Utilização de antibióticos sem prescrição em animais de companhia é preocupante

0
490

A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica de Medicamentos Veterinários (APIVET) alertou por ocasião do Dia Europeu do Antibiótico para a importância de usar antibióticos com autorização de venda e com prescrição.

A resistência aos antibióticos é uma preocupação mundial, não só no que respeita à saúde humana, mas também à saúde animal. Essenciais no tratamento de doenças, os antibióticos são uma ferramenta com benefícios reais, mas o seu uso deve ser responsável, não só nos animais de produção, mas também nos de estimação. O alerta é feito pela APIFVET – Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica de Medicamentos Veterinários, no âmbito do Dia Europeu do Antibiótico, assinalado no passado dia 18 de Novembro.
Para o presidente da associação, Jorge Moreira da Silva, acresce a esta preocupação “a automedicação e a venda sem receita médico-veterinária de antibióticos para animais de companhia nalguns estabelecimentos.”
De acordo com a legislação da União Europeia, o uso de antibióticos em animais só é possível através de prescrição do médico veterinário, mas tal não acontece em alguns casos, pelo que “importa sensibilizar os donos de animais e os próprios estabelecimentos para que respeitem esta indicação”, refere Jorge Moreira da Silva, que alerta ainda que “só se devem usar antibióticos que tenham autorização de venda para animais de companhia e com prescrição do médico veterinário”.
Além disso, os donos devem respeitar as indicações de toma, garantindo que os animais recebem a dose ideal prescrita, pelo tempo necessário, sob pena de colocar em causa a eficácia do tratamento.
Sobre o uso responsável de antibióticos no tratamento de doenças bacterianas em animais de estimação e produção, o presidente da APIFVET explica que “isto pressupõe o uso do antibiótico certo, na doença e altura certas, na quantidade e duração certas e, no caso dos animais de produção, respeitando-se os intervalos de segurança [tempo que medeia entre o último dia de administração do medicamento e o dia em que o produto pode ser consumido sem perigo para o ser humano]”.
Em Portugal, segundo o relatório da European Surveillance of Veterinary Antimicrobial Consumption, existe uma diminuição do consumo de antibióticos em animais de produção, uma tendência que Jorge Moreira da Silva diz que deve ser mantida, através do aumento das medidas de bio-segurança e a utilização de mais medicamentos veterinários biológicos. A prevenção é também um caminho eficaz para garantir um uso controlado de antibióticos, o que passa pela vacinação dos animais, a higiene do animal e do seu espaço, boa nutrição e cuidados médico-veterinários regulares.
Quanto à preocupação face à resistência antimicrobiana, a APIFVET partilha da opinião que esta questão deve ser enfrentada através de uma abordagem de saúde única, envolvendo os diferentes sectores que ligam a saúde animal, à humana e ambiental, “uma vez que todos estão interligados”.