Partido quer manter concelho como um bastião socialista e recordou antigos chefes do executivo municipal
A Concelhia da Nazaré do PS homenageou, no passado sábado, os cinco presidentes de Câmara eleitos pelo partido. A cerimónia contou com a presença de familiares de Abílio Santos e Sousa (1976-1979) e Carlos Belo Nunes (1981/1982), já falecidos, além de Lourenço Bugalho Monteiro (1979-1981) e Walter Chicharro (2013-2025). O caldense Luís Monterroso (1982/1993), que se encontra a residir no Brasil, não esteve presente, mas também passa a ter uma foto e uma placa inscrita na sede do partido.
Recordando que o poder local “foi uma das grandes conquistas do 25 de Abril”, o líder do PS/Nazaré salientou que esta homenagem visa “autenticar o que foi o passado dos autarcas” socialistas no concelho. “Cabe-nos ajudar a escrever e contar a história e a eternizá-la”, salientou Manuel António Sequeira, para quem a Nazaré “é um bastião socialista” e sublinhando que “dos seis presidentes eleitos em democracia, cinco foram do PS”.
Presente na dupla condição de homenageado e presidente da Federação Distrital de Leiria, Walter Chicharro elogiou o trabalho de uma Concelhia que “tem vindo a saber fazer a diferença” e considerou que os presidentes de Câmara e os Governos do PS “têm deixado uma marca indelével na Nazaré”. O dirigente evocou Mário Soares, que considerou “o grande responsável pelo facto de a Nazaré ser um concelho de esquerda”, sobretudo devido ao Porto de Abrigo.
Quando aquela infraestrutura ainda era um sonho, José Carlos Sousa era emigrante no Canadá, mas o filho do primeiro presidente de Câmara eleito do concelho procurava ajudar o pai na luta. “Integrei, em Toronto, a Comissão “A Nazaré e o seu Porto de Abrigo”, que tinha por finalidade acompanhar o processo de pedido ao Governo e sempre que havia reuniões em Lisboa o presidente da Câmara recebia um telegrama da comunidade. Fizemos uma importante ação de lóbi”, recordou.
De resto, Lourenço Monteiro, que sucedeu a Abílio Santos e Sousa no cargo, falou do autarca como um “mentor”. Este alentejano de Niza não escondeu a “emoção” por, passadas quatro décadas de ter cessado funções, ter sido reconhecido pelo partido.
No final da sessão, Walter Chicharro retomou a palavra para agradecer o apoio da família e, a cumprir o último mandato, admitiu viver um “misto de sensações”. Apesar de concordar com a limitação de mandatos, o chefe do executivo municipal frisa que “gostava de dar algo mais do que os 12 anos” ao concelho e asseverou que, ao sucessor, vai entregar “um concelho muito melhor” do que aquele que recebeu”. ■