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A recriação histórica, frente ao Hospital Termal, foi um dos pontos altos das comemorações deste ano

A população voltou a juntar-se para assinalar o Dia da Cidade. Na tarde de 15 de maio, centenas de pessoas, entre populares e entidades, juntaram-se frente à rainha para prestar homenagem à fundadora da cidade. O bom tempo convidou a um passeio ao ar livre e foram muitos os que acompanharam o cortejo até ao largo do Hospital Termal, onde houve danças medievais e, momentos depois, “chegaria”, de charrete, a rainha D. Leonor. A recriação histórica, dinamizada pela Associação Cultural Terras de Viri’Arte, mostrou a passagem da monarca, em 1484, juntamente com a comitiva, quando seguia em trânsito de Óbidos para a Batalha para assistir a cerimónia fúnebres em honra de um familiar. Ao passar por um local onde várias pessoas se banhavam em “águas quentes de cheiro forte”, com poderes curativos, a rainha, que também tinha uma doença, banhou-se. D. Leonor viria a fundar, no local, aquele que se acredita ser o primeiro hospital termal do mundo e, em redor, uma povoação com poucas dezenas de moradores. Mais tarde, o Marquês de Pombal instituiu a data de abertura do Hospital Termal a 15 de maio, que passaria a ser o dia da cidade.
Na sua intervenção, o presidente da Câmara, Vítor Marques, salientou que a valorização do passado e o reconhecimento do património herdado, que integra, além do complexo termal e Igreja de Nossa Senhora do Pópulo, a mata Rainha D. Leonor, o Parque D. Carlos I e o edificado histórico no seu entorno com destaque para os pavilhões do Parque, “é a base sobre a qual deveremos alicerçar o projeto para o relançamento das termas”. O município está a desenvolver um plano estratégico para o Hospital termal, que incluirá o edificado, a zona histórica e a envolvente de espaços verdes, nomeadamente o Parque e a Mata, e no qual se definirá o modelo de gestão. “Acreditamos que só desta forma podemos desenvolver um termalismo assente nas necessidades da população, nomeadamente ao nível de tratamentos curativos e bem-estar, mas com uma visão muito mais integrada, onde a intervenção será alargada a todo o espaço envolvente”, explicou o autarca.
Em março passado foram reabertos os serviços com os tratamentos das vias respiratórias no Balneário Novo. No Hospital Termal, a obra na ala sul está em fase de conclusão, com o objetivo de, em inícios do segundo semestre, passarem a ser disponibilizados serviços na área da músculo-esquelética.
Vítor Marques recordou ainda que a cidade mantém uma estreita ligação com as águas, através dos seus fontanários e chafarizes, lembrando a requalificação que permitiu ver brotar as águas destas estruturas. “Estes fontanários e chafarizes, são testemunhos da história da cidade e tinham outrora a missão de oferecer à população água potável”, disse, acrescentando que é desiderato do município dar sentido à expressão que “a água é fonte de vida e trazê-la de novo à cidade”.
Na cerimónia junto ao Hospital Termal, o autarca lembrou que a ligação da cidade à água deve-se, essencialmente, às águas termais, cujos tratamentos têm contribuído para a melhoria ao nível de várias problemáticas da saúde. Os furos de extração encontram-se na Mata Rainha D. Leonor, estando atualmente em curso o desenvolvimento de placas de sensibilização e informação sobre os mesmos.
“Atualmente, encontramo-nos a projetar um novo conceito de termalismo para as Caldas, não incidindo apenas na importantíssima vertente curativa, mas indo muito mais além, num plano transversal onde aliamos o termalismo à cultura, ao bem-estar, ao turismo e à identidade municipal”, concretizou.
Vítor Marques deixou ainda a garantia de que o executivo pretende investir mais no termalismo, de modo a que o património caldense possa continuar a ser uma referência. ■

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