governante acabaria por misturar esta campanha com as legislativas.
Estes resultados levam-no a pensar que as formas de fazer política mudaram e que os partidos mais tradicionais têm que se adaptar a essa nova realidade e reestruturar-se internamente. “O PSD precisa de olhar para as causas e defendê-las novamente, com convicção”, defende Hugo Oliveira.

“Estas eleições são sempre assim”

Vítor Fernandes, da concelhia caldense do PCP, considera que o resultado eleitoral penalizou os partidos de direita. “O PSD e o CDS saíram com uma derrota bastante grande”, considera, acrescentando que o PS saiu vencedor, o BE teve uma subida significativa e o PAN surpreendeu ao eleger um deputado.
Já a coligação a que pertence perdeu um deputado e baixou o número de votos em relação a 2014. Um resultado que não satisfaz Vitor Fernandes, que lembra o trabalho feito pelos eurodeputados durante o seu mandato. “Mas estas eleições são sempre assim, as pessoas não vêem resultados palpáveis do trabalho feito pelos deputados”, disse, acrescentando que vão agora trabalhar para melhorar os resultados nas legislativas.

“Um revês para o CDS”

O presidente da concelhia caldense do CDS, João Gonçalves, considera que estas eleições foram um revês para o partido, apontando várias causas para além da abstenção. “Nuno Melo foi o candidato mais forte a ir a votos, mas isso não foi suficiente para compensar a má estratégia interna em relação à reposição do tempo dos professores, a dispersão de votos por novos partidos e a falta de imparcialidade de alguma comunicação social, que procurou assustar os eleitores com o papão da extrema-direita”, considera. A nível local, diz que o PS é vencedor, mas ainda assim “não conseguiu superar o total de votos que o PSD e o CDS no seu conjunto obtiveram”.

 

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