No dia 21 de Março de 2015, Rui Gonçalves escreveu a primeira crónica para a Gazeta das Caldas. Tinha sido notícia que Caldas da Rainha havia aderido à Rede Europeia das Cidades Históricas Termais. O termalismo foi o primeiro assunto sobre o qual o arquitecto escreveu para a sua rubrica na Gazeta e é também o capítulo de abertura do livro que agora compila as 40 crónicas publicadas no nosso jornal.
Recordando o convite que lhe foi feito para integrar o grupo de cronistas da Gazeta, Rui Gonçalves realça que uma das condições foi que escrevesse sobre questões locais. “Senti que para mim era relativamente fácil escrever sobre matérias das Caldas, não só porque já tinha pensado sobre isso, mas também porque são inúmeras”, afirmou o arquitecto, sublinhando que a publicação deste livro também permite às pessoas que não leram as crónicas acompanharem os problemas que têm estado na ordem do dia da cidade. E saberem o que ele critica e o que sugere como soluções.
Na sua opinião, “o desenvolvimento de um território só é bem sucedido se for alicerçado aos seus recursos endógenos e no nosso concelho o principal recurso é a água”. Seja a água da lagoa de Óbidos, a água termal ou a da barragem de Alvorninha. “São tudo recursos que não estão a ser bem aproveitados”, defende Rui Gonçalves, que é da opinião que as termas caldenses devem ser “modernas, apelativas e rentáveis”, ficando a sua gestão a cargo de um privado.
O cronista apresenta também a sua posição sobre a construção de um novo hospital no Oeste, defendendo que este deveria ficar na fronteira entre Caldas e Óbidos.
Defende também a criação nas Caldas de um centro cerâmico que pudesse unir no mesmo espaço vários ceramistas.
“Temos dezenas de artistas, mas estão cada um para o seu lado e muitas vezes os turistas não sabem onde encontrá-los nem onde adquirir as suas peças”, afirmou Rui Gonçalves, que também sugere a criação de uma rota da cerâmica que inclua os ateliers dos ceramistas e as fábricas como pontos de interesse.
Nas palavras de Helena Pinto, que conduziu a apresentação no Hotel Sana, “este é um livro que resulta daquilo que o Rui Gonçalves é como pessoa: atento, observador, participativo e um comunicador nato”. A jornalista salientou que um dos objectivos desta apresentação é que fosse uma iniciativa “apartidária que juntasse pessoas de todas as cores políticas”.
O director da Gazeta das Caldas, José Luís de Almeida Silva, felicitou o cronista pela iniciativa de publicar este livro e acrescentou que “mais do que ter uma voz uniforme, o jornal tem o objectivo de ser uma plataforma de debate, que dê a conhecer ao leitor as várias opiniões e soluções que existem para as Caldas e para o Oeste”. Salientou também que “apesar das divergências políticas as Caldas é dos concelhos com uma vida democrática mais adulta, onde nos últimos anos há maior respeito e consideração entre pessoas de cores políticas diferentes”.