Pelo menos oito forças políticas vão concorrer, nas Caldas, às próximas autárquicas que se irão realizar, entre 22 de setembro e 14 de outubro, em data a anunciar pelo Governo
Vítor Marques irá recandidatar-se à Câmara das Caldas, pelo movimento Vamos Mudar (VM) e António Curado manter-se-á como cabeça de lista à Assembleia Municipal. A confirmação foi dada à Gazeta das Caldas pelo atual presidente da Câmara, que levará consigo Joaquim Beato e Conceição Henriques, nesta mesma ordem, com o objetivo de dar “continuidade ao trabalho desenvolvido no atual mandato, com vista a concretizar um programa que sempre se assumiu como sendo exequível em oito anos”.
O VM pretende concorrer a todos os órgãos autárquicos, “de forma a estendermos o nosso programa e as suas linhas estratégicas de forma transversal no concelho”, explica Vítor Marques. As listas para os diversos órgãos estão em fase de composição, tendo o VM dado início às ações de preparação do processo para a campanha no final de 2024.
O também presidente do VM recorda que, nas últimas eleições sufragaram um programa para oito anos e propuseram-se a proceder à sua avaliação ao fim de quatro anos, e que contam “manter e honrar” a sua palavra.
Três eixos estratégicos constituem as matérias-bandeira do programa para os próximos quatro anos deste movimento. Estas assentam no desenvolvimento económico sustentável; desenvolvimento humano e a coesão social; e planeamento territorial e urbano na ótica das necessidades das gerações atuais e das melhores práticas internacionais, que serão concretizadas através de várias medidas.
IL concorre pela primeira vez
Também já conhecida é a candidata à Câmara pela Iniciativa Liberal (IL), Carlota Oliveira. A IL foi, de resto, a única força política que já apresentou publicamente, os candidatos à Câmara, Assembleia Municipal e às duas freguesias urbanas, para as próximas autárquicas, a realizar dentro de oito meses e às quais concorre pela primeira vez. Na altura (9 de novembro de 2024), Carlota Oliveira assumiu que se candidata à Câmara para ter uma “intervenção ativa” em áreas que considera fulcrais, como são a saúde, segurança, educação, juventude, embelezamento da cidade e a sua capacidade de atratividade.
A encabeçar a lista à Assembleia Municipal pela IL está Sílvia Santos e Sousa, que é também a atual coordenadora do Núcleo Territorial do partido nas Caldas, enquanto que Ricardo Lemos é o candidato à presidência da União de Freguesias de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e S. Gregório, e Telmo Cordeiro é o cabeça de lista à União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro. As listas estão a ser constituídas e ainda não estão fechadas, podendo, inclusive, haver candidaturas a mais freguesias.
Candidato do PSD no segundo trimestre
O PSD pretende concorrer a todos os órgãos autárquicos, mas não revela ainda os seus candidatos. Daniel Rebelo, presidente da concelhia caldense diz que não pretendem “acelerar o processo antes do segundo trimestre do ano”. mas avança que estas eleições representarão uma “oportunidade de demonstrarmos que defendemos as soluções mais adequadas para o futuro do nosso concelho”. Garante que ainda não deram início ao processo eleitoral e diz mesmo que “ainda é cedo” para iniciar o debate em torno dos argumentos eleitorais de cada movimento político, porque “quem tem a responsabilidade de gerir o município precisa de estabilidade para poder prosseguir os objetivos que apresentaram nas últimas eleições”.
Daniel Rebelo reconhece, no entanto, que “se tem notado particular nervosismo por parte de quem tem responsabilidade na gestão municipal”, que entende como uma “tentativa de mascarar a incapacidade demonstrada ao longo de quatro anos com uma hiperatividade pré-eleitoral que começa cedo, na esperança que os eleitores tenham memória curta”. É entendimento do PSD que as Caldas precisa de “ambição e de rumo” e que o debate eleitoral é um “período por excelência” para trazer temas que são fundamentais para o concelho.
O responsável lembra que têm procurado já provocar o debate público com a organização de conferências que abordaram questões como os cuidados de saúde, o termalismo, o turismo ou segurança, entre outros, e que têm trazido às Caldas vários governantes e antigos governantes ligados ao PSD e à coligação com o CDS.
BE ainda analisa candidatos e coligações
Também o Bloco de Esquerda (BE) já está a preparar as próximas autárquicas. “O processo tem-se centrado, por enquanto, ainda num nível interno, de análise de eventuais coligações, candidatos possíveis, e, mais importante, definição dos principais eixos ou propostas a priorizar”, resume Carlos Ubaldo à Gazeta das Caldas.
Ainda sem data para apresentação das candidaturas, o BE quer concorrer à Câmara Municipal, Assembleia Municipal e a algumas Juntas de Freguesia/Assembleias de Freguesia. Carlos Ubaldo, que foi candidato pelo partido em 2021, considera que os compromissos que apresentaram há quatro anos “não tem tido uma resposta inequívoca do atual executivo” e dá como exemplos a mobilidade, a habitação, a resposta na saúde e o ambiente. “Falamos obviamente da mobilidade urbana, que se tem agravado, da escassa resposta do parque habitacional público, do problema em torno do Hospital do Oeste, que se vai adiando sem fim claro à vista, do gravíssimo problema que a Lagoa de Óbidos volta a ser”, entre outros.
CDS quer candidatar-se a todos os órgãos
Também o CDS vai concorrer nas Caldas e, de acordo com a presidente da concelhia, Sofia Cardoso, já definiu “muito bem os seus objetivos para estas eleições autárquicas a nível nacional, que assenta na sua consolidação no poder local”. Considera, no entanto, que “ainda é cedo” para anunciar o seu projeto autárquico, remetendo o anúncio público para depois do primeiro trimestre do ano.
A responsável diz que têm trabalhado, de forma contínua, a acompanhar o que tem sido feito pelo atual executivo, avaliar os resultados e propor soluções. No entanto, não deixa de notar que o executivo VM “já deu início à pré-campanha, numa tentativa desesperada de camuflar o que não executou”.
O CDS pretende apresentar candidatura a todos os órgãos autárquicos, vendo o concelho como um todo e pensando “em todos e em construir um projeto coeso e agregador”.
Embora nas eleições autárquicas os temas estruturantes defendidos por cada partido/grupo de cidadãos não difiram muito, para Sofia Cardoso, a grande diferença está na “forma, competência, capacidade de executar e ambição”. A líder da concelhia centrista considera que as Caldas vivem uma “estagnação preocupante” e que “é preciso inverter esta tendência”. Defende, por isso, um projeto “ambicioso”, que tendo por base a “Saúde e bem-estar, Segurança, Património, Educação, Turismo, Ambiente e Economia, permita, de forma transversal alavancar o concelho, torná-lo atrativo do ponto de vista económico e com isto melhorar as condições de vida dos caldenses”. A comunicação e a transparência com os munícipes é também tida como um ponto fundamental do programa do CDS, de forma a que estes se “mantenham esclarecidos acerca das opções de governação”.
PS prepara “verdadeira alternativa”
Também o PS já começou a preparar as próximas eleições autárquicas, às quais irá concorrer em todos os órgãos. “Estamos a fazer todos os trabalhos de preparação necessários para apresentar à população uma verdadeira alternativa às políticas dos últimos mandatos”, refere o presidente da concelhia, Rui Nunes. Sem data para avançar nomes, o responsável salienta que este partido pretende criar condições para melhorar a qualidade e nível de vida das populações através da criação de uma verdadeira estratégia de crescimento e de desenvolvimento do concelho. Nessa estratégia terão posição de destaque as políticas relacionadas com a Habitação, o Desenvolvimento Económico, a Saúde e a Juventude.
CDU fará reuniões abertas à população
O trabalho também já foi iniciado pela concelhia do PCP (junto da organização central e dos independentes que normalmente participam nas listas), que voltará a concorrer às autárquicas coligado com o PEV (CDU). De acordo com Filipe Santos, a CDU é uma “força insubstituível nas autarquias e na defesa do poder local democrático”, e irão realizar reuniões e outras iniciativas abertas à participação de todos aqueles que queiram contribuir para a construção das suas propostas. Entre as questões a que pretendem dar prioridade estão a reabilitação urbana e a construção de habitação social, “numa cidade que sofre brutalmente com a especulação imobiliária”, bem como a renovação da rede de águas e saneamento básico. A CDU defende também medidas para melhorar o serviço de transportes públicos no concelho, melhorar os protocolos com as Juntas de Freguesia dotando-as de mais financiamento e mais autonomia, assim como a exigir do governo central a melhoria dos cuidados de saúde primários e dos serviços no hospital de Caldas da Rainha. “A defesa do hospital Termal ao serviço da população da região e a luta contra a sua privatização e entrega a grupos económicos para construir hotéis de luxo”, são outras das prioridades, a par da construção de um novo hospital público e da requalificação de toda a linha do Oeste.
Chega está a preparar as listas
A concelhia caldense do Chega também está a preparar as listas e revela a ambição de concorrer a todos os órgãos autárquicos com listas próprias, sem, contudo, revelar candidatos a cada uma delas. ■