PS trouxe antiga ministra para falar sobre habitação em Óbidos

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Jantar-conferência reuniu cerca de uma centena de militantes e apoiantes do partido no restaurante Antonius
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Marina Gonçalves defendeu incremento da habitação pública e criação de instrumentos de apoio

Alargar o parque habitacional público e criar instrumentos de apoio ao acesso à habitação são os caminhos para resolver o problema de falta de habitação no país, defendeu Marina Gonçalves, antiga ministra da Habitação, num jantar-conferência do PS em Óbidos, com mais de uma centena de militantes, a 24 de abril.

Marina Gonçalves admitiu que, “enquanto PS, também temos que fazer uma reflexão das últimas décadas”, notando as poucas políticas para este tema depois do pós-25 de Abril. “Depois dessa fase tiveram duas dimensões: deixar às autarquias a resposta às questões mais prementes” e “bonificar o crédito habitação”. Defende que é preciso aumentar a oferta de habitação pública e a sua abrangência.

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Já relativamente aos instrumentos de apoio, porque “não há soluções milagrosas de um dia para o outro”, disse que o Mais Habitação “trazia benefícios fiscais e financiamentos, só que as linhas de financiamento que estavam na lei, ficaram na lei”, aponta, acusando também o PSD por demorar mais tempo na análise das candidaturas do Porta 65 e cortar os apoios à renda “sem qualquer explicação ou justificação, num momento em que vemos disparar o preço da habitação”. Marina Gonçalves disse que “a AD responde a alguns e o PS a todos, todos, todos” e que o governo está “a criar um país cada vez mais só para alguns”.
“É inadmissível que não tenha sido financiada a Estratégia Local de Habitação”, apontou. Por outro lado, têm sido criadas “medidas que têm agravado as dificuldades”.

Sobre Óbidos disse que “é um concelho onde os turistas gostam de ir”, mas questionou como é viver com estes problemas no acesso a habitação, sem médicos nos centros de saúde e com estas dificuldades em termos de mobilidade.

O candidato do PS à autarquia obidense, Paulo Gonçalves, disse que não ficou “convencido em 2021 com o resultado das eleições”, dado que “foram 517 votos de diferença para o vencedor em cerca de 6000 votantes, ou seja, nós precisamos de cerca de 500 pessoas além das que votaram em nós, para inverter este ciclo de PSD no concelho e que vejam em nós PS essa oportunidade”. O candidato frisou que não conhece “militância política ativa do Chega em Óbidos”, mas o partido tem subido nas votações com os descontentes dos dois maiores partidos. “Temos que conseguir inverter esta análise”, afirmou, lamentando que “não perdem um minuto por dia a construir uma ideia, mas perdem uma hora por dia a tentar combater as nossas ideias, isto não é política, é só dizer mal”. Sobre a governação, disse que este mandato foi “uma mão cheia de nada” e com “uma péssima gestão dos trabalhadores” e “uma péssima relação com as freguesias”.

Paulo Gonçalves apontou ainda que “em anos de eleições acontecem três coisas em Óbidos, alcatroamento, contratação de recursos humanos por parte da Câmara e a duplicação dos subsídios às coletividades, estamos a cumprir tudo, isto não é projeto, é mero aproveitamento do calendário político”.

Sobre habitação, apontou: há cerca de 10 mil casas em Óbidos sendo 63% posterior a 1980. Só que das casas do concelho, 52% são para residência habitual e as restantes são para fins sazonais e apenas 6% estão no mercado de arrendamento. “O slogan Tanta gente sem casa e tanta casa sem gente tornou-se atual em Óbidos”, afirmou, notando que “a construção cresceu como em poucos lugares, mas não mora lá ninguém”, dado que “não foram construídas para ser habitação, mas sim um negócio”.

Defendeu, portanto, um aumento da oferta de habitação pública, dado que é um problema que já não afeta apenas os mais desfavorecidos. Acresce que “a Câmara nem pode dizer que tem um problema financeiro. Não tem ideias, nem capacidade, tem equipas muito reduzidas e verdadeiramente não tem vontade”, disse. ■

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